O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Mariana Teixeira Elias (UFRJ)

Minicurrículo

    Mariana Teixeira (Campinas, 1989) é formada em Artes Visuais e pós-graduada em História da Arte pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Atualmente é mestranda do programa de Tecnologias da Comunicação e Estéticas na ECO-UFRJ, sob orientação do Profº Dr. André Parente.

Ficha do Trabalho

Título

    A imagem como arma no trabalho de Rabih Mroué

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    O presente trabalho tem como objetivo o estudo da imagem como arma de protesto, mecanismo de resistência e prática política. Alicerçado nesse pressuposto, emprega-se como exemplo o artista libanês Rabih Mroué e sua palestra-performance intitulada “Revolução em Pixels” (2012), na qual a imagem torna-se um gesto político. A pesquisa é referenciada em teorias de Marie-José Mondzain, Hito Steyerl, Anita Leandro, dentre outros.

Resumo expandido

    “A imagem pode matar?”, questiona-se a autora Marie-José Mondzain, em seu livro de mesmo nome. Segundo ela, é necessário, a princípio, refletir sobre “O que é uma imagem?”, “cremos, aprendemos, informamos, transmitimos pela imagem” (Mondzain, 2009). A imagem não age por si só, para a autora, ela é um objeto oferecido aos olhos de um espectador. Já a violência não é um objeto, por isso ela implica a existência de um sujeito para efetuar-se. Ou seja, não existe a possibilidade da imagem matar por si só. É necessário uma ação, realizada por um indivíduo.

    Pensar a imagem como arma de protesto, como mecanismo de resistência e prática política, é uma forma de “fazer ver” (Mondzain, 2009). Isto é, a imagem como arma é um manifesto, serve para provocar, para causar um mal estar, para fazer com que o sujeito possa enxergar além. A imagem como arma não é necessariamente uma imagem violenta, ela é uma imagem reflexiva que tem a proposição de questionar.

    A palestra-performance “Revolução em Pixels” do artista libanês Rabih Mroué, dura aproximadamente 60 minutos. O artista abre com uma fala que gera grande expectativa para o público: “em setembro de 2011, alguns meses após o início da revolução Síria, um amigo meu me disse: os rebeldes sírios estão registrando suas próprias mortes” (MROUÉ, 2013). Esta frase marca o início de sua indagação. Fundamentado nela, o artista arquiteta seu manifesto em forma de performance. Por intermédio da arte, evidencia e investiga episódios registrados pelos celulares dos manifestantes sírios. Essas imagens são uma revolução em si mesmas e carregam um grande potencial de luta e resistência contra o sistema vigente. A baixa qualidade dessas imagens, sua não correção, seu status de imagem “pobre” e “real”, causam uma empatia no espectador. Aqui existe uma questão de credibilidade, de crença nas imagens pelo público que as vê.

    Hito Steyerl, no texto “Em defesa da imagem pobre”, questiona-se: o que são as imagens pobres? O que a imagem com baixa resolução/pixelada diz sobre a produção de subjetividade? A autora, chama atenção para as imagens consideradas “descartáveis”, que são vistas como o ensaio para uma imagem e não seu modelo final. Uma imagem de alta resolução é mais sedutora do que uma “imagem pobre”, considerada mais “rica”. A resolução é encarada como um fetiche, como se a falta dela, de alguma forma, castrasse o autor. Contudo, para ela, as “imagens pobres” não são imagens sem valor, pelo contrário, elas carregam consigo uma nova reflexão, como um território epistêmico que propicia, mediante as transformações das relações criadas com estas imagens, com que o sujeito detenha a possibilidade de pensar novos modos de ser e estar no mundo. Transfigura-se não mais uma relação com a aura, mas com o acesso, “ela (imagem) transforma qualidade em acessibilidade, valor de exposição em valor de culto, filmes inteiros em trechos, contemplação em distração” (STEYERL, 2009).

    Em “Revolução em Pixels”, Rabih Mroué propõe uma história contada pelos vencidos. Novas versões que partem de um ponto de vista interno, diretamente da revolução. Exibe ao espectador uma imagem de horror que carrega consigo uma questão reflexiva. Influenciado pela violência de uma guerra civil e a violência das imagens que ela gerou, a obra de Mroué atua como uma voz em constante desenvolvimento, uma voz que realiza um manifesto, uma “imagem arma” que tem como alvo o opressor. Com olhar analítico, o artista revisita momentos da história de seu país e propõem a retenção dessas imagens na memória e na história, funcionando como um testemunho dos revolucionários e operando como resistência ao regime, constatando “que a imagem também se projeta, da mesma forma que um coquetel molotov arremessado.” (LEANDRO, 2014).

Bibliografia

    LEANDRO, Anita. “Sem imagens. Memória história e estética da urgência no cinema sem autor”. Estudos da Lingua(gem), v.2, n,1, jun/2014, p. 121-134.

    MARTÍNEZ, Pablo. “Cuando las imágenes disparan” in: Catalogo Rabih Mroué Image(s), mon amour: Fabrications, 2013, p. 75-85.

    MONDZAIN, Marie José. “L’image peut-elle tuer?” Montrouge: Bayard Éditions, 2015.
    MROUÉ, Rabih. “Imagens até a vitória?” Entrevista concedida ao Instituto Goethe Brasileiro. Disponível em: https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/mag/20812525.html Acesso em: 20 de janeiro de 2019.

    POLANCO, Aurora F. “Fabrication Image(s) mon amour” in: Catalogo Rabih Mroué Image(s), mon amour: Fabrications, 2013, p. 11-34.

    MROUÉ, Rabih. “La Revolution Pixelada” in: Catalogo Rabih Mroué Image(s), mon amour: Fabrications. 2013, p. 359-374.

    STEYERL, Hito. “In Defense of the Poor Image” Disponível em: https://www.e-flux.com/journal/10/61362/in-defense-of-the-poor-image/ Acesso em: 15 de janeiro de 2019.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br