O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    José Augusto Mendes Lobato (USJT)

Minicurrículo

    Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo (PPGCOM-USP), mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero e graduado em Jornalismo pela Universidade da Amazônia. Docente da Universidade São Judas, coordenador-adjunto e professor do curso de Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi e consultor de conteúdo na agência Report Sustentabilidade. E-mail: gutomlobato@gmail.com.

Ficha do Trabalho

Título

    A questão síria na ficção seriada e no documentário jornalístico

Mesa

    Ficção televisiva brasileira: narrativa, estilo e crítica

Resumo

    Este trabalho discute a representação da crise humanitária síria na cultura audiovisual brasileira, com foco em dois eixos de produção: o jornalístico, na forma do documentário em vídeo, e o de ficção seriada, por meio da telenovela. Ancorados nos estudos culturais e pós-coloniais, bem como em conceitos da semiótica sensível, propomos o exame de duas produções a fim de examinar suas estratégias de narração dos conflitos e da transgressão material e simbólica de fronteiras na contemporaneidade.

Resumo expandido

    Amplamente integradas à cultura audiovisual e, em escopo mais amplo, ao nosso cotidiano, as imagens que nos levam ao distante e ao desconhecido têm, além de todas as atribuições comuns a todo processo de representação, a função de configurar entendimentos, sensos e chaves de leitura que permitem a apreensão da alteridade e seu posicionamento no corpo social. Conforme nos apontam autores como Roger Silverstone (2002), os processos de mediação carregam uma das principais responsabilidades da comunicação em larga escala: eles, diz o autor, nos permitem “enquadrar, representar e ver o outro e seu mundo”, muitas vezes sem nos levar a aceitar o “desafio do outro” – ou seja, a observância plena de sua complexidade (SILVERSTONE, 2002, p. 23).
    Essa perspectiva é particularmente crítica ao examinarmos a construção das narrativas de conflito, que têm como fio condutor a demonstração de episódios de dor e trauma – diásporas, guerras, confrontos, perdas etc. – e, frequentemente, o trânsito entre culturas e o desajuste de fronteiras materiais e simbólicas. Reside aí nossa indagação: em um universo atravessado pela pregnância do audiovisual e pelo acesso a discursos de diferença, de que modo o outro e seus conflitos são narrados no espaço televisivo brasileiro? Quais estratégias regem sua construção – e como se dá essa leitura nos campos de ficção e não ficção?
    Para investigar tal fenômeno, lançamos foco sobre uma situação de conflito de ampla visibilidade: a Guerra Civil na Síria – considerada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) a maior crise de deslocamento do mundo. No total, cerca de 65,6 milhões de pessoas haviam sido forçadas a deixar seus locais de origem em escala mundial em 2016. Com mais de 5,6 milhões de refugiados registrados em outras nações, porém, a Síria tem, hoje, a condição mais crítica, com reflexos para países como o Brasil – que, de 2010 a 2016, acolheu mais de 3.700 solicitações de refúgio de sírios, somadas a outras 823 em 2017, representando 35% do total de refugiados reconhecidos pelo Estado (BRASIL, 2018).
    A fim de examinar o tratamento para a questão síria em narrativas audiovisuais contemporâneas, tomamos como objeto dois eixos de produção. De um lado, a ficção seriada, campo de circulação de sensos de identidade, conformação de narrativas nacionais (LOPES, 2009) e promoção de viagens simbólicas, com ênfase na telenovela; de outro, o jornalismo, área de saber calcada no registro sistemático dos fatos e em um ethos profissional de transparência pública (SODRÉ, 2009), tendo foco no gênero documentário e suas articulações interpretativas.
    Em específico, examinamos cenas dos cinco primeiros capítulos da telenovela “Órfãos da Terra”, das autoras Duca Rachid e Thelma Guedes, exibida pela TV Globo em 2019, e o documentário jornalístico “Os refugiados no Brasil”, exibido em 2017 no programa GloboNews Especial, da emissora de mesmo nome. Obedecendo a regimes de gênero e articulação com o real próprios, ligados aos campos em que se originam, as produções têm em comum os traços construtivos das por nós denominadas narrativas de alteridade – produções que têm no centro de sua intriga a tradução e domesticação do outro (LOBATO, 2018) por meio de estratégias e recursos transversais aos gêneros e formatos audiovisuais.
    Guiada por autores dos estudos culturais e pós-coloniais, como Hall (2002), Bhabha (1998), Spivak (2010) e Said (2007), além da “semiótica sensível” de Landowski (2002), nossa reflexão busca colocar em tensão noções de identidade-alteridade e as múltiplas formas de posicionamento do sujeito sírio em narrativas que reforçam o diaspórico, em contexto de desajustes e instabilidades nas construções geopolíticas e de identidade, tomando a imagem – e sua força evenemencial – como um poderoso instrumento de captura e representação da dor do outro.

Bibliografia

    BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
    BRASIL (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA). Refúgio em números – 3ª edição. Brasília (DF), 2018. Disponível em: . Acesso em 11 abr. 2019.
    HALL, Stuart. Da diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002.
    LANDOWSKI, Eric. Presenças do outro. São Paulo, Perspectiva, 2002.
    LOBATO, José Augusto. A narração de alteridade na ficção e na grande reportagem. Rumores (USP), v. 12, p. 299, 2018.
    LOPES, Maria Immacolata Vassallo de. Telenovela como recurso comunicativo. MATRIZes, v.3, nº. 1, 2009.
    SAID, Edward. Orientalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
    SILVERSTONE, Roger. Complicity and collusion in the mediation of everyday life. New Literary History, 2002, v.33., p.761-780.
    SODRÉ, Muniz. A narração do fato. Petrópolis: Vozes, 2009.
    SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o Subalterno Falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br