O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Bruno Carboni Gödecke (PUCRS)

Minicurrículo

    Bruno Carboni graduou-se em produção audiovisual na PUCRS em 2009 e iniciou o mestrado no PPGCOM da PUCRS em 2018, orientado pela Profa. Dra. Cristiane Freitas Gutfreind. É sócio fundador da produtora Tokyo filmes e foi montador de diversos curtas e longa-metragens, entre eles Morro do céu, Castanha e Rifle. Nos trabalhos como diretor, fez o curta-metragem O teto sobre nós, que estreou no 68º Festival de Locarno e atualmente trabalha no desenvolvimento de seu primeiro longa-metragem, O acidente.

Ficha do Trabalho

Título

    Olhar fantasmagórico: a imagem do rosto como experiência de alteridade

Resumo

    No presente trabalho, buscarei caminhos para compreender a distinção das possibilidades de experiência de alteridade do observador ao perceber (1) o rosto presencial e (2) a imagem do rosto em um filme. Para tanto, usarei como objeto de análise um conjunto de imagens do cineasta Robert Bresson, caracterizadas pela exploração do rosto e do olhar e, nas quais, proponho, a questão da alteridade é representada.

Resumo expandido

    O presente trabalho toma como ponto de partida a busca por compreender a diferença entre a experiência da percepção diante do rosto humano presencial e do mesmo na imagem cinematográfica. Tal tarefa encontra suporte teórico nos escritos de Walter Benjamin sobre a questão: “Pela primeira vez – e isso é obra do cinema – o homem chegou na situação em que deve atuar com a totalidade da sua pessoa viva, mas sob a renúncia de sua aura” (2012, p. 69). A distinção destacada passa pelo seu conceito de aura, o qual Benjamin descreve como: “um tecido fino de espaço e tempo: aparição única de uma distância, por mais próxima que esteja” (2012, p. 77). O conceito aparece ao longo de diversos textos de Benjamin, mas é descrito sob outra ótica em Sobre alguns temas de Baudelaire: “Quem é visto, ou acredita estar sendo visto, revida o olhar. Perceber a aura de uma coisa significa investi-la do poder de revidar o olhar” (1991, p. 140). Portanto, pode-se dizer que, ao tratar da aura, tanto da obra de arte, quanto do ator ou da natureza, Benjamin refere-se a uma experiência de alteridade do observador com o objeto observado. Experiência que só é acessível ao observador através de sua percepção da espacialidade e da temporalidade do objeto observado, condições que, somadas aos dados da memória, podem fazer com que uma epifania brote. Apesar de enxergar qualidades singulares no cinema, Benjamin afirma que esta experiência aurática não é possível nele, pois sua característica fundadora, a da reprodução serial, confunde a percepção do espaço e tempo, não possibilitando que tal momento de alteridade aconteça. Se voltarmos no exemplo do rosto do ator na imagem cinematográfica, uma questão se coloca: é possível que este rosto nos retorne o olhar?
    No seu livro de aforismos Notas sobre o cinematógrafo, Robert Bresson escreve sobre seu método de direção e separa sua estilística própria do restante do cinema. Tal separação esta que se faz presente até na maneira na qual ele se refere aos atores, que ele denomina chamando-os de modelos. “Modelo. Enclausurado na sua misteriosa aparência. Ele recolheu nele mesmo tudo que, dele, estava fora. Ele está aqui, atrás dessa fronte, dessas faces.” (2005, p. 25). O aforismo demonstra a complexa relação que Bresson mantinha com seus “modelos”, na sua tentativa de encontrar algo que não contido somente na sua visualidade. Curioso notar que este pensamento encontra eco na fenomenologia do filósofo Emmanuel Levinas, que coloca o encontro com o outro, a relação de alteridade, como tema central de sua filosofia. Para Levinas, o outro é sempre carregado de mistério, ele é impossível de ser totalmente apreendido e é a partir desta incompreensão que nasce a relação ética (LEVINAS, 2008). Porém, ao tratar da alteridade, Levinas não tem o cinema como fonte de inspiração, mas sim as relações presenciais do homem no mundo. A aproximação entre as idéias deixa sugerir que Bresson procurou uma maneira de encontrar na imagem de seus modelos a mesma experiência de alteridade descrita pelo filósofo. Porém, para isso, o diretor empregou recursos radicais na maneira de filmá-los, criando uma dramaturgia de rostos neutros, que não demonstram nenhuma afetação, e que confere a estes “modelos” uma aparência fantasmagórica. Ao estabelecer tais procedimentos formais na direção, Robert Bresson acaba por criar uma imagem que ao mesmo tempo expõe e contradiz a questão levantada por Walter Benjamin: a imagem de um rosto neutro, que olha fixamente para algo além do enquadramento. Portanto, o trabalho pretende reunir um conjunto de imagens semelhantes, que aparecem ao longo da filmografia do diretor, para articular estas com a possibilidade, ou ausência, de alteridade no cinema a partir do próprio gesto do espectador, que também olha estes rostos.

Bibliografia

    BARTHES, R. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de janeiro: Nova fronteira, 2018.
    BENJAMIN, W. A obra de arte na época da reprodutibilidade técnica. Porto Alegre: Zouk, 2012.
    BENJAMIN, W. de. Obras escolhidas III: Charles Baudelaire um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1991.
    BENJAMIN, W. Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
    BRESSON, R. Notas sobre o cinematógrafo. São Paulo: Illuminaras, 2005.
    DERRIDA, J. STIEGLER, B. Spectrographies. In: BLANCO, M. , PEEREN, E. The spectralities reader: ghosts and haunting in contemporary cultural theory. Bloomsbury Publishing Plc, 2013.
    DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Editora 34 ltda. , 2010.
    MICHAUD, G., MASÓ, J. , BASSAS, J. Pensar em não ver: escritos sobre as artes do visível (1979-2004). Florianópolis: Editora UFSC, 2012.
    LEVINAS, E. Totalidade e infinito. Lisboa: Edições 70, 2008.
    PUDOVKIN, V.I. Film technique and film acting. Londres: Vision Press Ltd., 1960.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br