O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Luiz Antonio Mousinho (UFPB)

Minicurrículo

    Luiz Antonio Mousinho é Professor Titular do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba. Fez mestrado em Letras na UFPB e doutorado em Teoria e história literária na UNICAMP. Desenvolve pesquisa junto ao CNPq (PQ) sobre cinema e cultura. É autor de Uma escuridão em movimento – relações familiares em Clarice Lispector e A sombra que me move – ensaios sobre ficção e produção de sentido (cinema, literatura, tv). (EDUFPB/ Ideia,1997; 2012)

Ficha do Trabalho

Título

    Robert Stam leitor de Machado de Assis

Resumo

    Pretendemos investigar aspectos da leitura que Robert Stam fez da adaptação do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, realizada pelo cineasta André Klotzel. Nos apoiaremos em categorias narratológicas como narrador, focalizador e personagem, levando em conta ainda o conceito de dialogismo. Buscaremos fazer ainda contraponto da adaptação de Dom Casmurro na microssérie Capitu, onde alguns aspectos debatidos por Stam estão, a nosso ver, contemplados.

Resumo expandido

    Pretendemos investigar aspectos da leitura que o teórico do cinema e da cultura Robert Stam fez da adaptação do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, realizada pelo cineasta André Klotzel (STAM, 2008). Daremos ênfase à observação das questões de como o autor lê as relações entre ficção e sociedade tensionadas pelo texto-fonte e pela adaptação cinematográfica, ressaltando o que Stam afirma quando diz que o que lhe “interessa é a historicidade das próprias formas, a maneira pela qual as escolhas estilísticas em termos de gênero, voz e ponto de vista ressoam o que a translinguística chama de ‘avaliações sociais’ ”. (STAM, 2008, p.38).
    Nos apoiaremos em categorias narratológicas como narrador, focalizador (GENETTE, s/d; JOST; GAUDREAULT, 2009, STAM, 1992) e personagem (CANDIDO, 1992; SALLES GOMES, 1992), e nas discussões sobre ficção e sociedade (CANDIDO, 2000; SHOHAT, STAM, 2006; AUMONT, 1995; MARTIN, 2003), levando em conta ainda o conceito de dialogismo (BAKHTIN, 1981; STAM, 1992) mobilizadas na observação da leitura feita pelo teórico e crítico. Acrescentamos ainda ao corpus, ao final, o contraponto da adaptação de Dom Casmurro para a televisão na microssérie Capitu, dirigida por Luiz Fernando de Carvalho, onde alguns aspectos debatidos por Stam na obra machadiana estão, a nosso ver, contemplados.
    Em A literatura através do cinema, Robert Stam aborda um espectro amplo de obras adaptadas para o cinema, dentre elas várias narrativas brasileiras. Observando, por exemplo, A hora da estrela, de Clarice Lispector, situa a novela literária como estando filiada à “tradição reflexiva de Cervantes, Fielding, Sterne e Machado de Assis”, com um narrador que “dá ênfase às escolhas envolvidas na escrita”. No capítulo dedicado a Memórias póstumas de Brás Cubas e sua adaptação por André Klotzel, Robert Stam destaca como avanço nos gestos tradutórios de Klotzel o afastar-se em relação às narrativas cinematográficas tradicionais, que investem no enredo e elidem o caráter de constructo da obra, ressaltando na adaptação vasta presença do personagem-narrador defunto Brás Cubas, posto em cena, com as problematizações metalinguísticas e metaficcionais que constituem o texto-fonte. Ao mesmo tempo o texto de Stam aponta lacunas quanto a tematização sobre questões como a escravidão no Brasil, agudas em Machado, laterais no filme de Klotzel.
    Lembrando, com Maria Lúcia Dal Farra, que “a voz original do romance não é propriamente aquela que se desprende da boca do narrador, mas o acorde de vozes propagadas na ampla abóbada acústica do romance”, refletiremos sobre a relação do personagem-narrador-focalizador na obra de Machado e no filme de Klotzel em correlação com outros dados das narrativas literária e cinematográfica, tentando perceber como os mesmos velam, revelam, acentuam ou elidem aspectos relativos às suas contradições de classe. E lembrando como numa narrativa focalizada, com ponto de vista limitado, há um olhar mais amplo construído pela obra que pode ser fortemente discordante da perspectiva do personagem-focalizador.
    Como contraponto pontual, tentaremos analisar em que medida outra adaptação da obra machadiana, a microssérie Capitu, adaptada de Dom Casmurro, responderia a algumas provocações colocadas pelo pesquisador ao final de seu texto sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas, no que se refere ao esmaecimento de certo olhar sobre o social. O diálogo entre as obras observadas e seus contextos, rastreando as vozes textuais (Stam; Shohat, 2006) que as informam, procurará ressaltar aspectos estéticos das próprias obras, ao mesmo tempo trazendo a oportunidade de problematizar o debate teórico em relação às distinções entre câmera subjetiva e focalização, entre focalização e narrador, sobre ficção e sociedade. Buscaremos, em suma, acompanhar o debate teórico e crítico de Stam, procurando suplementá-lo na abordagem das duas obras.

Bibliografia

    AUMONT, J. et. al. A estética do filme. Campinas: Papirus, 1995.
    BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.
    CANDIDO, A. Literatura e Sociedade. S. Paulo: Publifolha, 2000.
    DAL FARRA, M. L. O narrador ensimesmado. S. Paulo: Ática, 1978.
    GAULDREAULT, A.; JOST, F. A narrativa cinematográfica. Brasília: EDUNB, 2009.
    GENETTE, G.Discurso da narrativa. Lisboa: Vega, s/d.
    SALES GOMES, P. E. A personagem cinematográfica. In: CANDIDO et. al. A personagem de ficção. S. Paulo: Perspectiva, 1992.p.105-119.
    SHOAHAT, E.; STAM, R. Crítica da imagem eurocêntrica. S. Paulo: Cosac Naify, 2006.
    STAM, R. A literatura através do cinema. Belo Horizonte:EDUFMG, 2008.
    STAM, R.; BURGOYNE, R.; FLITTERMAN-LEWIS, S. The problem of point-of-view; Type of filmic narrator. In: New Vocabularies in Film Semiotics: Structuralism, Post-structuralism and Beyond. London: Routledge, 1992.
    STAM, R. Bakhtin: da teoria literária à cultura de massa. S.P.: Ática,1992.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br