O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Alexandre Rossato Augusti (Unipampa)

Minicurrículo

    Professor adjunto do curso de Comunicação Social – Jornalismo, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com mestrado em Comunicação e Informação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutorado em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com estágio sanduíche na Università degli Studi di Salerno (Itália). Pós-doutor pelo PPG em Comunicação e Informação da UFRGS.

Ficha do Trabalho

Título

    Cinema noir italiano: a (in)dependência de uma femme fatale clássica

Resumo

    Analisa-se o cinema noir clássico italiano, a partir da perspectiva do hedonismo, alicerçado na figura da femme fatale. Ilustra-se a proposta com o filme O Bandido (Il Bandito – Alberto Lattuada, 1946), apontando-se a singularidade da personagem Lídia (Anna Magnani) como chefe de uma gangue composta por homens. A metodologia tem base na proposta analítica de Diane Rose (Análise de imagens em movimento, 2002) e de Francis Vanoye e Anne Goliot-Lété (Ensaio sobre análise fílmica, 1994).

Resumo expandido

    A comunicação parte de algumas das conclusões decorrentes de trabalhos produzidos durante o pós-doutorado do autor desta proposta, e faz parte do projeto de pesquisa A perspectiva hedonista no cinema noir e neonoir italianos, desenvolvido pelo autor e que conta com a colaboração de graduandos do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Este trabalho foi realizado pelo autor e a graduanda Vitória Farinha de Oliveira.
    Para a presente comunicação, ressalta-se a perspectiva hedonista dos filmes noir italianos, sustentada mais particularmente pela atuação da femme fatale, que pode apresentar algumas características específicas no contexto italiano. No caso do filme analisado nesta proposta – O Bandido (Il Bandito – Alberto Lattuada, 1946) – tem-se a femme fatale Lídia (interpretada por Anna Magnani) como a chefe de uma gangue, desafiando em diversos momentos a supremacia masculina.
    Como orientação metodológica, traz-se a proposta analítica de Diane Rose, através do livro Análise de imagens em movimento (2002); e a Análise Fílmica, utilizando-se os autores Francis Vanoye e Anne Goliot-Lété, com a obra Ensaio sobre a análise fílmica (1994).
    Ao se tomar a figura da femme fatale para amparar prioritariamente a abordagem hedonista dos filmes italianos, remete-se às alusões à beleza e ao sexo, como elementos que reportam ao hedonismo. Tradicionalmente, no cinema noir, o homem valoriza o hedonismo e a femme fatale utiliza essa tendência em prol de seus objetivos de ascensão social. Através de sua beleza e inteligência, essa mulher provoca o prazer masculino ou apenas incentiva a busca de sua realização.
    A análise do filme O Bandido transita pela preocupação em compreender a incomum personagem Lídia. Ao contrário do que se esperava do film noir em seu período clássico, que traria uma personagem em geral limitada materialmente e que busca ascensão, ele apresenta uma femme fatale mais distante de seus padrões, pois se descobre Lídia como líder, já rica e chefe de uma gangue desde o início da narrativa. Ao contrário do esperado, ela encanta a personagem Ernesto (Amedeo Nazzari) e o ajuda, enquanto normalmente é o protagonista masculino quem ofereceria ascensão social à femme fatale, que o seduziria com esse intento.
    Durante a narrativa, percebem-se estratégias de sedução da femme fatale, por exemplo, na cena em que Lídia coloca uma música e se acentua o envolvimento do casal. Quando ela acende um cigarro, conclui-se a posição de poder sobre Ernesto ao ser evocado o interesse sexual dele (tendo-se em vista o caráter fálico do cigarro), o que se concretiza quando ela o interroga sobre a sua vida, sem que revele algo sobre a dela. Segundos depois, ele responde aos interesses da femme fatale quando a beija. Nessa sequência, observamos o primeiro encontro do futuro casal. Percebem-se as intenções da Lídia com o homem, aparentemente mais novo e com vasta experiência em matar, como ele mesmo afirma. Adiante, o protagonista entra para a gangue da mulher e desenvolve-se com destaque nos crimes. Apesar disso, a femme fatale permanece no controle e liderança, não admitindo desrespeitos.
    A escolha do filme foi realizada também devido às particularidades de Lídia, propagando uma independência do feminino em um período em que o masculino se destaca como superior. Percebe-se a proeminência da femme fatale durante toda a narrativa, em que a maioria das suas falas, quando direcionadas a homens, são de ordens e até xingamentos, contrariando o esperado para as personagens femininas nas décadas de 40 e 50.
    Observa-se o cinema noir como lugar de contradições em relação ao feminino. Verifica-se, por exemplo, que apesar de ajudar no crescimento das atrizes no cinema mundial, em um período em que as mulheres ainda eram em sua maioria coadjuvantes de reduzida importância nessa área, exibindo a femme fatale como peça importante do gênero, por outro lado o noir incentiva o machismo, ao retratar a mulher de maneira gananciosa e ambiciosa.

Bibliografia

    CARVALHO, D. S. L. P. Fatal, cativa e independente: a mulher no film noir – Coimbra, 2011.
    HEREDERO, C. F.; SANTAMARINA, A. El cine negro: maduración y crisis de la escritura clásica. Barcelona: Paidós, 1996.
    MAIA, G. Ensaio sobre a música do cinema noir clássico: um panorama de O Falcão Maltês e A Marca da Maldade. Tempos Históricos, Paraná, V 15, Páginas 17-36, 1º semestre, 2011.
    NAZÁRIO, L. De Caligari a Lili Marlene: Cinema Alemão. São Paulo: Global. 1983.
    ROSE, D.; Análise de imagens em movimento In: BAUER, M, W.; GASKELL, D. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 2.ed. Petrópolis: Saraiva, 2002. cap.14, p.343-363.
    VANOYE, F; GOLIOT-LETÉ, A. Ensaio sobre análise fílmica. Campinas: Papirus, 1994.
    ZIZEK, S. Lacrimae rerum: ensaios sobre cinema moderno. São Paulo: Boitempo, editorial, 2009.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br