O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Henrique Codato (UFC/UNIFOR)

Minicurrículo

    Doutor em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2013), foi bolsista PNPD/Capes (2014-2018) no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (PPGCOM/UFC), onde atua como professor e pesquisador. Atualmente, é docente do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Unifor) e coordenador do Grupo de Pesquisa sobre a Imagem (GPI/Unifor).

Ficha do Trabalho

Título

    Motivos visuais do realismo fantasmagórico no cinema de Weerasethakul

Resumo

    Ao transformar os elementos primordiais – a água, a terra, o fogo, o ar – e também aqueles etéreos, espectrais – a fumaça, o vento, a neblina, a luz – em motivos visuais para seu cinema, Apichatpong Weerasethakul aproxima seu espectador de uma experiência sensorial e afetiva bastante singular. Propomos refletir acerca da presença dessas forças sutis em alguns de seus curta-metragens, buscando entender como elas operam na construção do realismo fantasmagórico que configura sua arte.

Resumo expandido

    Sejam as águas barrentas e agitadas de um rio ou os fogos de artifício de uma festa popular; as chamas de uma bola de futebol incandescente ou a neblina densa e misteriosa que encobre um vilarejo; a oscilante luz de um poste de rua ou a força do vento que sopra e faz dançar as folhas na floresta tropical, é fato que o cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul – chamado por Dominique Païni (2010) de “Ovídio do Século XXI” – encontra nessas forças sutis a matéria-prima mais elementar para seu cinema, uma arte interessada em colocar em cena a efemeridade e a inconstância das coisas e do mundo. A presença destes elementos incorpóreos em seus longas é recorrente, mas é no contexto de seus trabalhos feitos em curta metragem que eles surgem como signos fortes, figuras ainda mais centrais para a composição visual de suas obras. “É nos curtas e nas peças de arte que eu posso filmar sem regras”, diz Weerasethakul. Assim, propomos refletir acerca da presença dessas forças sutis em algumas de suas produções feitas em colaboração ou em parceria com instituições, fundações e festivais diversos, centrando-se principalmente, mas não exclusivamente, nos seguintes curtas: Luminous People (2007); Phantoms of Nabua (2009); A Letter to Uncle Boonmee (2009); Vapour (2015); e Blue (2018).

    Gostaríamos de pensar essas obras como unidades independentes de um mesmo conjunto fílmico, trabalhos passíveis de serem reunidos a partir da manifestação/da configuração de uma série comum de motivos visuais que, como supõem Jordi Balló e Alain Bergala, operam no cinema em uma tripla articulação: “do lado do mundo, da realidade; do lado da especificidade do cinema, de seu tratamento enquanto imagem cinematográfica”; e, finalmente, “do lado mais íntimo, daquilo que conforma a singularidade de um determinado autor” (BALLÓ e BERGALA, 2016, p. 12). No caso preciso de Weerasethakul e de seus curtas, para além dessas três dimensões apontadas, as forças sutis transformadas em motivos visuais parecem querer tocar uma outra camada, relacionada às sombras e à escuridão, abrindo-se, assim, para uma espécie de realismo encantado ou fantasmagórico (SILVEIRA, 2018; MELLO, 2015), no qual se destacam um forte animismo, herança do budismo e da cultura popular khmer que atravessa a Tailândia, e uma surpreendente e harmoniosa coabitação entre os vivos e os mortos. Nossa hipótese é a de que ao transformar os elementos primordiais – a água, a terra, o fogo, o ar – e também aqueles etéreos, espectrais – a fumaça, o vento, a neblina, a luz – em motivos visuais centrais para suas obras, Weerasethakul aproxima seu espectador de uma experiência muito mais sensorial e afetiva do que intelectual ou narrativa, dirigida ao corpo e à percepção dos sentidos (ELSAESSER e HAGENER, 2014, p. 21).

    Alguns destes curtas são parte de obras instalativas, concebidas por Weerasethakul, com circulação em museus, galerias de arte e espaços expositivos; outros integram um projeto maior, desenvolvido, geralmente, a partir de um convite ou de uma proposição. Nesse sentido, é necessário sublinhar que apesar de se configurarem como resultado de um trabalho mais amplo, caracterizado por certo alijamento da experiência da sala escura e do dispositivo cinema, consideramos esses filmes em sua autonomia e singularidade, como os objetos cinematográficos que são. Observando aquilo que eles motivam em termos de experiência visual, trataremos, então, de estabelecer possíveis relações entre as forças sutis registradas e seu papel na construção desse real fantasmagórico que o diretor coloca em cena e que buscamos aqui investigar. Note-se, finalmente, que os curtas de Weerasethakul dialogam de perto com seus longa metragens, como se deles fossem extensões ou intuições, reproduzindo, no mais das vezes, as mesmas histórias, com os mesmos personagens, que, como fantasmas reincidentes, sobrevivem de um filme para o outro, assombrando o espectador.

Bibliografia

    AZZI, D.; AZZI, F. Apichatpong Weerasethakul. São Paulo: Iluminuras, 2014.
    BALLÓ, J.; BERGALA, A. (eds.). Motivos visuales del cine. Barcelona: Galaxia Gutenberg, 2016.
    BORDELEAU, E. et al. Nocturnal Fabulations. Ecology, Vitality and Opacity in the Cinema of Weerasethakul. London: Open Humanities Press, 2017.
    ELSAESSER, T.; HAGENER, M. Teoria do cinema: uma introdução através dos sentidos. Campinas: Papirus, 2018.
    MELLO, Cecília (org.). Realismo Fantasmagórico. São Paulo: Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, USP, 2015.
    PAÏNI, D. “Cinq Cinéastes pour les années 2000”. In Cahiers du Cinéma, n. 6752, Jan. 2010.
    SILVEIRA, L. V. Realismo Heterocrônico: uma abordagem ao cinema de Apichatpong Weerasethakul. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós Graduação em Comunicação. UFMG, 2018.
    VIEIRA JR., E. Por uma exploração sensorial e afetiva do real: esboços sobre a dimensão háptica no cinema contemporâneo. Revista Famecos, UFRGS, v. 21, n. 3, 2014.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br