O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Thaís Itaboraí Vasconcelos (UFJF)

Minicurrículo

    Mestranda do Programa de Pós Graduação em Artes, Cultura e Linguagens, na linha de pesquisa Cinema e Audiovisual, do Instituto de Artes e Design da UFJF. Bacharel em Comunicação Social/Cinema pela UFF (2014). Realizou intercâmbio para Escola Superior de Teatro de Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa. Como cineasta, dirigiu os curtas José (2010) e Regando Bigodes (2012).

Ficha do Trabalho

Título

    Hiroshima Mon Amour : alegoria do esquecimento

Resumo

    O presente estudo é dedicado à análise do espaço em Hiroshima Mon Amour. O filme retrata um breve romance em Hiroshima, entre uma atriz francesa e um arquiteto japonês, os personagens não possuem nome, somente na última cena eles se autonomeiam. Ela diz: Hiroshima é o teu nome. Ele responde: Teu nome é Nevers. A partir de discussões que tangenciam o espaço e a paisagem, propõe-se pensar a paisagem fílmica nas suas possibilidades psicológicas e alegóricas.

Resumo expandido

    O presente estudo é dedicado à análise do espaço em Hiroshima Mon Amour. O filme retrata um breve romance em Hiroshima, entre uma atriz francesa e um arquiteto japonês. Ela ainda busca esquecer a dor pela morte do seu amante alemão que ocorreu em Nevers, assim como o mundo ainda busca esquecer o terror do que aconteceu em Hiroshima.
    Os personagens não possuem nome, somente na última cena eles se autonomeiam. Ela diz: Hiroshima é o teu nome. Ele responde: Teu nome é Nevers.
    Essa relação intrínseca entre os fatos ocorridos em Nevers e Hiroshima é explicitada pelo crítico Paulo Emílio Salles Gomes : “A madrugada de amor em Hiroshima é inseparável da madrugada da morte em Nevers. Emmanuelle encontra na pele do japonês o calor que sentiu esvair-se do corpo do soldado alemão assassinado nas margens do rio Loire”. (GOMES ,1981, p.213)
    A pesquisadora Cecília Mello em seu projeto de pós-doutorado Movimento e espaços urbanos no cinema mundial contemporâneo evidencia a importância de HMA na história do cinema e afirma que “a relação entre cinema, memória e cidade encontra sua matriz no filme Hiroshima meu amor”. (MELLO, 2011, pág.139) .
    As cidades (Hiroshima e Nevers) em HMA são palimpsestos de significados sócio-históricos e subjetivos, Giuliana Bruno descreve as cidades como “camadas de sedimentos, a soma de tudo aquilo que seus habitantes carregam dentro de si. (…) É, sobretudo, através do espaço e não do tempo que se movem as memórias” (apud MELLO 2013, p. 130).
    Em contraste com filmes de amor que exaltam a beleza dos espaços urbanos, como o seu contemporâneo Cinderela em Paris (1957), o amor aqui é associado ao nome da cidade bombardeada. O filme retrata o amor e a dor e propõe reflexões sobre o ato de filmar as cidades destruídas do contexto do pós-guerra, ponto irremediável da relação da cidade com o cinema (COMOLLI, 2008).
    As ruínas de Hiroshima são marcas de memória, as reconstruções remetem ao esquecimento, inevitável necessidade da memória. Já Nevers é a eternidade, filmada como descolada de um tempo que não seja o do imaginário, o horror do esquecimento do amor.
    A cidade de Hiroshima expressa a dualidade entre o lembrar e o esquecer e tem duas dimensões principais: a das ruínas e monumentos (lembrar) e a New Hiroshima dos souvenirs e prédios modernos (esquecer) .
    Ao longo do filme o rio Ota, presença da natureza na cidade de Hiroshima, funciona como alegoria do fluxo do tempo. Ela diz “os sete braços do estuário em delta do Rio Ota, esvaziam-se e enchem-se à hora habitual, exatamente às horas habituais com água fresca e piscosa cinza ou azul, conforme a hora e a estação”. Com trilha de Giovanni Fusco e Georges Delerue, os elementos textuais e musicais se complementam, para os momentos em que o Rio Ota está em evidência, o filme possui uma música especial para a temática do rio que se repete como leitmotiv.
    As cidades de Nevers e Hiroshima são no filme intrinsicamente ligadas, assim como os corpos do casal de amantes. A cidade de Hiroshima em sua dualidade das ruinas e reconstruções remete ao principal drama interno da personagem feminina o “horror do esquecimento”.
    A partir de discussões que perpassam os estudos do espaço e da paisagem, destacando-se o pensamento de Bachelard(1993) e David Melbye(2010). Propõe-se pensar a paisagem fílmica nas suas possibilidades psicológicas e alegóricas.

Bibliografia

    BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
    BRUNO, Giuliana, Atlas of Emotion: Journeys in Art, Architecture and Film. Nova York: Verso. 2007.
    COMOLLI, Jean L. Ver e poder – A inocência perdida: cinema, televisão, ficção, documentário. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008.
    GOMES, Paulo Emílo Sales. Crítica do cinema no Suplemento Literário-volume II. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
    MELBYE, David. Landscape allegory in cinema: from wilderness to wasteland.Springer, 2010.
    MELLO, Cecília. 2013. Um conto de duas cidades. In Cinema, Globalização e Transculturalidade, org. por Alessandra S. Brandão, Anelise Corseuil e Ramayana Lira, 119-138. Blumenau: Nova Letra.
    ______. Movimento e espaços urbanos no cinema mundial contemporâneo. Escola de Comunicações e Artes – USP, 2011.
    Disponível em: . Acesso em: 12. fev. 2019.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br