O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Isabella Brandão Mendes Martins (UFJF)

Minicurrículo

    Graduada em Letras pela UFJF. Atualmente está finalizando o mestrado em Comunicação Social pela UFJF na linha de pesquisa intitulada Estética, Redes e Linguagem. Sua pesquisa envolve o artista Jean Cocteau. Com base nos estudos intermidiáticos e na teoria dos cineastas, analisa três filmes, dirigidos pelo artista, que constituem a trilogia Órfica, Sangue de um Poeta (1930), Orfeu (1950) e o Testamento de Orfeu (1960).

Ficha do Trabalho

Título

    Orfeu de Jean Cocteau: a jornada do Poeta

Resumo

    A trilogia Órfica, assim chamada pelo próprio Jean Cocteau, foi um dos trabalhos mais longos produzidos no cinema pelo artista. Os três filmes compõem um universo autônomo, livre e compacto, habitado pelo poeta, ou seus duplos e seus anjos. Fazem parte dela: Sangue de um poeta (1930), Orfeu (1950) e O testamento de Orfeu (1960). Este trabalho é centrado em Orfeu, na jornada do poeta, sua morte, sua ressurreição, sua busca pela inspiração poética e como se torna imortal.

Resumo expandido

    Orfeu (1950) antes de se tornar um filme foi uma peça de teatro desenvolvida por Jean Cocteau. Estreou no ano de 1926 no Théàtre des Arts de Paris, com decoração de Jean Victor Hugo e figurino de Coco Chanel. Tragédia em um ato e um intervalo, doze cenas e apenas um ato. Uma decoração simples e funcional, um vestuário também simples e contemporâneo com poucas cores e com alguns mínimos truques, porém de grande impacto, fazem parte desta primeira obra teatral de Cocteau, a qual é a base para o filme de mesmo nome, que estreou vinte e quatro anos mais tarde, como nos conta Pedraza (2016, p. 150).
    Vinte anos depois do primeiro filme da trilogia, Sangue de um poeta, Cocteau realiza sua grande obra cinematográfica. Agora com mais recursos econômicos e técnicos e também com mais habilidades e conhecimentos cinematográficos que ele adquiriu ao longo dos anos.

    Nesse filme temos o que Rajewsky (2012) chama de transposição intermidiática, quando uma mídia é passada para outra. No caso temos o mito de Orfeu, que está presente na literatura antiga, e também se trona um símbolo para Cocteau. Mas vamos nos ater aqui na transposição, temos uma narrativa literária sobre o mito, ele nos apresenta ao mito logo no início do filme. Em voz off, Cocteau nos conta a história do mito: “A lenda de Orfeu é bastante conhecida. Na mitologia grega, Orfeu foi um trovador lírico da Trácia. Ele encantava até os animais (…)(Orfeu, 1950)”. Em seguida Cocteau se refere a sua versão e adaptação desse mito, afirma que uma lenda pode ser reinterpretada em diferentes momentos históricos. Quando lidamos com uma transposição, devemos levar em consideração a diferença entre as mídias que irá afetar como uma mesma história será contada. No caso em específico, temos a literatura/ poesia e o cinema, de formas gerais, na literatura temos o “narrar” como forma básica de se contar uma história, e no cinema, por sua vez, temos o “mostrar”. Além disso, o artista sugere uma livre interpretação e ressignificação do seu filme para o espectador, desde o início não se propõe em fazer uma história fiel ao original. Abre outras possibilidades de interpretação, e não apenas uma fechada que ele poderia ter imaginado na realização do projeto. Cocteau assume seu filme como uma obra aberta. Ainda em voz off: “Onde se passa a nossa estória e em que época? Uma lenda pode estar além do tempo e lugar. Interprete como quiser…” (Orfeu, 1950). A fidelidade não deve ser a questão mais importante em se tratando de uma transposição intermidiática, pois cada mídia tem suas próprias características e particularidades que são impossíveis de serem transpostas totalmente ou parcialmente. O que nos interessa aqui é a forma como Cocteau assimila o mito e o ressignifica, transforma o personagem Orfeu em seu arquétipo de poeta.

    No filme encontramos os principais elementos do mito de Orfeu, sua fama como poeta, o relacionamento com Eurídice, a morte dela, a busca por ela no submundo por Orfeu, o seu retorno com a condição de que ele não poderia olhar diretamente para ela, temos a referência as bacantes (o bar onde Eurídice trabalhava antes de se casar), que na versão do mito escrita por Virgílio são as responsáveis por matar Orfeu depois que ele se afunda em sofrimento pelo seu segundo luto. Além disso Cocteau trabalha com a sua própria simbologia, como é o caso do espelho, acrescenta seus próprios personagens mitológicos, como a Princesa, Heurtebise e Cégeste, coloca humor na história em algumas situações e nos traz um final feliz para o amor entre Orfeu e Eurídice, a tragédia fica para os entes sobrenaturais presentes no filme. É como ele próprio diz, como se o amor fosse capaz de vencer os obstáculos, mesmo que seja o amor da Morte de Orfeu (a princesa) por Orfeu, que a faz reverter a situação que ela mesma provocou.

Bibliografia

    BORDWELL, David. THOMPSON, Kristin. A arte do cinema: uma introdução. Campinas, Editora Unicamp, 2013.
    COCTEAU, Jean. Poética del cine. Buenos Aires, El cuenco de plata, 2015
    GRAÇA, André, BAGGIO, Eduardo, PENAFRIA, Manuela. Teoria dos cineastas: uma abordagem para a teoria do cinema. FAP Revista Científica, vol. 12. 2015
    ORFEU (Orphée) Direção e Roteiro: Jean Cocteau, Produção: Jean Cocteau e André Paulvé, França, 1950, DVD, preto e branco, widescreen, 95 min.
    PEDRAZA, Pilar. Jean Cocteau: El gran ilusionista. Santander, Shangrila, 2016
    RAJEWSKY, Irina O. Intermidialidade, Intertextualidade e “Remediação!: Uma perspectiva literária sobre a intermidialidade. In: Intermidialidade e Estudos Interartes: Desafios da arte contemporânea Belo Horizonte, Editora UFMG, 2012.
    XAVIER, Ismail. Do texto ao filme: a trama, a cena e a construção do olhar no cinema. In: Literatura, Cinema e Televisão, Org: Tânia Pellegrini, São Paulo, Editora Senac São Paulo, 2003.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br