O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Roberta Veiga (UFMG)

Minicurrículo

    Doutora em Comunicação pela UFMG e professora do Programa de Pós-Gradução na mesma instituição. Editora da revista Devires: Cinema e Humanidades, integrante do comitê científico do forumdoc.bh (Festival de Cinema Etnográfico de Belo Horizonte), coordenadora do grupo de pesquisa Poéticas femininas, políticas feministas: a mulher no cinema (UFMG). Traduziu o livro Nothing Happens: Chantal Akerman’s Hyperrealist Everyday, de Ivone Margulies.

Ficha do Trabalho

Título

    Formas de insubordinação cinematográfica ao mito do amor materno

Seminário

    Mulheres no cinema e audiovisual

Resumo

    Na tentativa de interpelar a equação ser mulher é ser mãe – base da maternidade compulsória para atender ao patriarcalismo -, compomos uma constelação de filmes em dois eixos de análise: a)maternidade vivida no corpo: filmes de 50-60, que lidam com a gravidez e o aborto, No limiar da vida (Ingmar Bergman) e A mulher que pecou (Bryan Forbes); b)maternidade em processo: filmes de 2018, que tocam à impossibilidade da relação mãe-filha, Julia e a Raposa (Inês Barrionuevo) e Meu anjo (Vanessa Filho).

Resumo expandido

    O desejo de ser mãe não vem para todas, e a maternidade não vem da mesma forma para cada uma. Essa parece uma formulação simples, mas não é, pois toca ali onde o ser mulher é definido ideologicamente, por interesses machistas. Na verdade, essa frase é, na perspectiva da qual parte essa apresentação, um grito de resistência contra a ordem patriarcal que toma a maternidade como instintiva e compulsória.
    Repetimos a máxima de Simone de Beauvoir, “não se nasce mulher tonar-se mulher”, mas do que exatamente estamos falando. Nos anos 40, Beauvoir foi uma das primeiras mulheres a dizer literalmente que apesar de nascermos com a capacidade de procriar tal condição não pode nos definir. “Que uma criança seja o fim supremo da mulher, isto é uma afirmação que tem apenas o valor de um slogan publicitário”. Em seus escritos, ela afirmou o aborto como fato da vida e da liberdade feminina, sublinhando justamente que a gravidez é uma escolha da mulher. Beauvoir escrevia a contrapelo de uma ordem social fundada no determinismo biológico para a qual às mulheres cabia um único destino: o de mãe. Por isso, para ela, tornar-se uma mulher era também libertar-se da idealização da maternidade, da equiparação convenientemente machista de que ser mulher é ser mãe. Era preciso mostrar, e ainda é, o quanto essa idealização sustenta a sociedade patriarcal e, a reboque, o capitalismo: a segurança de que as mulheres seguirão servindo à procriação e, portanto, “aos homens”, produzindo via “relação heterossexual” mão de obra futura, e, ainda, cuidando dos filhos e do lar para que a dinâmica econômica e social se mantenha.
    Em função de toda uma herança católica de culpabilização da mulher, é delicado, mas fundamental, o entendimento de que maternidade é uma escolha entre outras, e que ela não pode ser acatada como forma de disciplinarização do corpo feminino, que deve subsistir para fins da reprodução da espécie. É justamente aí onde a maternidade precisa ser desnaturalizada e entendida como uma trama complexa – que, para além da condição biológica, implica questões históricas, morais, institucionais -, que o cinema pode ser chamado. O cinema pode testemunhar a diversidade das experiências do ser mãe, assim como criar narrativas onde essas nem sempre correspondem aos desejos mais profundos de muitas mulheres, basta que os filmes façam durar na tela os enfrentamentos, as opressões e as disputas que constituem essas múltiplas formas femininas de vida. Através do cinema, é possível às mulheres um tempo de ver juntas outras mulheres e, com elas, partilhar outros tempos, só assim a maternidade pode surgir em sua dimensão estriada, insubordinada e conflituosa.
    Em nossa pesquisa traçamos um extenso inventário de filmes a partir do qual percebe-se, estética e politicamente, que a maternidade é plural, relacional, contingencial; que pode funcionar ou não; e que é vivida diferentemente por cada mulher. Para a discussão no seminário temático, escolhemos uma pequena constelação de quatro filmes de nacionalidades diferentes, articulados em duplas da mesma época, a partir de dois eixos comparativos: a) a maternidade vivida no corpo e b) a maternidade em processo. No eixo “a”, os filmes são antigos, datam do fins de 50 e início dos 60, são dirigidos por homens, lidam com a gravidez e o aborto: No limiar da vida, de Ingmar Bergman (Swe, 1958) e A mulher que pecou, de Bryan Forbes (Ing, 1962). Neles a maternidade é de fato um pathos, em que o corpo da mulher durante a gravidez é atravessado por fortes tensões que a levam a questionar sua escolha, e a retirar dessa experiência algo para além do ser mãe. No eixo “b”, são filmes contemporâneos, dirigidos por mulheres, nos quais o estiramento da relação entre mãe e filha (ainda criança) vai da dificuldade à impossibilidade de maternar. Daí a interpelação radical do lugar da mulher-mãe. São eles: Julia e a Raposa, de Inês Maria Barrionuevo (Arg, 2018) e Meu anjo, de Vanessa Filho (Fra, 2018).

Bibliografia

    BADINTER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. RJ: Nova Fronteira, 1985.
    BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. SP: Difusão Européia do Livro, 1960.
    BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. RJ: Civilização Brasileira, 2008.
    DELPHY, Christine. Libération des femmes ou droit corporatiste des mères? Nouvelles questions féministes, Particularisme et universalisme, Paris, n. 16/17/18,1991.
    DOANE, Mary Ann. Woman’s Stake: filming the female body. KAPLAN, Ann. Feminism & Film: Oxford University Press, 2000.
    SCAVONE, Lucila. Nosso corpo nos pertence? Discursos feministas do corpo. Revista Gênero, Niterói, v.10, n.2, 2010.
    SWAIN, T. N. A Invenção do Corpo Feminino ou A Hora e Vez do Nomadismo Identitário? Feminismos: Teorias e Perspectivas. Revista PPG-História, UnB, vol. 8, 2000.
    WITTIG, Monique. The Straight Mind and other Essays, Boston: Beacon, 1992.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br