O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    TAINA XAVIER PEREIRA HUHOLD (UFF)

Minicurrículo

    É doutoranda em Cinema e Audiovisual no PPGCINE da Universidade Federal Fluminense. Possui graduação em Comunicação Social – Cinema pela UFF (2004) e mestrado em Artes Visuais pela UFRJ (2012). Atualmente é diretora financeira do FORCINE – Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual e professora licenciada da UNILA, onde criou o projeto Dar a Ver – Núcleo de estudo e formação em funções de apoio à direção de arte audiovisual. Atua nas áreas de produção e direção de arte desde 1996.

Ficha do Trabalho

Título

    O vestígio no cinema brasileiro contemporâneo. O caso de Árido Movie.

Mesa

    A direção de arte na narrativa cinematográfica: composição e linguagem

Resumo

    O uso de construções marcadas por vestígios do tempo pode apresentar um novo problema para o estudo da direção de arte no cinema brasileiro contemporâneo. Na medida em que coincidem na construção da diegese espaços modificados por técnicas específicas de adequação ao enredo com matérias marcadas por inscrições do tempo, tencionam-se na imagem procedimentos de significação ficcional e visualidades do real. Este estudo propõe uma aproximação a este problema a partir da análise de Árido Movie.

Resumo expandido

    A chamada produção da “retomada” do cinema brasileiro foi marcada, do ponto de vista da direção de arte, pela intensificação da aplicação de técnicas miméticas de simulação herdadas da cenotécnica teatral e inseridas num conjunto mais amplo de procedimentos que visavam exteriorizar indicadores de “profissionalização” da atividade cinematográfica no país. O uso recorrente de locações que exibem traços temporais no cinema brasileiro contemporâneo de ficção contrasta com este histórico e apresenta novos olhares para o espaço cênico. A presente proposta parte da análise da direção de arte de Árido Movie, (Lírio Ferreira, 2004) para investigar implicações estéticas e narrativas da presença do vestígio no espaço cênico de filmes recentes, à luz de estudos da memória, como os de Henri Bergson e Aleida Assmann e da imagem, como de Jacques Rancière.
    No filme, tais marcas aparecem em casas sem portas, janelas e telhados que compõem, juntamente com a paisagem árida, uma atmosfera inabitável dos arredores de Rocha, cidadezinha natal da família do protagonista Jonas (Guilherme Weber), um repórter de meteorologia (ou “homem do tempo” como é chamado no filme), que retorna à origens no sertão pernambucano para o velório de seu pai (Paulo César Pereio). A metáfora do tempo enquanto sucessão de horas (ou épocas) aparece também por meio de um relógio de bolso de passa por várias personagens, lembrando-nos de que a viagem de Jonas (e de seus companheiros) não se dá apenas por um deslocamento espacial.
    O retorno de Jonas à Rocha será marcado pela tensão entre modos de vida colocados em contraste por personagens pertencentes a grupos sociais e vivências do tempo distintas. Estão presentes na narrativa elementos visuais e sonoros que aludem à vida urbana e rural, moderna e arcaica, que são expostos numa dialética do binômio sertão-mar de Conselheiro que sugere imbricamento dos dois universos, como ilustrado pelo cenário do bar de Zé Elétrico, enfeitado por conchas e mariscos, achados no sertão, segundo fala do personagem: “ – Você pode até não acreditar mas achei tudo por aqui mesmo”.
    O tratamento narrativo dado aos espaços cênicos sertanejos em Árido Movie reforça as propostas de direção de expor a manutenção de estruturas de poder expressas nos modos de vida das personagens, marcadas pela possibilidade de controle (ou não) da aridez do sertão. A frase do protagonista – “Não há previsão de mudanças” ressoa na diferença da paisagem do entorno da casa da família de Jonas (detentora do poder político pela posse da terra e da água) e do “Meu Velho” (detentor do poder religioso, que depois saberemos ser financiado pela família que detém o poder político). Se essas paisagens apresentam ruas arborizadas, casas e igreja bem pintadas, denotado poder sobre as condições adversas do meio ambiente, aquelas vistas no trajeto pelo qual passam os estrangeiros à Rocha: Soledad, Jonas e seus amigos, apresentam esqueletos de casas quase reabsorvidas pela natureza, que “pouco têm de seu significado original” (COSGROVE, 1998, p. 117). Por não se prestarem mais à função para a qual foram construídas, expressam, conforme apontado na geografia cultural de Cosgrove, os impactos de valores culturais subdominantes residuais. Essas construções, notadamente marcadas pelo traço do tempo, são convertidas em signos espaciais de uma outra época (tanto diegética, quanto extradiegética). Segundo Aleida Assmann os vestígios são “testemunhos não endereçados à posteridade” (2011, p. 230) e não se resumem à evocar sua época de origem/construção, uma vez que a matéria, ao longo de sua duração recebe diversas inscrições, “ações efetivas” que deixam traços. O estudo do palimpsesto das superfícies de locações com vestígios temporais de Árido Movie convoca tais ações efetivas, através de suas marcas (ou encobrimentos), a imporem sua presença, habitarem aquele espaço/narrativa, tencionando o regime representativo da direção de arte.

Bibliografia

    ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.
    BERGSON, Henri. Materia y Memoria. Buenos Aires: Cactus, 2006.
    COSGROVE, D. A Geografia está em toda parte: Cultura e Simbolismo nas Paisagens Humanas. In: CORREA, R. L. e ROSENDAHL, Z. (Orgs.) Paisagem Tempo e Cultura. Rio de Janeiro, EDUERJ, 1998.
    LIMA, Érico Oliveira de Araújo; VIEIRA, MarceloDídimo Souza. O passado no presente: Identidade e Utopia no Sertão híbrido de Árido Movie. XII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste – Campina Grande – PB. Disponível em . Acesso em 16/04/2019.
    RANCIERE, Jacques. O destino das Imagens. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br