O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gabriela Kvacek Betella (UNESP)

Minicurrículo

    Bacharel em Letras (Italiano) pela USP, mestre e doutora pelo DTLLC-FFLCH-USP, com pós-doc no IEB-USP, professora assistente no DLM da FCL-UNESP-Assis, área de Língua e Literatura italiana. Sua atuação está voltada para os estudos das relações entre Literatura, História e Audiovisual, em projetos, grupos de pesquisa e no programa de pós-graduação de sua unidade, na linha de pesquisa Literatura Comparada e Estudos Culturais.

Ficha do Trabalho

Título

    O ônus da parcialidade em Santiago, Italia (Nanni Moretti, 2018)

Resumo

    O documentário utiliza um ponto de vista peculiar para o golpe de Estado no Chile: o papel exercido pela embaixada italiana aos perseguidos pelo regime. Examinamos a relativização da experiência coletiva e a promoção da dimensão individual na construção fílmica, nas atitudes políticas envolvidas, no movimento em direção ao passado dos refugiados e exilados, na palavra exclusiva dos que vivenciaram a experiência e na simplicidade e particularização de uma história italiana de acolhimento.

Resumo expandido

    A certa altura da primeira parte de Caro diario (Nanni Moretti, 1993), o protagonista afirmava, em passagem que se tornou proverbial para os espectadores mais assíduos, que “mesmo numa sociedade mais decente do que esta, eu sempre vou me incluir numa minoria de pessoas. Mas não no sentido daqueles filmes em que há um homem e uma mulher que se odeiam, se rasgam numa ilha deserta porque o diretor não acredita nas pessoas. Eu acredito nas pessoas. Porém não acredito na maioria das pessoas. Acho que vou sempre estar confortável e de acordo com uma minoria…” Moretti interpreta esse protagonista e acentua a marca autobiográfica no texto que também assina, colocando-se à margem de cineastas de gerações diferentes da sua, cujos representantes podem ser nomes como Marco Ferreri, diretor de La cagna de 1972, filme com enredo que evoca o descrito, e até mesmo Giulio Base, que participa da cena em que é proferida a battuta ou pensamento espirituoso em questão. Moretti se posiciona em relação às experiências coletivas, praticamente concluindo que acreditar nas pessoas não é necessariamente incluir-se na maioria. Reforça, portanto, o tom documental “em primeira pessoa” que norteia o longa. Em seu mais recente filme, o realizador aparentemente se retira do posto de narrador, ao compor o documentário que capta um fragmento da história recente sob um ponto de vista peculiar, que privilegia imagens de arquivo e relatos de participantes do momento do passado em foco. Contudo, a dimensão coletiva é relativizada e questionada em diferentes aspectos no tempo. Há índices importantes de um sentido individual na visibilidade da obra: a utilização da câmera fixa, dos testemunhos individuais captados em plano americano ou primeiro plano, da voz em off do diretor que aparece a conduzir momentos significativos das entrevistas e, especialmente, a presença de Moretti em duas sequências capazes de estabelecer com firmeza o sentido individual, particularizante, assinalando a oposição a perspectivas universais e, até certo ponto, imparciais ou, se preferimos, de maiorias.
    Em Santiago, Italia o golpe de Estado no Chile é trazido para a tela por meio do papel da embaixada italiana para centenas de pessoas perseguidas pelo regime chileno. As etapas e as linhas gerais do resultado do documentário podem ser reconstituídas tanto para o exercício de análise que atesta o valor da montagem quanto para desvendar uma atitude política no ato de contar uma bela história italiana de acolhimento do estrangeiro, num momento em que boa parte da sociedade vai na direção contrária. Para a geração de Moretti, o país da América do Sul contava bastante, primeiro como governo de unidade popular com a esquerda levada ao poder pelo voto (fatores que promoviam uma identificação com o jovem Moretti), depois como democracia aniquilada pelo golpe em 1973 (motivo para atrair a atenção do vintanista pela repulsa e a resistência). O diretor retorna ao passado, aos detalhes do refúgio que resultou na saída dos exilados do Chile para a Itália, mas não recorre a historiadores ou especialistas, nem mesmo promove uma orientação política partidária (provavelmente com intenções críticas para todas as orientações do passado e do presente), oferecendo a palavra apenas às pessoas que vivenciaram aquela experiência, mantendo a simplicidade como resultado de um processo de elaboração fílmica, favorecendo a dimensão e o sentido particular do filme na sua relação com o presente.

Bibliografia

    AGAMBEN, G. O autor como gesto. In: ______. Profanações. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007. p. 55-63.
    DE GAETANO, R. Nanni Moretti. Lo smarrimento del presente. Cosenza: Pellegrini, 2015.
    GUZMÁN, P. Filmar o que não se vê. Um modo de fazer documentários. Trad. José Feres Sabino. São Paulo: Edições Sesc, 2017.
    LA COSA. Dir. Nanni Moretti, Prod. Angelo Barbagallo e Nanni Moretti, Dir. fotografia Alessandro Pesci, 1990.
    MASCIA, G. Qualcosa di sinistra. Intervista a Nanni Moretti, Genova: Fratelli Frilli Editori, 2002.
    SANTIAGO, ITALIA. Dir. Nanni Moretti, Prod. Nanni Moretti, Jean Labadie, Gabriela Sandoval, Carlos Núñez, Dir. Fotografia Maura Morales Bergmann, 2018.
    SCHWARZ, R. Leituras em competição. In: _____. Martinha versus Lucrécia. Ensaios e entrevistas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
    TOSCANO, R. Così dall’ambasciata fuggirono i dissidenti. La Stampa, 8 set 2013. Disponível em http://www.sndmae.it/files/Stampa%2C%208.9.2013.pdf. Acesso em 17/04/2019.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br