O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Leonardo Bomfim Pedrosa (PUCRS)

Minicurrículo

    Jornalista, mestre e doutorando na Escola de Comunicação, Artes e Design da PUC-RS. Programador da Cinemateca Capitólio e da Sala P. F. Gastal em Porto Alegre. Editou o catálogo da mostra Nouvelle Vague tcheca: o outro lado da Europa. No mestrado, desenvolveu pesquisa sobre o cinema moderno. Atualmente pesquisa as possibilidades da ficção no cinema contemporâneo.

Ficha do Trabalho

Título

    O jogo com a ficção em Arábia, António Um Dois Três e As Boas Maneiras

Resumo

    Nesta comunicação apresentaremos uma análise do jogo com as ficções a partir da fragmentação e dos desdobramentos narrativos de três filmes brasileiros contemporâneos: Arábia (2017), de João Dumans, Affonso Uchoa; António Um Dois Três (2017), de Leonardo Mouramateus, e As Boas Maneiras (2018), de Juliana Rojas e Marco Dutra.

Resumo expandido

    Identificamos no período contemporâneo uma recorrência de desdobramentos da ficção a partir do jogo com o duplo e com o múltiplo. Nessa perspectiva, ainda na primeira década dos anos 2000, destacam-se obras de realizadores como Apichatpong Weerasethakul, David Lynch, Hong Sang-soo, Miguel Gomes, José Luís Guerín, Raya Martin, Mariano Llinás. Em diferentes contextos cinematográficos, o período contemporâneo lida com ficções que se abrem à vertigem. O “era uma vez” dá lugar ao “eram duas (ou muitas) vezes”.

    As complexidades desse cinema podem ser investigadas a partir da intervenção de um dos personagens de A Cara que Mereces (2004), o primeiro longa-metragem de Miguel Gomes: “não me vais contar uma história sem que eu saiba o fim desta”. A resposta do homem que narra a história sem final pode ser encarada como um manifesto sobre o modo como o cinema lida com as ficções no novo século: “para ouvir uma história é preciso ter paciência com as novas histórias que surgem antes do fim”.

    Na conversa do filme português, identificamos três possibilidades de definição para as recorrências que assombram a criação contemporânea: (1) uma história será contada e seu relato estará evidenciado no filme, a partir de recursos como a metalinguagem e a mise en abyme; (2) essa história não chegará ao fim, haverá uma interrupção e teremos contato apenas com um fragmento que nem sempre estará relacionado a um todo; (3) haverá outra história que surge a partir do choque de diferenças e de semelhanças.

    Nesta comunicação, apresentaremos a análise do jogo com as ficções a partir da fragmentação e dos desdobramentos narrativos de três filmes brasileiros contemporâneos: Arábia (2017), de João Dumans, Affonso Uchoa; António Um Dois Três (2017), de Leonardo Mouramateus, e As Boas Maneiras (2018), de Juliana Rojas e Marco Dutra.

    Em Arábia, o coming-of-age de um adolescente sugerido na primeira parte do filme é interrompido para que a obra ganha outra referência política, o “coming-of-rage” de um trabalhador. O garoto descobre um caderno com histórias narradas e o filme torna-se outro. António Um Dois Três recorre ao teatro para apresentar três variações, a partir de repetições e diferenças, das andanças de um jovem português e seu amigo, um imigrante brasileiro, que vacilam pelas ruas de Lisboa. Ainda mais radical, As Boas Maneiras narra a história de amor entre uma jovem do interior e a empregada doméstica e chega duas vezes a um desfecho. Há duas narrativas – separadas por um número musical – que apresentam começo, meio e fim rigorosamente delimitados.

    Entre os diversos estímulos provocados pelos filmes, interessa-nos, neste trabalho, investigar especialmente duas questões:

    1 – O modo como cada filme responde ao dilema contemporâneo identificado por Horacio Muñoz Fernández (2017): “como contar uma história depois de ter visto e lido todas as histórias?”

    2 – A retorno do desejo de “arquitetar conflitos, tramas, construir discursos e relações de significação”, em contraste com as proposições das narrativas sensoriais identificadas por Osmar Gonçalves (2014), para abordar temas que golpeiam a sociedade brasileira atual.

Bibliografia

    AUMONT, Jacques. Les limites de la fiction. Paris: Bayard Culture, 2014
    FERNANDEZ, Horacio Muñoz. Posnarrativo: el cine más allá de la narración. Madrid: Shangrilá, 2017.
    FIGUEROA, Marie Claire. Ecos, reflejos y rompecabezas: la mise en abyme en literatura. Cidade do México: Almadia, 2008
    GONÇALVES, Osmar (org.) Narrativas Sensoriais. 1ª ed. – Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2014
    LOPES, Denilson. Afetos, relações e encontros com filmes brasileiros contemporâneos. São Paulo: HUCITEC, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br