O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Karla Holanda (UFF)

Minicurrículo

    Professora do departamento de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine), da Universidade Federal Fluminense, é doutora em comunicação (UFF), e mestre em multimeios (Unicamp). É coorganizadora do livro “Feminino e Plural: mulheres no cinema brasileiro” (Papirus, 2017), dentre outras publicações. É também cineasta, tendo dirigido, dentre outros filmes, “Kátia” (2012).

Ficha do Trabalho

Título

    Cineastas mulheres seriam impermeáveis à grandeza?

Seminário

    Mulheres no cinema e audiovisual

Resumo

    Em 1971, Linda Nochlin publica nos Estados Unidos o ensaio “Por que não existiram grandes artistas mulheres?”, cuja provocação se instala desde o título, pela afirmação disfarçada em pergunta. Proponho aqui ajustar algumas questões promovidas pelo texto de Nochlin ao contexto cinematográfico brasileiro em torno dos 1970, quando grandes cineastas brasileiros se canonizavam pela história do cinema, que não incluiu nenhum nome feminino em grandeza similar. Seriam elas impermeáveis à grandeza?

Resumo expandido

    Quando Linda Nochlin fez a pergunta em seu célebre ensaio de 1971, “Why have there been no great female artists?”, ela sabia que poderia também estar insinuada a resposta: ora, “não há grandes artistas mulheres porque elas são incapazes de grandeza”. Enquanto podemos nomear facilmente alguns cineastas que se consagraram como “grandes” na história inscrita do nosso cinema, teremos dificuldade em encontrar equivalências femininas em “grandeza”. Entre as hipóteses, a primeira: as mulheres são mesmo impermeáveis à grandeza (assim como afrodescendentes e indígenas)? Transferindo a questão para as cineastas brasileiras, claro que vale contestar a afirmação pelo esforço de se desvelar histórias desconhecidas de mulheres e seus filmes ignorados, ao mesmo tempo em que se contribui para o maior conhecimento da história do cinema em geral. No entanto, como diz Nochlin em relação à arte, “essas iniciativas nada fazem para questionar os pressupostos que estão por trás da pergunta”. O que propomos aqui é desenvolver as discussões da historiadora da arte estadunidense, mas buscando caminho próprio, ao considerar o cinema e o contexto brasileiro. Fazendo paralelo com o mundo das artes, a ideia desta comunicação é investigar o sentido que se dá ao “grande cineasta” e como ele é construído, considerando, inclusive, o papel das instituições nesse processo.

    Assim como para escrever ficção é necessário ter dinheiro e um teto todo seu, como defende Virgínia Woolf, para filmar não seria diferente, sobretudo no período que viu nascer os grandes cineastas brasileiros, por volta dos anos 1970. As mulheres de classe média e alta eram preparadas para casar, ter filhos e cuidar dos assuntos domésticos, portanto, não tinham ambiente propício à criação, menos ainda se fosse fora de casa, e como não exerciam atividade remunerada, em geral, eram dependentes financeiramente. Raras delas recebiam apoio familiar ao tentar escapar da fatalidade; outras arcavam sozinhas com o ônus da ousadia. Não à toa, dois casos emblemáticos na história de nosso cinema: para poder dirigir, Carmen Santos criou seu próprio estúdio e Cléo de Verberena bancou sua própria produção (ARAUJO, 2017). Parece haver quantidade considerável de mulheres cineastas que interromperam suas carreiras logo no início por não conseguirem levar a dupla jornada.

    Central aqui será discutir os parâmetros que levam à noção de grandeza, o que determina esses parâmetros e a importância de deslocá-los. Se a partir dos anos 1970 algumas mulheres cineastas podem ser vistas como grandes já não tem importância. Ser “grande” implica uma escala comparativa, é colocar outros em posição menor. Ser grande, portanto, precisa cair no mau gosto da ideia tosca de ser melhor que outros.

Bibliografia

    ARAUJO, Luciana Corrêa de. Cléo de Verberena e o trabalho da mulher no cinema silencioso brasileiro. IN: HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti (orgs). Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas, SP, Papirus, 2017. p.15-29.

    BUSCATTO, Marie. A arte segundo o ponto de vista do gênero: Ou revelar a normatividade dos mundos da arte. In: QUEMIN, Alain; VILLAS BÔAS, Glaucia. Arte e vida social: pesquisas recentes no Brasil e na França. Marseille, França, Open Edition Press, 2016.

    NOCHLIN, Linda. “Por que não existiram grandes mulheres artistas?”. IN: PEDROSA, Adriano; MESQUITA, André (orgs). Histórias da sexualidade: antologia. São Paulo, Masp, 2017. P.16-37.

    SIMIONI, Ana Paula Cavalcanti. Os gêneros da arte: mulheres escultoras na belle époque brasileira. In: BUENO, Maria Lucia. Sociologia das artes visuais no Brasil (org.). São Paulo, Ed. Senac, 2012. p. 185-210.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br