O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Benedito Ferreira dos Santos Neto (UFG)

Minicurrículo

    Benedito Ferreira é artista visual e realizador audiovisual. Mestre em Arte e Cultura Visual pela Universidade Federal de Goiás e bacharel em Audiovisual pela Universidade Estadual de Goiás.

Ficha do Trabalho

Título

    Rubem Biáfora, as alegorias e o diretor de arte fantasma

Mesa

    Sensorialidade e alegorias na direção de arte

Resumo

    O trabalho enfoca os procedimentos alegóricos da direção de arte de A Casa das Tentações, de Rubem Biáfora. Impulsionada pela articulação das cores dos cenários, a visualidade do filme desmantela a noção de que direção de arte serve apenas para situar o espectador em determinado espaço e tempo. Proponho também identificar em sua poética um interesse por cenografia de estúdio, a fantasmagoria em torno do termo direção de arte e o conhecimento dos modelos de produção do departamento de arte.

Resumo expandido

    Lançado em 1974 pela Data Cinematográfica, A Casa das Tentações, terceiro e último filme dirigido por Rubem Biáfora, apresenta o crédito de diretor de arte a Rocco Biaggi, possível pseudônimo do próprio diretor, quase dez anos antes do dado mapeado por Hamburger (2014). Centrada na história de Saul, um jovem marcado por dramas existenciais, aflito com a possibilidade de morrer aos trinta e três anos de idade, tal qual Cristo, a narrativa explora o retorno do protagonista ao casarão de sua família, que pode tornar-se um bordel, ainda que disfarçado de boate. A conformação de uma proposta háptica da direção de arte instaura uma falência da visão, apontando um mistério que se mantém próximo, invisível e fora da imagem, além de proporcionar a eclosão de imagens do passado, associadas ao estado decadente do espaço.
    Apoiando-se em uma abordagem que compreende a direção de arte enquanto profesión del engaño, Felix Murcia (2002) defende que a função ontológica da direção de arte está relacionada à necessidade da regra de verossimilhança dos cenários. No entanto, ao adotar procedimentos que se apropriam das características arquitetônicas das locações, a direção de arte de Biáfora efetiva um desenho não convencional – o que, acreditamos, reforça as múltiplas abordagens em torno de conceitos como aparência e verossimilhança. Essas passagens íntimas, sussurradas, que extrapolam a noção de representação, podem ser identificadas na atmosfera do filme e articulam a imagem, indesejada com uma certa realidade, munindo-a de códigos que desmantelam uma linearidade temporal ou uma coerência geográfica.
    O vermelho uniforme nas cenas iniciais de A Casa das Tentações é um dado premonitório da morte de Saul ao final da narrativa. Enquanto discutem os rumos inconstantes de suas vidas, Saul e sua companheira, Mônica, anunciam-se atrelados ao ritmo inconstante da montagem, prostrados contra as paredes vermelhas do ambiente principal da casa. O jovem tem o corpo empurrado na cama e abre os braços no colchão, fabricando uma imagem que lembra Cristo crucificado. Construída e filmada de modo a anular a profundidade de campo, a cenografia do quarto em meio às ruínas da casa da família reflete o artificialismo que marca a encenação do diretor e que serviu de ponto nodal para muitos dos críticos que rechaçavam seus filmes.
    Gustavo Dahl (2011, p. 53) reitera que Biáfora considerava que “o estúdio não é o terreno inimigo, é o locus privilegiado onde o real devendo forçosamente ser recriado tornará a expressão condição sine qua non”. Destaca-se ainda a transformação visual bastante sugestiva do casarão burguês para a boate que, concluída numa das cenas, alicerça a dinâmica da comparação do arcaico para o trivial e extrapola a relação de referencialidade, conferindo um caráter indicial, características definidas por Charles e Mirella Affron (1995). Sendo decisivas na poética de Biáfora a descoberta do cinema de gênero americano e a política dos autores sistematizada pela Cahiers du Cinéma do final dos anos 1950, o mapeamento empreendido pelo cineasta revela a possibilidade de encarar o estúdio não como um desafeto, mas, sim, como a possiblidade de dotar o real de novas possibilidades.

Bibliografia

    AFFRON, Charles; AFFRON, Mirella. Sets in motion: art direction and film narrative. New Brunswick: Rutgers University Press, 1995.
    AUMONT, Jacques. O olho interminável: cinema e pintura. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
    DAHL, Gustavo. Perfil: Biáfora, O Fenômeno (I). Filme Cultura – Febre de cinema. Rio de Janeiro, n. 53, p. 73-77, jan. 2011.
    HAMBURGER, Vera. Arte em cena – a direção de arte no cinema brasileiro. São Paulo: Senac, 2014.
    MURCIA, Félix. La escenogafía en el cine – el arte de la apariencia. Madri: Fundación Autor, 2002.
    MOTTA, Carlos. Biáfora – a coragem de ser. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006.
    XAVIER, Ismail. Cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br