O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    JOSE AILSON LEMOS DE SOUZA (UFBA)

Minicurrículo

    Doutorando em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com bolsa FAPESB. Possui mestrado em Letras (Literatura Comparada) pela Universidade Federal do Ceará (2012), e graduação em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (2006). Tem experiência no ensino de língua inglesa e suas literaturas. Pesquisa as relações entre literatura e cinema com enfoque em narrativas do passado adaptadas para o cinema britânico nas décadas de 1980 e 1990.

Ficha do Trabalho

Título

    OS FILMES HERITAGE: REACIONÁRIOS OU PROGRESSISTAS?

Resumo

    Os discursos em torno dos filmes heritage dividem-se entre uma perspectiva que os interpreta como produções conservadoras, com base principalmente na ênfase em imagens do patrimônio cultural britânico, e uma outra leitura, que se concentra nas relações de poder entre sexo gênero e classe social enquanto vetores de contestação para diversas identidades contemporâneas. As produções despertam uma salutar reflexão sobre a força dos discursos críticos na elaboração de significados culturais.

Resumo expandido

    O termo heritage (patrimônio, herança) para designar filmes de época produzidos no Reino Unido, entre as décadas de 1980 e 1990, surgiu através dos discursos da crítica e da mídia em torno de produções que atraíram grande interesse do mercado norte-americano, transformando-se em grande sucesso de bilheteria e de projeção internacional através de indicações ao Oscar e de outras premiações importantes. Esses filmes, geralmente, tinham como cenário a Inglaterra do período anterior à Segunda Guerra Mundial e pareciam explorar certa nostalgia por aquele período. O termo se expandiu para designar produções europeias e de outros países. A maioria desses filmes (embora não todos) eram adaptações de clássicos literários do século XIX e começo do século XX.
    De acordo com Higson (2003), os filmes heritage se distinguem, dentre outras marcas semânticas, pelo discurso de autenticidade. Esse discurso se refere à precisão das imagens do passado, obtida através de um meticuloso trabalho de reconstituição de época. Essas imagens, mesmo quando originadas de obras de ficção, devem assegurar um forte “efeito realista” (HIGSON, 2003, p. 42). Atrelado a esse discurso está a noção de “fidelidade” da adaptação ao texto literário, decorrente, segundo Higson, de uma atitude de reverência ao material precedente. A compreensão de que as imagens do passado inglês adaptado para a tela refletiam a mentalidade conservadora, elitista e escapista de alguns setores daquela sociedade orientou a crítica, tanto acadêmica quanto midiática, num primeiro momento.
    Neste trabalho, além desta perspectiva da crítica, apresentamos outra que a contrapõe, proveniente de incursões críticas feminista e queer. Essa perspectiva se concentra nas relações de poder entre sexo, gênero e classe social, dentre outras categorias da diferença, compreendendo que os filmes heritage seriam importantes vetores de exploração crítica e de contestação para diversas identidades contemporâneas.
    A hipótese de que os filmes, independentemente de sua diversidade, “produziria” um tipo específico de espectador, conservador tanto a nível estético quanto ideológico, parece problemática. Para Monk (2011), essa leitura não reconhece outras formas de prazer que os filmes podem despertar, as quais estariam relacionadas com o sucesso de público doméstico e internacional dessas narrativas. Além de enfocar a vida de mulheres, homossexuais, lésbicas, deficientes, e outras minorias políticas, os filmes se destacam pela “sensualidade latente, iconografia, performatividade e sexualidade” que conduzem os enredos (MONK, 2011, p. 20), fornecendo assim fontes de prazer alinhadas a representações mais democráticas do que aquelas vigentes no cinema comercial.
    Juliane Pidduck (2012) afirma que os filmes heritage, assim como produções televisivas relacionadas ao gênero, foram rejeitados por setores da crítica devido à pecha de “filmes femininos” (PIDDUCK, 2012, p. 102). Partes do prazer desperto pelos filmes estão na apreciação de figurinos bem elaborados, na exibição do design artístico de objetos de época, bem como na música e na dança em alguns casos, além da performance de uma linguagem literária ou teatral, canônica ou moderna.
    O surgimento de estudos a partir da crítica feminista favoreceu leituras alternativas ao discurso crítico que compreendia os filmes heritage como produções conservadoras. A nova perspectiva centra-se em questões de gênero, sexualidade e autoconhecimento em conflito com as normas sociais. Desse modo, outros sentidos têm sido construídos, com destaque para o papel desestabilizador do pastiche para noções como as de identidades autênticas, das possibilidades libertárias da nostalgia, e as “inversões históricas” através do romance, em que uniões acontecem a despeito das diferenças de nacionalidade, classe social e gênero.

Bibliografia

    CAUGHIE, John. Small Pleasures: adaptation and the past in British film and television. Ilha do Desterro, Florianópolis, nº 32, 1997.
    COOK, Pam. Fashioning the Nation: Costume and Identity in British Cinema. London: British Film Institute, 1996.
    HIGSON, Andrew. English Heritage, English Cinema: costume drama since 1980. New York: Oxford University Press, 2003.
    HUTCHEON, Linda. Irony, Nostalgia and the Postmodern. University of Toronto English Library, 1998.
    MONK, Claire. The British Heritage Debate Revisited. In: MONK, C.; SARGEANT, A. (eds). British Historical Cinema. London: Routledge, 2002. p. 176-198.
    MONK, Claire. Heritage film audiences: period films and contemporary audiences in the UK. Edinburgh: EUP, 2011.
    PIDDUCK, Julianne. The Body as Gendered Discourse in British and French Costume and Heritage Fictions. Cinémas: Journal of Film Studies, vol. 22, nº 2-3, 2012. p. 101-125.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br