O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Fabio Camarneiro (UFES)

Minicurrículo

    Fabio Camarneiro é professor adjunto no curso de Cinema e Audiovisual e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional – PPGPSI, ambos na Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. É doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP e mestre em Comunicação Impressa e Audiovisual pela mesma instituição. Atualmente, pesquisa as relações entre Arte, Subjetividade e Tecnologia.

Ficha do Trabalho

Título

    A chegada: tempo e linguagem no cinema de ficção científica

Resumo

    A chegada (Denis Villeneuve, 2016) retrata como a comunicação imposta pelas novas tecnologias têm impactado não apenas as instituições democráticas ao redor do mundo, mas a própria percepção da história. A grande tela retangular transparente, que no filme serve de suporte para a comunicação entre humanos e alienígenas, é metáfora das telas de computador e celular que tem pautado as cisões discursivas contemporâneas: espaços de comunicação instantânea e icônica, a marcar um novo tribalismo.

Resumo expandido

    A ascensão de governos próximos à extrema-direita em diferentes países ocidentais chamou a atenção para uma nova forma de marketing político, em que o debate aberto de ideias é substituído pela segmentação de mensagens – muitas vezes falsas – através de aplicativos de comunicação instantânea (principalmente o WhatsApp). A ausência de um território comum para o diálogo (e o dissenso sobre fatos aparentemente óbvios, como o formato do planeta Terra) levou alguns analistas a apontar um risco para as fundações democráticas.
    À primeira vista, tal cenário talvez tenha pouco a ver com um filme de ficção científica lançado em 2016, realizado por um diretor canadense a partir de um conto escrito em 1998 por um autor estadunidense de ascendência chinesa. Mas A chegada (Denis Villeneuve, 2016) retrata, de maneira metafórica, os problemas de comunicação impostos pelas novas tecnologias – problemas que, direta ou indiretamente, têm impactado não apenas as instituições políticas ao redor do mundo, mas também a própria percepção da história.
    No enredo – baseado no conto “História da sua vida”, de Ted Chiang –, uma linguista é convocada pelo exército estadunidense para decifrar a linguagem de alienígenas (chamados de heptápodes) que fizeram contato. O aprendizado da fala e da escrita do idioma alienígena acaba por promover alterações na percepção temporal da personagem, como se ela pudesse vislumbrar, de uma vez, passado, presente e futuro. No conto que dá origem ao filme, a personagem explica que a linguagem alienígena pressuporia “uma interpretação teleológica dos acontecimentos: vendo os eventos ao longo de um período de tempo, reconhecia-se que havia uma exigência que devia ser satisfeita, um objetivo de minimizar ou maximizar. E era necessário saber os estados inicial e final para alcançar esse objetivo; era conhecer os efeitos antes do início das causas.” (CHIANG, 2016, p.2439) Trata-se de uma percepção de mundo distinta da humana, calcada em um sentimento trágico radical (em que tudo estaria predeterminado) mas desprovido de pathos, da dor envolvida na revelação (e no cumprimento) desse destino. Essa tragédia sem pathos (a “interpretação teleológica dos fatos”, conforme a personagem) é marcada no enredo do filme pela morte da filha da personagem principal: desde antes de seu nascimento, conhece-se as circunstâncias de sua morte e, ainda assim, nada pode ser feito (e nada é lamentado). Em A chegada, o contato acontece em uma sala dividida por uma grande tela retangular transparente, também suporte para a escrita alienígena. No espaço da tela, o próprio tempo (ou sua percepção) deixa de existir enquanto linearidade. Ao mesmo tempo, distintas visões de mundo, talvez intercambiáveis, mostram-se apenas incomunicáveis.
    Ao tratar do conceito de pós-verdade, Dunker defende que sua retórica seria “icônica”, com mensagens “em pacotes de informação, com imagens e textos, que se apresentam como um ‘todo de uma vez’”. E conclui: “Isso degrada a narrativa da viagem a um percurso sem memória”. (DUNKER, 2017, p.260) As mensagens de comunicação instantânea do WhatsApp (bem como plataformas como o Facebook, o Twitter e o Instagram) funcionam dessa maneira: as mensagens são lidas rapidamente, de maneira “blocada”, gerando uma reação pré-determinada (likes, compartilhamentos), em grande parte das vezes mais emocional que racional. Ainda segundo Dunker, abandona-se a prática da escuta (tão cara ao autor, que é psicanalista). A tela em A chegada tem a mesma função de uma tela de computador ou de celular: ela reduz a comunicação de visão de mundos distintas a seus componentes icônicos. Os alienígenas representam algo radicalmente a-histórico (ou “sem memória”), uma superação do humano que parece apontar não para o futuro, mas para o passado: se, em arte, os ícones nos remetem à Idade Média, parece mais compreensível (apesar de não menos criticável) o reaparecimento de, por exemplo, um movimento terraplanista. Estaremos de volta ao tempo dos tribalismos?

Bibliografia

    CHIANG, Ted. História da sua vida e outros contos. (e-book) Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.
    DUNKER, Christian. “Subjetividade em tempos de pós-verdade”. In: DUNKER, Christian et al. Ética e pós-verdade. (e-book) Porto Alegre: Dublinense, 2017.
    MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998.
    MOREIRA, Carlos André. “A chegada, dirigido por Denis Villeneuve, e a ficção científica como espelho do imaginário social”. Interfaces Brasil/Canadá, vol. 17, nº 1, Florianópolis; Pelotas; São Paulo, 2017. pp. 195-199.
    ROJAS, Letícia Rodrigues; GOMES, Nataniel dos Santos “O relativismo linguístico no conto ‘História de sua vida’, de Ted Chiang”. Cadernos do CNLF, vol. XXI, nº 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2017. pp. 2195-2213.
    RUNCIMAN, David. Como a democracia chega ao fim. São Paulo: Todavia, 2018.
    SCHMITT, Jean-Claude. O corpo das imagens: ensaios sobre a cultura visual na Idade Média. Bauru, SP: EDUSC, 2007.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br