O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Carla Daniela Rabelo Rodrigues (UNIPAMPA)

Minicurrículo

    Professora Adjunta do bacharelado em Produção e Política Cultural da Universidade Federal do Pampa. Doutora e Mestra em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Desenvolve na UNIPAMPA os seguintes projetos: Cinema Peruano (projeto de pesquisa), CINECULT (projeto de ensino – cineclubismo no campus Jaguarão/RS) e Cinecultinho (projeto de extensão – cinema de animação não-blockbuster para crianças da periferia de Jaguarão/RS).

Ficha do Trabalho

Título

    Palito Ortega Matute e as representações do trauma em La Casa Rosada

Resumo

    O trabalho tensiona as representações do conflito armado interno vivido no Peru na década de 80 por meio de La Casa Rosada (2017), última obra do cineasta ayacuchano Palito Ortega Matute, falecido em fevereiro de 2018. O filme é uma tentativa de questionamento e reparação sobre demarcações estéticas e uma memória audiovisual estereotipada sobre um período histórico traumático no país.

Resumo expandido

    O trabalho discute memória e as representações do conflito armado interno vivido no Peru na década de 80 por meio de La Casa Rosada (2017), último filme do antropólogo e cineasta ayacuchano Palito Ortega Matute, falecido em fevereiro de 2018. Parte-se do diagnóstico dos “esquecimentos” e silenciamentos cinematográficos sobre o papel do Estado peruano nos governos de Alan Garcia e Alberto Fujimori, por meio das Forças Armadas, enquanto agente de violações aos direitos humanos (torturas, assassinatos e omissões) quando comparado ao estereótipo de terrorismo atribuído somente ao grupo de esquerda Sendero Luminoso.

    Diante dessa demarcação estética, o cineasta Palito Ortega Matute destaca-se como a principal referência em questionar tal memória audiovisual por meio de seus filmes: Dios tarda pero no olvida (1997), Dios tarda pero no olvida 2 (1998), Sangre inocente (2000), El rincón de los inocentes (2007) e La casa rosada (2017). Também produziu filmes de horror como Incesto en los Andes: La maldición de los jarjachas (2002), La maldición de los jarjachas 2 (2003), e El demonio de los Andes (2014), e em El Pecado (2007) tratou da discriminação à população LGBT nos Andes peruanos. O diretor e roteirista é o mais conhecido do Cine Regional, movimento cinematográfico iniciado por ele e outros cineastas na década de 90 e que já produziu aproximadamente 200 longas-metragens e vários curtas-metragens, transformando o que se entendia como cinema peruano em geral (BUSTAMANTE, 2018).

    La Casa Rosada é um filme cujo nome faz referência ao centro de torturas em Huamanga no qual o próprio realizador foi preso durante trinta dias injustamente aos 17 anos confundido como “terrorista”. Com base melodramática, ele convida, ou melhor, convoca o espectador a não sair ileso da narrativa intensa que sem retirar responsabilidades, apresenta novos elementos desde a ótica de quem viu e viveu o conflito armado no estado de Ayacucho. A fotografia e a direção de arte do filme são resultados dessa experiência quando contrastam uma cidade permeada por uma paisagem natural da serra (montanhas, céu azul, construções antigas) e essa mesma cidade arrasada, manchada de sangue, com casas reviradas, objetos quebrados, roupas rasgadas, entre tantos outros detalhes expressos nos objetos cênicos e nos closes e planos detalhe. O desenho sonoro evoca uma dramaturgia do horror ocupada por gritos, gemidos, falas e súplicas em espanhol e quechua, ruídos angustiantes de objetos e músicas que reforçam o melodrama. O roteiro, embora sem grandes pretensões estilístico-narrativas, se arrisca em recuperar vorazmente elementos sombrios presentes na história peruana. Por isso, o filme gerou reações diversas como a associação do diretor como especialista em filmes de terrorismo, ou classificações do filme como “pro-terruco” (pró-terrorista). Neste trabalho, observa-se também que o filme reavivou as recentes discussões sobre os diferentes projetos de Ley de Cine onde um deles (Proyecto de Ley sobre Cine Peruano N°2987/2017-CR), apresentado pela congressista fujimorista María Cristina Melgarejo Paucar, defende no artigo 9 do capítulo III que nos editais do Ministério de Cultura del Perú (MINCUL) seja vedada a participação de produções audiovisuais que recorram a “apología del terrorismo”, uma evidente medida conservadora e censora.

Bibliografia

    BARROW, Sarah. Contemporary Peruvian cinema: history, identity and violence on screen. Bloomsbury Publishing, 2018.
    BEDOYA, Ricardo. El cine sonoro en el Perú. Universidad de Lima, Fondo Editorial, 2009.
    BUSTAMANTE, Emilio; VICTORIA, Jaime Luna. Las miradas múltiples: el cine regional peruano. Fondo editorial Universidad de Lima, 2018.
    BUSTAMANTE, Emilio. El nuevo cine peruano: un panorama. MLN, v. 133, n. 2, p. 435-451, 2018.
    BUSTAMANTE, Emilio. El cine regional en el último lustro. Ventana Indiscreta, n. 013, p. 36-41, 2015.
    FRÍAS, Isaac León. El nuevo cine latinoamericano de los años sesenta: entre el mito político y la modernidad fílmica. Universidad de Lima, Fondo editorial, 2013.
    MIDDENTS, Jeffrey. Writing National Cinema: Film Journals and Film Culture in Peru. UPNE, 2009.
    RODRIGUES, Carla Daniela Rabelo. El Cine Regional en el Perú – Entrevista a Emilio Bustamante. Imagofagia, n. 19, 2019 (no prelo). http://www.asaeca.org/imagofagia

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br