O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Vinícius da Cunha Bisterço (USP)

Minicurrículo

    Formado em História pela Universidade de São Paulo e mestrando em Literatura Brasileira pela mesma instituição. Participa do Grupo de Pesquisa Literatura e Cinema no Brasil Contemporâneo, organizado pelo Prof. Dr. Jaime Ginzburg. Investiga cinema em perspectiva comparada com a literatura.

Ficha do Trabalho

Título

    Conflitos à margem: uma análise de João Antônio e Ozualdo Candeias

Resumo

    Esta comunicação pretende apresentar resultados parciais da investigação comparada entre o conto “Malagueta, Perus e Bacanaço” de João Antônio e o filme A Margem de Ozualdo Candeias. Será selecionada uma passagem do conto e uma sequência do filme na qual aparecem situações de conflito entre personagens marginalizados socialmente. A análise comparada pretenderá apreender as semelhanças e diferenças no tratamento da situação, pensando analogias temáticas e particularidades formais dos dois casos.

Resumo expandido

    Malandros, prostitutas, moradores de rua, pedintes; tal o universo de personagens presentes nas produções de João Antônio e Ozualdo Candeias. A partir do reconhecimento de uma afinidade temática entre os autores, será desenvolvida, em seguida, uma investigação sobre a constituição dos personagens e sua condição de marginalidade econômica.
    No caso do conto de João Antônio, os protagonistas são três malandros que se juntam para jogar sinuca pelos bares de São Paulo. Os personagens percorrem a cidade à noite em busca de “trouxas”, trabalhadores que estão na noite em busca de lazer e que possuem algum dinheiro para apostar.A prática dos personagens, associada à malandragem, é exposta pelo narrador e pelos próprios personagens em descrições detalhadas sobre a maneira com que os jogos precisam ser direcionados. Nesse sentido, o elemento da dissimulação é fundamental: os personagens precisam aparentar serem jogadores ruins, para então virar o jogo no momento em que as apostas sobem. Sua vitória, no entanto, deve parecer advinda da sorte, e não da técnica. O conto possui um narrador em terceira pessoa, que adentra nos pensamentos dos personagens através do discurso indireto livre e assume a condição de intermediador entre o universo da malandragem e o leitor.
    Já o filme narra a trajetória de quatro personagens que vivem na beira de um rio, distantes do centro da cidade. Como diz Rubens Machado, os personagens são párias da sociedade, e o título do filme remete tanto a uma localização geográfica quanto a uma designação social (MACHADO JR., 2007, p. 116). Os personagens não possuem nome, o que dificulta a sua identificação e intensifica a sua condição de párias. Poucos diálogos são travados, sendo que na maior parte do filme os personagens ficam em silêncio. Os gestos e os olhares assumem, assim, função primordial para a expressão desses indivíduos no mundo e diante da câmera. E, nesse sentido, o filme se destaca pelo uso que faz da câmera subjetiva, recurso recorrente no filme como forma de dar voz aos silenciados através do olhar. Esse recurso também fragmenta a narrativa, que se coloca em constante deslocamento de perspectiva entre os quatro personagens principais.
    A passagem do conto e a sequência do filme selecionadas pretendem circunscrever situações de conflito entre personagens marginalizados. No conto será explorada a relação tensa dos protagonistas entre si e com outros personagens malandros. No filme, será destaca a personagem de Lucy Rangel, que interpreta uma copeira que se torna prostituta. No espaço de prostituição, a personagem vive conflitos com outra personagem prostituta. A partir da analogia temática e situacional, serão pensadas as especificidades formais do conto e do filme e a maneira com que a narrativa elabora uma perspectiva sobre os conflitos enfrentados pelos personagens.
    As sequências selecionadas para análise mais detida dizem respeito a momento de tensão das obras, na qual os personagens em condição de marginalização social se encontram em situação limite. Nesses momentos, se institui um clima de competição e de disputa, de rixa entre os personagens como busca pela sobrevivência. Instala-se, em sentido destrutivo, o que Edu Teruki chamou para o contexto das Memórias de um Sargento de Milícias, um “espírito rixoso”: a competitividade entre personagens pobres, em geral baseada em sistemas de desavenças, rivalidades e agressões (OTSUKA, 2017, p. 69).
    Pretende-se, ao final, demonstrar os parâmetros dessa disputa, a perspectiva narrativa sobre ela e o horizonte que se anuncia no conto e no filme para os protagonistas das obras a partir dessa situação limite.

Bibliografia

    CANDIDO, Antonio. “Dialética da malandragem”. IN _________. O discurso e a cidade. Rio de Janeiro/RJ : Ouro sobre Azul, 2015, p. 17-48.

    CANDIDO, Antonio… [et al]. A personagem de ficção. São Paulo/SP: Perspectiva, 2014.

    MACHADO JR., Rubens. “Uma São Paulo de revestrés: sobre a cosmologia varziana de Candeias”. Revista Significação, nº 28, p. 111-131.

    OTSUKA, Edu Teruki. Era no tempo do Rei. Atualidade das Memórias de um Sargento de Milícias. Cotia/SP: Ateliê Editorial, 2016.

    RAMOS, Fernão. Cinema Marginal (1968/1973): A Representação em seu Limite. São Paulo, SP: Brasiliense, 1987.

    XAVIER, Ismail. Alegorias do Subdesenvolvimento: Cinema Novo, Tropicalismo, Cinema Marginal. São Paulo/SP: Cosac Naify, 2012.
    ________, “Do texto ao filme: a trama, a cena e a construção do olhar no cinema”. IN: Tânia Pellegrini …[et al]. Literatura, cinema e televisão. São Paulo: Editora Senac, 2003, p. 61-90.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br