O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marcelo Vieira Prioste (PUC-SP)

Minicurrículo

    Doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA/USP. Professor universitário desde 1996. Atualmente leciona na PUC-SP. Membro da SOCINE – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual e da ASAECA – Asociación Argentina de Estudios sobre Cine y Audiovisual. Durante o doutorado desenvolveu pesquisa sobre o cinema documentário latino-americano com enfoque na produção do cineasta cubano Santiago Álvarez Román (1919-1998).

Ficha do Trabalho

Título

    De Santiago a Roma: uma mirada patronal no Cinema Latino-Americano

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Análise do filme Roma (México/USA, 2018) na perspectiva de sua busca por um efeito de reparação em relação ao passado, rememorando traumas pessoais do diretor e da história mexicana. Porém, ao trazer para o protagonismo a sua empregada, personagem de sua infância, o que emerge nesta alteridade é um distanciamento intransponível, que guarda similaridades àquele assumido por João Moreira Salles no documentário Santiago (Brasil, 2007), ao tentar retratar o mordomo que serviu sua família.

Resumo expandido

    Nas diversas entrevistas dadas para promoção do filme Roma (México/USA, 2018), o consagrado diretor mexicano Alfonso Cuarón reitera o caráter autobiográfico de sua obra. Numa experiência marcadamente autoral, desde a construção do roteiro aos processos de produção, fotografia e filmagem, Cuarón mergulha nas memórias de sua infância por meio de uma imagem espetacularizada de cineasta hollywoodiano que rememora episódios traumáticos de sua vida e da história do México, principalmente o Massacre de Corpus Christi ou El Halconazo, quando em Junho de 1971 mais de 120 estudantes foram mortos por um grupo paramilitar treinado pelo governo de Luis Echeverría Álvarez (1970-76).
    Porém, no centro dessa narrativa quem está é a personagem Cleo, empregada da família, jovem indígena de vida obliterada pela estrutura social mexicana e inspirada em sua babá na vida real (Libo Rodríguez). Se ao longo do filme Cleo se expressa em espanhol com os patrões e em mixteca, dialeto de grupos indígenas mexicanos, nas conversas com sua colega de serviço, contudo, sua subjetividade permanecerá inacessível ao longo da trama, envolta numa extenuante e cíclica ação laboral no espaço burguês do ambiente doméstico.
    Assim, enveredaremos por uma análise dos procedimentos de direção no filme Roma que, aliado a materiais extra-fílmicos centrados nas entrevistas do diretor, observaremos a perspectiva de um “filme de remissão patronal”, que busca por um efeito de reparação social conciliatória com o seu passado ao trazer para o centro da narrativa a personagem de sua infância, alguém cuja passividade repete-se agora como personagem fílmica. Posição acentuada pela direção maneirista, com enquadramentos socialmente hierarquizados somados a recorrentes e ostentosos travellings e planos-sequência, intensificando a distância para com a personagem que pouco se expressa.
    Um distanciamento similar aquele assumido e convertido em reflexão feita por João Moreira Salles no documentário Santiago (Brasil, 2007), ao contar a história do empregado (mordomo) que serviu a sua família por toda a infância.
    Dissensão que também havia sido tematizada no filme posterior do diretor brasileiro. Em No Intenso Agora (Brasil 2017), novamente pelo viés do documentário, Salles aborda a alienação da sua família, sua mãe principalmente, na efervescência política e cultural de 1968.
    É desta maneira que as reflexões do diretor brasileiro presentes em Santiago, muitas vezes de caráter confessional, sobre uma mirada patronal e as fronteiras no ato de filmar o subalterno, irão subsidiar uma análise fílmica da ficção mexicana em torno dos conceitos de voz e espaço na construção da mise en scène.

Bibliografia

    CÂMARA, Vasco. Alfonso Cuarón regressou ao México para resgatar a ama. (entrevista). Disponível em: https://www.publico.pt/2018/11/25/culturaipsilon/entrevista/alfonso-cuaron-regressou-mexico-resgatar-ama-1851867. Acessado em: 18/4/19.
    NOGUEIRA, Calac. Roma e os limites do visível. Revista Cinética, 2019. Disponível em: http://revistacinetica.com.br/nova/roma-e-os-limites-do-visivel/. Acessado em: 18/4/19.
    OLIVEIRA JR, Luiz Carlos. A Mise en scène no cinema: Do clássico ao cinema de fluxo. Campinas: Papirus, 2013.
    PINTO, Ivonete. Roma e o México invisível. In: Revista Teorema, Porto Alegre, n. 30, p. 64-68, 2018.
    VANOYE, Francis; GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio Sobre a Análise Fílmica. Campinas: Papirus, 1994.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br