O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Leonardo Couto da Silva (UFRJ)

Minicurrículo

    Mestrando do PPGCom-UFRJ na linha de Tecnologias da Comunicação e Estéticas. Orientado pela professora Consuelo Lins, pesquisa a obra cinematográfica do cineasta catalão Albert Serra.

Ficha do Trabalho

Título

    A atuação de Jean-Pierre Léaud em “A morte de Luís XIV”

Seminário

    Corpo, gesto e atuação

Resumo

    Neste trabalho será analisada a atuação de Jean-Pierre Léaud no longa-metragem “A morte de Luís XIV” (2016), dirigido pelo cineasta catalão Albert Serra. No filme, o ator interpreta Luís XIV em seus últimos dias de vida, preso, quase imóvel, ao leito real por conta da gangrena que toma sua perna. Busca-se compreender como o corpo de Léaud – que traz consigo uma determinada história do cinema – se comporta diante das proposições do diretor, indicando quais gestos podem marcar uma autoria do ator.

Resumo expandido

    No Festival de Cannes de 2016, o longa-metragem “A morte de Luís XIV”, dirigido pelo catalão Albert Serra, teve a sua estreia. Estrelado por Jean-Pierre Léaud, o filme apresenta os últimos dias de vida do grande monarca do Absolutismo Francês em seus aposentos reais no Palácio de Versailles. O rei, com a perna tomada pela gangrena, definha, quase imóvel, até a morte, enquanto os médicos que o assistem buscam medidas para lhe alongar a vida.

    Serra filma com enquadramentos fechados, que não fornecem uma total ideia da configuração espacial. Centra-se de forma geral em primeiros planos dos rostos dos personagens, que lembram os “screen tests” de Andy Warhol. A temporalidade dos planos é bastante estendida em relação à ação dramática que ocorre. Recorrentemente, há planos do Rei que duram cinco minutos ou mais, nos quais vê-se apenas o seu corpo deitado em descanso ou em agonia. Dessa maneira, o filme contrasta com o de Rossellini, “O Absolutismo: A Ascensão de Luís XIV” (1966), em que uma situação dada – a morte de um dos cardeais mais importantes da França – faz com que o jovem príncipe tenha que realizar determinadas ações, fazendo-o ascender ao poder e consolidar a monarquia.

    A iluminação contrastada e sombreada, assim como a duração alongada acabam por deformar o rosto de Léaud. O ator-símbolo da Nouvelle Vague nos anos 60, agora com 74 anos, tem a sua velhice explicitada: podemos ver todas as suas rugas do rosto e das mãos, que parecem imitar as dobras barrocas das roupas e objetos decorativos. A juventude da qual Léaud era representante no cinema se esvaiu. Ao encarnar uma personagem cujo esquema sensório-motor (DELEUZE, 2007) se deteriora, não se fazem mais presentes determinadas marcas de sua atuação, como a expressividade dos gestos das mãos, o tom cômico e irônico de sua voz, ou a explosão repentina. A fragilidade do corpo mostra a efemeridade da própria existência – um motivo especialmente barroco (BUCI-GLUCKSMANN, 2003) – até mesmo a do grande ícone do Absolutismo.

    Neste trabalho será analisada a atuação de Léaud no longa de Serra, refletindo sobre como seu corpo – que traz consigo uma determinada história do cinema – se comporta diante das proposições do diretor, quais gestos podem marcar uma autoria do ator. Para isso, será tomado como base comparativa um panorama de outros filmes em que o ator francês participou. São exemplos desses a série do personagem romântico e cômico Antoine Doinel, dirigida por François Truffaut, os filmes políticos de Jean-Luc Godard, em que Léaud interpreta mais de uma vez um militante verborrágico, e trabalhos mais recentes, como “Que horas são aí?” (2001) de Tsai Ming-Liang, nos quais o artista parece ser um símbolo da cinefilia e, portanto, pertencente a um passado nostálgico (BAECQUE, 2010).

    A nossa questão é fruto das colocações de Serra em seu pequeno artigo “The Dramaturgy of Presence” (2014), onde o cineasta defende a concepção do ator como um performer, em suas palavras, “um gerador de gestos irrepetíveis e fatais” (p.92). A dramaturgia da presença é uma metodologia de trabalho que coloca o ator como figura central, partindo das inspirações deste para a realização do filme. Dessa forma, Serra afirma que a técnica deva estar subordinada ao ator, e não o contrário. É o ator quem fará “a simbiose com a decoração, o ritmo, a cor” (p.93), ou seja, o espaço deve ser construído de forma a melhor lhe servir. “A morte de Luís XIV” foi filmado com três câmeras simultâneas, e boa parte das decisões sobre a fotografia delegadas ao cinegrafista. Serra admite não utilizar “video assist” em seus filmes, para, assim, estar sempre próximo do ator, atento às novidades que este traz para a cena planejada.

Bibliografia

    BAECQUE, Antoine de. Cinefilia. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
    BUCI-GLUCKSMANN, Christine. Esthétique de l’éphémere. Paris: Galilée, 2003.
    DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2009.
    JOSHI, Sonali. Jean-Pierre Léaud: star of the French cinema. PhD thesis, University of Glasgow, 2004.
    MOULLET, Luc. Politique des acteurs. Paris: Cahiers du Cinéma, 1993.
    SERRA, Albert. The dramaturgy of presence. In: Cinema Comparat/ive Cinema, Vol. II, No. 4, 2014. p.91-94.
    WEINER, Susan. Jean-Pierre Léaud’s Anachronism: The Crisis of Masculinity in Jean Eustache’s La Maman et la putain. L’esprit Créateur, [s.l.], v. 42, n. 1, p.41-51, 2002. Project Muse. http://dx.doi.org/10.1353/esp.2010.0460.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br