O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Sylvia Beatriz Bezerra Furtado (UFC)

Minicurrículo

    Beatriz Furtado é professora da graduação em Cinema e da Pós-Graduação em Comunicação, do Instituto de Cultura e Arte, da Universidade Federal do Ceará. Publicou os livros “Imagens que Resistem”; “Imagens Eletrônicas e Paisagens urbanas” e “Cidade Anônima”. Organizou os dois volumes de “Imagem Contemporânea” e “Fazendo Rizoma”, com Daniel Lins. Seu atual projeto de pesquisa trata sobre a Cena no cinema contemporâneo.

Ficha do Trabalho

Título

    Cena, corpo e gestos em “Trabalho N.1”

Resumo

    O texto proposto trata sobre a realização de uma video-instalação, que tem por título “Trabalho N.1”, na qual construo uma partitura de gestos para colocar em cena o trabalho de lavar do mar. A obra se faz como um método de pesquisa sobre o corpo e as gestualidades do trabalho em que busco esvaziar nos corpos os sentidos de um trabalho sem êxito. Esse texto se faz com os estudos sobre a Cena, em Beckett e Artaud; com Deleuze e o cinema-corpo, e os gestos nos corpos em Didi-Huberman.

Resumo expandido

    O texto proposto trata sobre a realização de uma video-instalação, que tem por título “Trabalho N.1”, na qual construo uma partitura de gestos para colocar em cena o trabalho de lavar do mar. A obra se faz como um método de pesquisa sobre o corpo e as gestualidades do trabalho em que busco esvaziar os corpos os sentidos de um trabalho sem êxito.
    Em “Trabalho N.1.”, tento criar uma espécie de dramaturgia de movimentos corporais ligados aos afazeres diários, contínuos, repetitivos, buscando, através dessas gestualidades submetidas ao controle, às normas e aos poderes inscritos nesses fazeres, criar esvaziamentos. Deslocar o lugar do trabalho – sobretudo um tipo de trabalho desconsiderado, invisibilizado – o constituindo como um ato sem finalidade, pondo em causa o sentido último do mundo do trabalho e da produção. Não interessava ao filme representar os gestos implicados no trabalho, mas construir com esses gestos, e na sua repetição, o seu esvaziamento, para criar despropósito e irrazoabilidade.
    “Trabalho N.1.” é um filme realizado em um único plano-sequência, em um plano geral, frontal e fixo, durante 15 minutos de um entardecer, a beira do mar, onde um grupo de homens e mulheres, atores e performers, alguns isolados e outros por grupos, entram em tempos distintos, ocupam o quadro e executam a tarefa de lavar o mar. Foram criados procedimentos em relação a cena ser construída, um tempo de permanência de cada ator na cena, um desenho do espaço a ser ocupado e uma partitura de ações: Lavar o mar, enxuga-lo, esfregar suas águas, lança-las de volta. Tratava-se de um esforço sem resultados, pela negação de uma razão que subordina os corpos às operações do poder, isso que Foucault chamou de disciplina, que são os poderes inscritos em corpos e subjetividades.
    A cena filmada faz uma oposição ao corpo do trabalho como adequação e sofrimento. É uma tentativa de redesenho dessa geografia perversa na qual estamos confinados, numa espécie de delírio coletivo, através dessa comunidade de homens e mulheres quaisquer, sem finalidades. Uma dramaturgia que se quer próxima do plano elaborado por Artaud, de purificação, para gerar um novo corpo que não é nem humano nem metafísico e que busca uma forma de afirmar o mundo como lugar da existência e da vida. É uma cena constituída por seres insignificantes, sem glória, e, por isso mesmo, surgem como existências fulgurantes, embora inessenciais. O que mobilizou esse trabalho foi a produção esvaziamento dos gestos – por isso a proposição de projeta-lo em loop, que é um tipo de temporalidade que se inscreve na imagem, e faz ver as profundas transformações que ocorrem como o Mesmo.
    Não há nessa gestualidade qualquer sentido fabril, embora exista um primeiro impulso em direção ao trabalho repetitivo e alienado do modo de produção industrial. A cena se faz por corpos em estado de esforço mas há algo de descompromisso, um certo estado de devaneio, de desvario dos corpos. Os atores entram em cena em momentos distintos, às vezes agrupados, outras de forma isolada, ocupam o espaço por aproximações e distanciamentos em relação aos demais e também em relação aos fluxos das águas do mar.
    Os atores tiveram uma orientação sobre a ocupação do espaço, o tempo de permanência em cena e os objetos com os quais iriam produzir o trabalho, além de uma partitura de movimentos com a qual abriram-se a outros estados possíveis do corpo. Não há mimetismos. A partitura de movimentos se prestou como mobilizadora de um movimento em si. Ou seja, daquilo que os movimentos produziam no corpo. Entraram em jogo outras coordenadas físicas: o peso dos corpos, o gestos em direção ao alto e ao baixo, a ocupação das lateralidades, a relação de horizontalidade com o mar, o trabalho do corpo com os objetos, o desequilíbrio.
    Na análise da cena me faço acompanhar de Artaud, Foucault, Beckett e Didi-Huberman em seus estudos do corpo, das bestialidades, da cena e da dramaturgia.

Bibliografia

    ARTAUD, Antoni. O Teatro e seu Duplo, Martins Fontes, 1999, São Paulo.
    BECKETT, Samuel. O Teatro de Samuel Beckket. Arcádia, São Paulo.
    DELEUZE, Gilles. Imagem-Tempo. Brasiliense, 1990, São Paulo.
    FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Vozes. 1987
    HUBERMAN, Didi. A Invenção da Histeria. Contraponto, 2015, Rio de Janeiro.
    ….. Levantes. Catálogo de exposição, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br