O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Luiz Felipe Rocha Baute (UNICAMP)

Minicurrículo

    Luiz Felipe Baute é mestrando em Multimeios na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente, desenvolve pesquisa sobre os gêneros cinematográficos e suas relações sócio-culturais.

Ficha do Trabalho

Título

    Localizando o western contemporâneo

Resumo

    Serão exploradas as intersecções entre o cinema western e as formações sociopolíticas contemporâneas. Com o objetivo de explorar a fundo as categorias do gênero, utilizarei dos conceitos de “tradição seletiva”, de Raymond Williams e de “campo de produção cultural”, de Pierre Bourdieu. A partir de um recorte da cinematografia recente do western, analisarei os modos de articulação de questões atuais materializadas em obras do gênero, bem como seus desdobramentos no cinema e para além dele.

Resumo expandido

    O western é um dos gêneros mais preponderantes do cinema e audiovisual. Organizado em torno de uma proposta estética e progressão narrativa bem delimitadas, costumeiramente o enredo do gênero girou em torno da figura de um herói aliado a uma ambientação visual rica. Ao longo de sua história, o western foi, sucessivas vezes, associado à cultura e a política dos Estados Unidos da América (ALTMAN, p. 38, 1999; ANDERSEN, p. 21, 1979; PIPPIN, p. 4, 2010). Tendo em vista suas diversas materializações, defendo que o gênero no cinema pode ser melhor analisado a partir de uma ótica interdisciplinar, considerando a confluência formal de sua origem, iniciada nas histórias populares acerca da expansão para o Oeste e consolidada entre folhetins e narrativas curtas conduzidas por revistas Pulp e performances como os Wild West Shows, como partes constituintes de uma longa tradição cultural.
    Para localizar as formações do cinema western no contemporâneo, utilizarei do conceito de “tradição seletiva”, de Raymond Williams e de “campo de produção cultural”, de Pierre Bourdieu. Para Williams, uma tradição seletiva é formulada através de recortes intencionais de um passado (tradição) com o objetivo de orientar um processo social e cultural específico, cuja principal função é a de identificar e definir formas, a fim de incluí-las ou excluí-las de uma determinada classificação, no presente (WILLIAMS, p. 115, 1977). Para Bourdieu, o campo de produção cultural atua em conjunto com o campo do poder, orientando os “processos de hierarquização” dos campos “heterônomo” (mais favorável ao dominante econômico e político) e “autônomo” (menos favorável ao dominante econômico e político), que atuam como formas alternativas para conferir valor à uma determinada obra artística, influenciando a sua produção (BOURDIEU, pp. 37-40, 1993) — e, no caso do cinema hollywoodiano, de maneira determinante para a continuidade, ou não, de um gênero.
    A partir de um breve debate em torno de ambos os conceitos como complementares à uma abordagem comparatista do gênero, apontarei subversões formais nas narrativas de western contemporâneos em paralelo a discussão de valores morais, culturais e sociais nos EUA nos dias de hoje. O western, contudo, não se limitou ao território estadunidense e, assim como outros gêneros, continua sujeito as transformações produzidas pelas tensões entre as diferentes esferas da produção, exibição e recepção do cinema. A sua ressignificação enquanto texto genérico possibilitou um diálogo mais abrangente com outros textos, resultando em uma maior hibridização de sua forma. Defendo essa visão ao considerar o gênero não como um conjunto de categorias inertes, mas como uma forma cultural em constante transformação.
    Neste contexto, analisarei obras que apresentam subversões à forma clássica do gênero e representam suas convenções sob outras perspectivas, como O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007), Onde Os Fracos Não Tem Vez (2007), Bravura Indômita (2010), Westworld (2016 – atual), Logan (2017) e A Balada de Buster Scruggs (2018).
    Investigarei as influências culturais e políticas contemporâneas dos EUA em cotejo a esse recorte da cinematografia recente do gênero, com o objetivo de explorar a fundo as categorias dessa prática audiovisual. Em meio a esse processo, distintas vozes articulam suas posições e disputam espaço, gerando contradições que são materializadas na composição formal de obras artísticas. Argumento que o western pode ser melhor compreendido exatamente nessa configuração, como um tipo de narrativa de competição.
    Viso analisar o momento atual, cujos limites e pressões do período “clássico” do gênero — em seu estágio de maior sucesso econômico e de crítica — ainda persistem, de uma maneira ou de outra, subsistindo como pastiche, farsa ou tragédia, em obras no cinema, na televisão e em outras formas, bem como na cultura e na política contemporâneas.

Bibliografia

    ALTMAN, Rick. Film Genre. Londres: BFI Publishing. 1999.
    ANDERSEN, R. The Role of the Western Film Genre in Industry Competition, 1907– 1911’, Journal of the University Film Association 31, 2:19–27. 1979.
    BOURDIEU, Pierre. The Field of Cultural Production: Essays on Art and Literature. Nova Iorque: Columbia University Press. 1993.
    DENNING, Michael. Mechanic Accents: Dime Novels and Working-class Culture in America. Londres: Verso. 1987.
    NEALE, Steve. Genre and Hollywood. Nova Iorque: Routledge. 2000.
    PIPPIN, Robert B. Hollywood Westerns and American Myth: The importance of Howard Hawks and John Ford for political philosophy. New Haven: Yale University Press. 2010.
    WILLIAMS, Raymond. Marxism and Literature. Oxford: Oxford University Press, 1977.
    XAVIER, Ismail. “A alegoria histórica” In RAMOS, Fernão org. Teoria Contemporânea do Cinema, Vol. I. São Paulo: Editora Senac. 2005.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br