O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Tetê Mattos (Maria Teresa Mattos de Moraes) (UFF)

Minicurrículo

    Niteroiense, doutora em Comunicação pela UERJ. Mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense. É professora do Departamento de Arte da UFF desde 1997. Dirigiu os documentários “Era Araribóia um Astronauta?” (1998), “A Maldita” (2007), “Fantasias de Papel” (2015), “Maldita FM” (2019) e “O Mambo da Cantareira” (em pré-produção). Publica artigos em revistas e livros de cinema. Exerce atividades de curadoria em diversos festivais. Dirigiu o Festival Araribóia Cine (2002 a 2013).

Ficha do Trabalho

Título

    FESTIVAIS DE CINEMA E CONTINGÊNCIA: O CASO DO FESTIVAL DO RIO

Seminário

    Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil

Resumo

    Partiremos da análise teórica que aborda a relação dos festivais de cinema e sua temporalidade a partir da noção de contingência desenvolvida por Janet Harbord. Se, por um lado, um festival de cinema é uma temporalidade estruturada, por outro, ele aproveita o tempo de contingência de um evento ao vivo, introduzindo a singularidade da experiência que não pode ser reproduzida/vivida em data ou local posterior. Tomaremos como análise o Festival do Rio para compreender os mecanismos de “atração”.

Resumo expandido

    Dando continuidade às pesquisas desenvolvidas no campo dos festivais audiovisuais, nesta comunicação propomos uma análise teórica que aborda a relação destes eventos e sua temporalidade a partir da noção de contingência desenvolvida pela pesquisadora Janet Harbord. Buscaremos compreender os mecanismos de “atração” que estes eventos exercem na contemporaneidade.
    Harbord, em “Contingency, time, and event: an archaeological approach to the film festival” (Contingência, tempo e evento: uma abordagem arqueológica do festival de cinema), argumenta que os festivais de cinema na atualidade operam numa temporalidade que contraria o ambiente desregulamentado do qual ele faz parte.. A cultura de visualização do filme na contemporaneidade, devido ao surgimento das novas tecnologias, atende às necessidades temporais do espectador. O filme pode ser “baixado” da internet, visualizado em mídias portáteis, visto de forma fragmentada. O festival de cinema (re)institucionaliza a atenção coletiva à exibição do filme e (re)centraliza o tempo de projeção como um evento ao vivo (Harbord, 2016).
    Se, por um lado, um festival de cinema é uma temporalidade estruturada (tempo de exibição de um filme, agenda de programação divulgada antecipadamente, integram um calendário anual), por outro lado, ele aproveita o tempo de contingência de um evento ao vivo, introduzindo a singularidade de uma experiência que não pode ser reproduzida/vivida em data ou local posterior. O festival corre o risco de um evento ao vivo. Para Harbord “os eventos ao vivo de um festival incidem em algum lugar como um espectro que em uma extremidade tem o acaso e em outro uma maior consciência da motivação do interesse da performance e do próprio espetáculo” (HARBORD, 2016, p.75-76).
    Desta forma as ocorrências acidentais fixam o tempo do festival como um evento que não se repete. E para que ele se mantenha como um evento único – com uma experiência compartilhada/coletiva de estar num lugar e ao mesmo tempo –, ele necessita de momentos de perturbação, de disrupção de sua estrutura ordenada. Assim, os desfiles no tapete vermelho, os discursos nas cerimônias de premiação e encerramento, os debates e as entrevistas possuem um elemento de efeito surpresa que evidenciam os festivais como portadores de singularidades que não podem ser repetidas. A contingência, então, atesta o evento como uma experiência compartilhada, uma experiência coletiva de estar num local e num determinado tempo.
    Seguindo esta linha de pensamento, tomaremos como objeto de estudo o Festival do Rio, evento de grande repercussão midiática, realizado na cidade do Rio de Janeiro desde 1999. Elegeremos algumas situações de contingência ocorridas ao longo de duas décadas de realização do Festival para buscar compreender a natureza efêmera destes eventos, e sua forte atração na contemporaneidade.
    Terá destaque em nossa análise o ano de 2014, quando o Festival do Rio foi palco de uma manifestação de realizadores e produtores cariocas que protestavam contra as políticas do audiovisual municipal e estadual. O movimento chamado de “Rio: Mais cinema, menos cenário!” criticava a ausência de investimentos da Prefeitura e do Estado no cinema independente e o não lançamento de um prometido edital de apoio não reembolsável para a produção de cinema, TV e novas mídias. A forte repercussão do protesto ocorrido inicialmente durante o ritual do tapete vermelho da sessão de gala de abertura do Festival é revelador de uma estratégia que reconhece o poder de atração destes eventos.
    Será que poderíamos atribuir à noção de contingência como uma explicação ao forte interesse pela experiência cinematográfica nos festivais de cinema?

Bibliografia

    DE VALCK, Marijke, KREDELL, Brendan & LOIST, Skadi. Film Festival – History, theory, method, practice. London and New York: Routledge, 2016.
    ELSAESSER, Thomas. Cinema como arqueologia das mídias. São Paulo: Edições Sesc SP, 2018.
    HARBORD, Janet. “Contingency, time, and event: an archaeological approach to the film festival”. In: DE VALCK, Marikje; KREDELL, Brendan e LOIST, Skadi (orgs). Film Festivals – History, theory, method, practice. London and New York: Routledge, 2016.
    ______. “Film Festivals – Time-Event”. In: IORDANOVA, Dina [org.]. The Flm Festival Reader. St Andrews, Escócia: St Andrews Film Studies, 2013.
    MORAES, Maria Teresa Mattos de. O Festival do Rio e as configurações da cidade do Rio de Janeiro. 2018. f. Tese (Doutorado em Comunicação) Programa de Pós Graduação em Comunicação, Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br