O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Helder Thiago Cordeiro Maia (FAPESP)

Minicurrículo

    Bolsista Pós-Doutorado FAPESP em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa na USP. Doutorado em Literatura Comparada pela UFF/2018. Mestrado em Literatura Hispano-Americana pela UFF/2014. Graduação em Letras Vernáculas e Espanhol pela UFBA/2011. Intercâmbio na UBA/2011. Pesquisador do NuCuS/UFBA e Red LIESS/Espanha. Editor da Revista Periódicus. Autor dos livros O Devir Darkroom e a Literatura Hispano-americana (2014) e Cine(mão): espaços e subjetividades darkroom (2018).

Ficha do Trabalho

Título

    Cisgeneridade e transgeneridade no espaço físico do cinemão

Seminário

    Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil

Resumo

    Neste trabalho, a partir de quarenta e quatro textos literários e de vinte e nove estudos antropológicos latino-americanos, analiso as presenças, ausências e hegemonias dos corpos cisgêneros e transgêneros nos cinemas pornográficos. Nesse sentido, estamos interessados em entender como homens cisgêneros, homens transgêneros, mulheres cisgêneras e mulheres transgêneras se relacionam com o espaço físico do cinema pornô.

Resumo expandido

    A partir da análise de quarenta e quatro textos literários e de vinte nove antropológicos, constatamos que a cisgeneridade ou a transgeneridade dos autores desses textos se relacionam diretamente não só com quais corpos são narrados, mas também como esses corpos são narrados. Assim, considerando os textos literários, podemos dizer que 87,5% dos autores são homens cisgêneros e 12,5% são mulheres trans. Não há, portanto, textos literários escritos por mulheres cis ou por homens trans. Analisando os textos antropológicos, e levando em consideração os textos com coautoria, podemos dizer que 94,55% dos pesquisadores são homens cisgêneros e 5,55% são mulheres cisgêneras. Não há pesquisadoras nesse campo que sejam mulheres ou homens trans, o que mostra o quanto esses sujeitos ainda estão alijados da pesquisa acadêmica. Nesse sentido, a hegemônica produção antropológica de homens cis nos ajuda a entender o porquê da maioria desses textos construírem uma narrativa a partir da perspectiva do usuário cis do cinemão. No campo literário, a hegemônica produção cisgênera masculina se não reflete uma multiplicidade de corpos dos narradores e personagens, ao menos constrói uma multiplicidade de posicionalidades do homem cisgênero dentro dos cinemas pornôs. No campo da antropologia, as pesquisadoras cisgêneras também privilegiam, como principal interlocutor, o homem cisgênero que ocupa o espaço como cliente. Parece-nos ainda haver uma relativa colonização dessa fala a partir da perspectiva dos homens cis. No campo literário, não encontramos nenhum texto produzido por autoras cisgêneras e, talvez, por conta disso, nenhum texto consiga produzir uma voz ou uma narrativa própria para as mulheres cis dentro do cinemão. Na antropologia, cabe destacar a total ausência de homens e mulheres trans que produzem pesquisa nessa área. Além disso, os homens trans também não produzem literatura e nem mesmo relatos eróticos, assim como também não são representados na produção antropológica e literária. Se é questionável a afirmação de que esses sujeitos não frequentam os cinemas pornôs, é recorrente entre os mesmos a afirmação de que não só a voz, como também as demandas deles, são inaudíveis à maior parte das pessoas. Recuperando e repensando algumas considerações de Preciado (2018), podemos dizer que os homens trans são como fantasmas que estão marcados por uma total ausência de representação. As mulheres trans e travestis quase sempre aparecem nas narrativas antropológicas de pesquisadores cisgêneros. Essa produção, entretanto, constrói o lugar das mulheres trans sempre a partir da prostituição; não aparecendo, por exemplo, travestis como clientes do espaço. É no campo literário onde encontramos uma maior polifonia e posicionalidade dos corpos trans, especialmente através dos textos de Naty Menstrual (2008, 2009) e Susy Shock (2013). Esses textos rompem com a narrativa antropológica, que circunscreve esses corpos exclusivamente à prostituição, e reescreve a história travesti no cinema pornô também como usuárias. A polifonia de vozes das travestis, portanto, ainda que não seja tão grande quanto a dos textos que narram a experiência do homem cisgênero, apresenta posicionalidades que extrapolam a narrativa única da antropologia.

Bibliografia

    BAGAGLI, Bia Pagliarini. O que é cisgênero. Disponível em: . Acesso em 18 abril 2019.

    KAAS, Hailey. O que são pessoas cis e cissexismo? Disponível em: . Acesso em 18 abril 2019.

    MAIA, Helder Thiago. Cine[mão]: espaços e subjetividades darkroom. Salvador: Devires, 2018.

    MENSTRUAL, Naty. Corazón de cine porno. Disponível em: . Acesso em 18 abril 2019.

    _______. Continuadísimo. Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2008.

    PALHANO, Luciano. Homens trans, da invisibilidade à luta. Disponível em: . Acesso em 18 abril 2019.

    PRECIADO, Paul B. Cartografias “Queer”: O “Flâneur” Perverso, A Lésbica Topofóbica e A Puta Multicartográfica, Ou Como Fazer uma Cartografia “Zorra” com Annie Sprinkle. Disponível em: . Acesso em 18 abril 2019.

    SHOCK, Susy. Relatos en Canecalón. Buenos Aires: Nuevos Tiempos, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br