O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gabriel Neiva (PUC RIO)

Minicurrículo

    Gabriel Neiva é professor do departamento da Comunicação PUC RIO. Tem graduação na História da UFF. Fez mestrado em Sociologia e Antropologia no PPGSA (UFRJ). Doutorou-se em 2018 pelo Programa de Pós Graduação em Comunicação da UERJ (PPGCOM/UERJ).

Ficha do Trabalho

Título

    O filme “Domínio Público” e as heterotopias do Rio de Janeiro

Resumo

    A comunicação procura analisar o documentário “Domínio Público” (2014). Este apresenta de forma contundente, as transformações que a cidade sofreu durante o período da chamada “Era dos megaeventos”. Dessa forma, tais registros fílmicos constroem discursos que se opõem versões governamentais, iluminando aspectos antes ou “silenciados” pelas falas oficiais. Articula-se sua análise como o filme constrói uma tese, a partir das vozes ali articulada, um repertório sobre heterotopias contrahegemônicas

Resumo expandido

    O filme “Domínio Público” constrói uma narrativa fílmica que evidencia os abusos governamentais e econômico em torno do projeto dos megaeventos. A película se posiciona em consonância com trabalhos de estudiosos do Rio de Janeiro contemporâneo como Carlos Vainer (2009), Fernanda Sanchez (2010) e Lucas Faulhaber (2015) e com o dossiê de denúncia de abusos de direitos humanos finalizado pela Comissão Popular da Copa e das Olímpiadas, sinalizando a conexão entre a criação da imagem de uma cidade “mercadoria” e neoliberal em escala global e o aprofundamento da exclusão econômica e social.
    Em tempos de preparação de megaeventos, parecia existir, pelo menos nos ambientes audiovisuais ali mobilizados, um sentimento de entusiasmo sobre as mudanças que o Rio de Janeiro estava passando. Recuperava-se, assim, sua vocação de “cartão-postal” e “cidade apaixonante”, turbinada pelos possíveis impactos positivos da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Porém, de forma concomitante, o filme Domínio Público sintetizava discursos sobre a cidade passaram a ser registrados: a exclusão social, a militarização da vida através das UPP´s (Unidades de Polícia Pacificadora), as remoções habitacionais e, consequentemente, as resistências e manifestações contrárias a tais processos aconteciam a plenos vapores naquele mesmo solo urbano.
    O filme “Domínio Público” foi dirigido por Fausto Mota, Raul Vidal e Henrique Ligeiro. A partir de uma campanha realizada pelo site de crowdfunding Catarse.me, conseguiu-se captar o orçamento necessário para finalizar o documentário. De acordo com a descrição dessa mesma página, a realização nasce com a intenção de investigar as repercussões dos megaeventos sobre o país e, mais especificamente, o Rio de Janeiro. Observa-se, então, a partir do minucioso trabalho de pesquisa fílmica e do discurso concatenado no release do Catarse.me, um projeto que pretende intervir, assim como no Dossiê do Comitê Popular, nas dinâmicas do meio urbano.
    Outro aspecto central desses discursos é o caráter de colaboração coletiva atrelado a estes. Dentre os participantes das empreitadas, apresentam-se cineastas, urbanistas, sociólogos, jornalistas, antropólogos e ativistas de diversas filiações. Nessa última categoria estão arrolados movimentos ligados à causa indígena, às comunidades e favelas, núcleos sociais da defensoria pública e partidos políticos, os chamados “midiativistas” e institutos e organizações não governamentais cuja atuação se baseia na denúncia das violações dos direitos humanos. Trata-se de um mosaico de vozes, advindas de experiências diversas, que acabam por arquitetar um distinto repertório do imaginário carioca.
    Utiliza-se, aqui, então, o conceito de heterotopia articulada tanto por Michel Foucault (2013) e Henri Lefebvre (1991). Enquanto o primeiro heterotopia para compreender alguns lugares que fogem do “senso comum”, lócus que são a “contestação de todos os outros espaços” (FOUCAULT 2013: 28), comprovam a centralidade do espaço na sua experiência cotidiana e, principalmente, no meio urbano. A cidade se configura como um território privilegiado desses outros espaços, no qual um mesmo pedaço de rua pode ser ocupado em suas múltiplas possibilidades de compartilhar ou disputar a experiência do comum. Já Lefebvre diferente abordagem conceitual: os espaços heterotópicos são principalmente arenas de disputas sobre o “direito à cidade”, em que a participação pública acaba por contradizer os interesses de reprodução do grande capital. Assim, a cidade cria seus espaços de resistência, mobilizando-se contra a mercantilização da vida. Propõe-se, aqui, então, as junções e a problematização dessas duas conceituações distintas de heterotopia. levando em consideração que ambas a possibilidade da constituição de discursos e práticas socioespaciais que vão além das forças econômicas e politicamente hegemônicas. Por sua vez, “Domínio Público” articula um corpus de vozes e discursos usualmente “esquecidas” e “apagadas”.

Bibliografia

    FAULHABER, Lucas. SHM: Remoções no Rio de Janeiro olímpico. Rio de Janeiro: Editora Mórula, 2015.
    FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo, N-1 Edições, 2013.
    HARVEY, David. “Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração no capitalismo tardio”, in: Espaço & Debates: Revista de Estudos Regionais e Urbanos, n. 39. São Paulo: 1996.
    HEFFNER, Hernani. “A paisagem carioca no cinema brasileiro”, in: MARTINS, Carlos (org). A paisagem carioca. Rio de Janeiro: MAM/Prefeitura do Rio, 2000
    LEFEBVRE, Henri. The production of space. Oxford: Blackwell Publishing, 1991.
    POLLAK. Michael “Memória, Esquecimento e Silêncio”. In Estudos Históricos, volume 3, Rio de Janeiro, 1989.
    SANCHEZ, Fernanda. A reinvenção das cidades para um mercado mundial. Chapecó: Editora Argos, 2010.
    VAINER, Carlos. “Pátria, empresa e mercadoria: a estratégia discursiva do planejamento estratégico urbano”, in: A cidade do pensamento único. Petropólis: Vozes, 2000.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br