O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Juliano José de Araújo (UNIR)

Minicurrículo

    Juliano José de Araújo é doutor em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas com estágio doutoral na Université Paris X-Nanterre. É mestre em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista, onde se graduou em Comunicação Social/Jornalismo. É professor do Departamento de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia. Coordena o projeto de pesquisa “Documentarismo rondoniense: análise de filmes de não-ficção (1997-2013)”, aprovado na Chamada Universal CNPq nº 01/2016.

Ficha do Trabalho

Título

    A representação do conflito socioambiental no documentário rondoniense

Resumo

    A comunicação analisa a representação do conflito socioambiental decorrente do garimpo no documentário Os requeiros (1998, Lídio Sohn e Pilar de Zayas Bernanos), de Rondônia. Problematiza a relação entre a ideologia desenvolvimentista do Estado e a degradação ambiental, discutindo as estratégias fílmicas empregadas pelos realizadores, além de se considerar o potencial dos recursos audiovisuais como processos discursivos alternativos à história oficial.

Resumo expandido

    A Amazônia tem passado, no decorrer da história, por vários “surtos devassadores”, todos relacionados à expansão capitalista mundial. Esse processo de devassamento da Amazônia – iniciado ainda no século XVI com a busca pelas drogas do sertão, passando pelo ciclo da borracha no final do século XIX e início do XX, e pelas frentes agropecuárias e minerais provenientes do Nordeste, a partir de 1920 – acentuou-se com os programas e projetos capitaneados pelo governo militar após o golpe de 1964, tendo em vista que a ocupação da região tornou-se prioridade para o Estado nesse período (ARBEX JÚNIOR, 2005; BECKER, 2015).
    Algumas ações empreendidas pelos militares na Amazônia foram o Programa de Integração Nacional (PIN), que teve como objetivo a extensão da malha rodoviária e a implantação de projetos de colonização oficial, lançado em 1970; o Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia (Poloamazônia), de 1974 e que tratou da elevação do rebanho, melhoria de infraestrutura urbana e mineração; e o Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil (Polonoroeste), projeto de 1981 para a pavimentação da BR-364, que liga Cuiabá a Porto Velho, e promoção da colonização em Rondônia (BECKER, 2015).
    “Integrar para não entregar” e “Terras sem homens para homens sem terras” foram os slogans criados no âmbito do PIN e alardeados pela propaganda governamental, tendo em vista que a proposta do Estado era ocupar um espaço considerado como suposto “vazio demográfico”, ignorando totalmente as populações que ali já habitavam. Isso fez com que a região se tornasse cenário de inúmeros conflitos socioambientais envolvendo, de um lado, os povos indígenas, os seringueiros e os ribeirinhos e, de outro, uma multidão de migrantes provenientes do Nordeste e Sul do Brasil, em conjunto com grandes empreendimentos capitalistas, notadamente com a entrada do capital do exterior e nacional do Sudeste (BECKER, 2015; KITAMURA, 2017).
    Nesse contexto, este trabalho pretende discutir a representação do conflito socioambiental no âmbito da produção audiovisual de não-ficção de Rondônia. Para tanto, o documentário rondoniense Os requeiros (1998), do casal de realizadores Lídio Sohn e Pilar de Zayas Bernanos, foi escolhido como corpus. A história do garimpo Bom Futuro, em Ariquemes, município do interior de Rondônia, é o tema desse documentário, que mostra como era a vida dos requeiros – os garimpeiros que trabalham manualmente – antes da chegada das grandes empresas mineradoras e da intervenção do governamental no garimpo, o que gerou muitos conflitos. Com a crescente dificuldade da extração da cassiterita, aos poucos o garimpo foi se desfazendo e os requeiros indo embora. O que antes abrigou mais de 20 mil pessoas, em 1997, só registrava 1.500, deixando uma grande área devastada.
    Tendo como como metodologia a análise fílmica (AUMONT e MARIE, 2009), a partir do diálogo entre elementos internos (imagem, som etc.) e externos (como uma entrevista com a cineasta Pilar de Zayas Bernanos) ao documentário, procura-se refletir sobre a representação fílmica (NICHOLS, 2016; RAMOS, 2008) feita pelos realizadores do conflito socioambiental, tão presente no cotidiano da região, problematizando a relação entre a ideologia desenvolvimentista do Estado e a degradação ambiental (BECKER, 2015; KITAMURA, 2017). Busca-se também pensar as estratégias empregadas pelos realizadores na construção dessa narrativa audiovisual, tais como os testemunhos através de entrevistas e depoimentos, o uso de imagens de arquivo e o comentário em voz over, além de se considerar o potencial dos recursos audiovisuais como processos discursivos alternativos à história oficial (FERRO, 2010).

Bibliografia

    ARBEX JÚNIOR, José. “Terra sem povo, crime sem castigo. Pouco ou nada sabemos de concreto sobre a Amazônia”. In: TORRES, Maurício (Org.). Amazônia revelada: os descaminhos ao longo da BR-163. Brasília: CNPq, 2005.
    AUMONT, Jacques e MARIE, Michel. A análise do filme. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2009.
    BECKER, Bertha. As amazônias de Bertha K. Becker: ensaios sobre geografia e sociedade na região amazônica. Volume 2. Rio de Janeiro: Garamond, 2015.
    BERNANOS, Pilar de Zayas. Depoimento. [18 de julho, 2018]. Florianópolis. Entrevista concedida a Juliano José de Araújo.
    FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
    KITAMURA, Elisabeth Kimie. Cinema e educação: o conflito socioambiental na representação fílmica de Adrian Cowell. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2017.
    NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. 6ª ed. Campinas: Papirus, 2016.
    RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal… o que é mesmo documentário? São Paulo: Senac, 2000.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br