O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Flávia Seligman (Unisinos)

Minicurrículo

    Bacharel em Jornalismo pela Famecos/ PUC RS. Mestre e Doutora em Cinema pela ECA/USP em 1990 e 2000. Pós-doutoranda no Programa de Pós Graduação em Design da Faculdade de Arquitetura da UFRGS (2019-2020), desenvolvendo a pesquisa DESIGN E CINEMA: GESTÃO E PLANEJAMENTO DA PRÉ-PRODUÇÃO DE UM FILME, supervisionada pelo Prof. Dr. Maurício Bernardes. Professora do Curso de Realização Audiovisual, da Unisinos. Diretora, produtora e roteirista audiovisual.

Ficha do Trabalho

Título

    SIM, TEVE DITADURA. A OUSADIA DE ROBERTO FARIAS EM PRA FRENTE BRASIL

Resumo

    Trabalho sobre o filme Pra Frente Brasil, de Roberto Farias, 1982, que conta a história de Jofre, um cidadão comum confundido com um militante, que acaba preso pela polícia, numa ação de repressão, em plena euforia da Copa do Mundo de 1970. Analisa a narrativa e os personagens, apontando como a situação é representada no filme em comparação com a realidade. Mais que isto, a forma como a situação do país é reconstruída dentro da possibilidade de apresenta-la no período em que foi rodado.

Resumo expandido

    Segundo a Revista Isto É O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quarta-feira, 27 de março de 2019, que não houve ditadura militar no Brasil, mas admitiu que houvesse “probleminhas” no regime que iniciou em 1964 e foi até 1985. O presidente também incentivou que escolas e o próprio exército festejasse a data de 31 de março como marco da “revolução”. (https://istoe.com.br/comemoracao-de-1964-ficara-dentro-dos-quarteis-diz-bolsonaro-em-entrevista-na-tv/ Acessado em 18/04/2019)
    Em 1982 o cineasta Roberto Farias, falecido em 2018, apresentou no X Festival do Cinema Brasileiro de Gramado o filme Pra Frente Brasil que conta a história de Jofre, um cidadão comum que é confundido com um guerrilheiro no aeroporto do Rio de Janeiro e acaba preso pelo DOI-CODI. O país vivia a euforia da Copa do Mundo de 1970 e em meio a isto a família de Jofre, tipicamente de classe média, descobre uma realidade paralela de lutas, repressão e violência. O filme mostra cenas de interrogatório e de tortura praticados por policiais civis em “apoio logístico” ao governo. Tratava-se de uma ação da “meganha”, como conceituou Élio Gaspari no livro A ditadura escancarada (GASPARI, 2002) ao referir-se à polícia civil que “auxiliava” bravamente à “tigrada”, ou seja, aos militares, no combate à subversão.
    Neste trabalho abordo o filme de Farias como uma história contada no calor da hora, pois foi filmado em pleno governo do General João Batista Figueiredo. Analisando a narrativa e o desenvolvimento e representação dos personagens em três campos: os cidadãos comuns de classe média, os guerrilheiros e os policiais, traço o relato de Farias sobre a época. Importante também poder destacar as estratégias que o realizador utilizou para poder abordar um assunto tão vivo quanto perigoso, a ditadura militar. Ao contrário do que afirmou Bolsonaro, a ditadura brasileira existiu de 1964 a 1985, teve cinco presidentes, todos militares, nenhum eleito pelo povo. Tirou do Brasil as liberdades civis, instaurou a censura nos meios de comunicação e nas artes, exilou, prendeu, torturou, matou e escondeu os corpos de mais de 400 pessoas com o apoio estratégico do governo dos Estados Unidos, a colaboração financeira dos grandes grupos econômicos nacionais e internacionais que atuavam no país e a ação das demais ditaduras do Cone Sul, Argentina, Uruguai e Chile. Tudo isto com grande o propósito de evitar que o Brasil se transformasse numa grande nação comunista.
    Após ganhar o prêmio de melhor filme do Festival de Gramado, Pra Frente Brasil ficou preso na censura durante um ano inteiro. Mesmo no festival o filme causou grande polêmica porque parte da plateia entendeu que Roberto havia abordado o tema de forma superficial, sem colocar a verdadeira culpa nos militares, uma vez que os torturadores que aparecem são todos civis. Outra parte da plateia louvou a coragem do cineasta em mostrar cenas de perseguição, prisão e tortura (explícita, pau de arara, choques elétricos e afogamentos) levando em conta que a ditadura não havia acabado.
    Com o passar do tempo e a volta às democracias, muito filmes foram feitos sobre este tema, tanto no Brasil quanto na Argentina, no Uruguai e no Chile, ficção e documentários. A história sempre revisada evita que seja esquecida e o cinema é parte fundamental deste propósito.
    Pra frente Brasil foi um marco que mesmo mal compreendido na época, hoje se trata de uma referência muito importante. Por isto uma homenagem ao seu realizador e um trabalho sobre ele, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.

Bibliografia

    1. GASPARI, Elio. A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia da Letras, 2002.
    2. ____________. A ditadura acabada. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.
    3. MORETTIN, Eduardo [et al.]. Cinema e história: circularidades, arquivos e experiência estética Porto Alegre: Sulina, 2017.
    4. MORETTIN, Eduardo e NAPOPLITANO, Marcos. (orgs.) O CINEMA E AS DITADURAS MILITARES. Intermeios, São Paulo, 2018.
    5. SELIGMAN, Flávia. O “Brasil é feito pornôs”: o ciclo da pornochanchada no país dos governos militares (Tese de Doutorado / ECA, USP, 2000).
    6. SILVA, Hadija Chalupe da e NETO, Simplício (org.) Os MÚLTIPLOS LUGARES DE ROBERTO FARIAS. Rio de Janeiro, Jurubeba Produções, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br