O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Leonardo Alvares Vidigal (UFMG)

Minicurrículo

    Leonardo Vidigal é professor associado de cinema e audiovisual na graduação e pós-graduação da Escola de Belas Artes da UFMG. Doutor em Comunicação Social pela UFMG, com pós-doutorado pela Goldsmiths, University of London. O pesquisador estuda as interações entre a música popular e o cinema, transculturalidades e o som no audiovisual. Realizou o filme Weapon is my Mouth (Minha Boca, Minha Arma, 2016, com Delmar Mavignier), sobre a percepção e a constituição sonora nos sound-systems de reggae.

Ficha do Trabalho

Título

    Do sound-system de reggae ao sistema de som dos cinemas

Seminário

    Estilo e som no audiovisual

Resumo

    Os filmes sobre sound-systems de reggae formam um corpus significativo em meio a produções que tratam da música popular. Documentários e filmes de ficção vêm expressando uma abordagem poética sobre tais configurações de equipamentos sonoros, operados por equipes especializadas. Concebido para ser amplificado nesses aparatos sonoros, o reggae se disseminou mundialmente por meio deles. Nesta apresentação, iremos formular algumas das conclusões desta pesquisa sobre o cinema dos sistemas de som.

Resumo expandido

    O que pode o som de um filme? Que filme pode nos afetar, nos baquear, fazendo tremer a roupa e todos os pelos externos e internos? Que obra é esta a nos tragar, mise-en-maelstrom, voragem sônica-imagética? Com certeza uma captação/amplificação do amplificado, cinema de som, de sistema de som. Há algum tempo estamos tratando deste cinema dos alto-falantes para baixo-ouvintes, as frequências graves nos gravam e nos vibram, do cone da caixa ao tímpano, até os sulcos espiralados e peludos da cóclea auditiva. Partindo do sound-system musical, com caixas de diversos tamanhos e frequências, cada uma destas com o seu próprio amplificador, controladas por um pré-amplificador, até os sistemas de som internos das salas de cinema. Estes filmes peculiares sonorizam nossa percepção destes fenômenos socioculturais mundializados, seja nos envolvendo nos cinemas, seja nos enviando ondas sonoras para dentro de nossos corpos, por meio de fones de ouvido.
    O universo dos sound-systems de reggae foi abordado em eventos acadêmicos anteriores no sentido de apresentar e analisar filmes emblemáticos como “Dread, Beat and Blood” (Franco Rosso, 1978), “Babylon” (Franco Rosso, 1981), “Sound Business” (Molly Dinneen, 1981), “Musically Mad” (Karl Folke, 2010), até o filme realizado por este pesquisador, “Minha Boca, Minha Arma” (Leo Vidigal e Delmar Mavignier, 2016). Em outra ocasião apresentamos métodos de abordagem deste cinema que também ocupa as telas, considerando: a) o contexto cultural do filme; b) A dialética entre a narrativa e elementos de exibição dos sound-sytems nos filmes; c) a montagem do filme (o seu arranjo audiovisual), se baseados no som direto (documental) ou na pós-sincronização (ficcional) e, finalmente, d) na abordagem documental, a forma como o filme constrói um espaço comum com os personagens.

    Um dos filmes analisados, que traz as reflexões mais ousadas sobre os sound-systems e o sistema em torno é “Territories” (Isaac Julien, 1983). O cinema se mostra nele como a verdadeira “forma que pensa”, como vaticinou Jean-Luc Godard. A sua narração, por vezes performada por um homem, por vezes por uma mulher, às vezes pelas duas vozes em conjunto, parte de uma contextualização dos territórios em tela: territórios de classe, raça, gênero, de relações de trabalho. Faz uma etnografia criativa do carnaval de Notting Hill, que começou como uma confraternização da comunidade caribenha em Londres e hoje é a maior festa de rua européia. Nos anos 1970 ocorreu uma tentativa do aparato policial de controlar a entrada de pessoas no perímetro do carnaval, por meio de passes, que gerou revolta. Territórios de controle do espaço, do desejo, dos corpos, até que surgem os territórios de resistência: os sound-systems. Estes começavam a ocupar as esquinas do bairro de Notting Hill durante o Carnaval, onde ainda passam os grupos de steel-drums em seus caminhões como trios elétricos, com centenas de pessoas fantasiadas desfilando atrás. Os sound-systems ficam estáticos em seus cantos, mas se afirmam e se tornam vetores de aglutinação de pessoas de todas as idades, tocando canções ousadas, com mensagens revolucionárias. O filme flagra os policiais tentando expulsar um sound-system da rua, porque “vêem qualquer ajuntamento de pessoas negras como ameaçador. A nossa única escolha é lutar”, diz a narração de duplo gênero. A edição justapõe a imagem de um MC de sound-system, remixando imagens e sons (chamado no jargão do reggae de dub) por meio do scratch do disco, emendando também com a narração de his-story e her-story. A última parte é uma espécie de endoclipe (Vidigal, 2012) que traz a canção “Balada de Sacco & Vanzetti” de Enio Morricone e Joan Baez, com um dub de Mad Professor, dois jovens negros e uma manifestação. A ocupação dos espaços públicos hoje é a marca do Carnaval dos sound-systems em Notting Hill.

    Após uma abordagem mais detalhada deste filme, vamos procurar sintetizar algumas das conclusões desta pesquisa sobre o cinema dos sistemas de som.

Bibliografia

    HENRIQUES, Julian. Sonic bodies: Reggae Sound-systems, performance techniques and ways of knowing. Londres: Continuum Books, 2011
    D’AQUINO, Brian, HENRIQUES, Julian. VIDIGAL, Leonardo. (2016) A Popular Culture Research Methodology: Sound System Outernational. Volume! N. 1.13-2 Access: https://journals.openedition.org/volume/5249. SCHAFER, R. Murray. A afinação do mundo. São Paulo: Editora Unesp, 2001
    VIDIGAL, Leonardo. “A Jamaica é aqui”: relações entre música e território no audiovisual. Revista Brasileira do Caribe. Centro Brasileiro de Estudos Caribenhos. 2009 Vol. IX, número 18, págs. 425-483.
    ____________. Reggae Documentaries in Brazil. In: Carolyn Cooper. (Org.). Global Reggae. Kingston: Canoe Press, 2012
    ____________. Música Popular e Endoclipe nas séries documentais televisivas. IV ENCONTRO DE PESQUISADORES EM COMUNICAÇÃO E MÚSICA Popular, Musicom. São Paulo: 2012

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br