O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Reginaldo do Carmo Aguiar (UNICAMP)

Minicurrículo

    Reginaldo do Carmo Aguiar é formado em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia. Especialista em Análise do comportamento e Neurociência. Trabalhou com pesquisas científicas na área de Psicologia Cognitiva na UFU e em Neurociência no laboratório de Neurologia da Unicamp. É mestrando no programa de Multimeios do Instituto de Artes da Unicamp. Também escreveu um livro sobre Ciência e arte, com a indicação de mais de 200 filmes sobre autoconhecimento, autoestima e narcisismo.

Ficha do Trabalho

Título

    Um pensamento fragmentado da margem em Stuart Hall Project

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    O presente trabalho pretende analisar em Stuart Hall Project, como o diretor John Akomfrah por meio da reanimação dos arquivos em “segunda mão” e em uma estrutura de “contra História” cria um cinema de reinvenção e positivação do negro. Além disso, analisar como o discurso de Stuart Hall é montado como uma voz ou pensamento fragmentado pela combinação singular de matrizes audiovisuais por uma potência das comunidades da margem, cuja referência são os Estudos culturais britânicos.

Resumo expandido

    A película “Stuart Hall Project” é uma espécie de filme biográfico, poético, cronológico, documental produzido em 2013 por John Akomfrah em formato de ensaio fílmico. Este filme britânico baseia-se quase que completamente em material de arquivo da BBC para fazer um relato experimental sobre o pensamento de Stuart Hall, o fundador dos Estudos culturais britânicos. Os trabalhos de Akomfrah são singulares porque, entre tantas coisas, se afastam do ressentimento e valorizam novas perspectivas e reinvenções positivadas da cultura negra e cria condições para refletir sobre como o passado habita e assombra o presente. Este trabalho tenta responder duas questões deste filme: 1) Como a articulação da montagem de arquivos sonoros e visuais opera um pensamento identitário em relação aos principais acontecimentos da segunda metade do século XX? 2) Como a reanimação de arquivos audiovisuais quebra a retórica professoral dos arquivos de Hall típica do documentário expositivo (Nichols, 2014) para um olhar fragmentado e reflexivo em prol da abertura de sentidos típica do ensaio fílmico? Este trabalho se propõe a fazer isso através de uma análise do reagenciamento de arquivos audiovisuais que seguem uma estrutura de “contra-análise” (Ferro, 1992) e do agenciamento e uso da compilação para ressignificar, enquanto um cinema de “segunda mão” (Blümlinger, 2013).
    Para Ferro (2004) o historiador deve ajudar a sociedade a tomar consciência dessa mistificação, fantasia, distorção dos relatos da história tradicional, em que determinados emissores e fontes são mais valorizados por meio de um princípio ou política hierárquica. Um filme, seja ele qual domínio for, sempre vai além de seu próprio conteúdo, além da realidade representada, mostrando zonas da História até então ocultadas, inapreensíveis, não-visíveis. Uma das soluções para Ferro consiste em valorizar os trabalhos que recolocaram em seu lugar legítimo as fontes de origem popular. O autor quer considerar as imagens tais como são, com a possibilidade de buscar outros saberes para melhor compreendê-las. No filme de Akomfrah, as imagens de arquivo e as bandas sonoras são montadas para revelar zonas não visíveis, instabilidades geopolíticas, guerras e seus efeitos, efeitos sobre as migrações transnacionais, problemas pós-coloniais… Onde os marginalizados estão em todos os tempos e momentos da história sem os direitos civis de um Estado Democrático. Akomfrah ao ver as ruínas do passado tenta revelar fatos históricos e as possíveis determinantes disso e cita Stuart Hall para exemplificar, dar evidência, emocionar e persuadir a favor da igualdade social. Há aqui uma ideia de que o cinema produz uma escrita historiográfica própria (FERRO, 1992).
    O procedimento de montagem é a principal ferramenta para que as imagens sejam reprocessadas e ganhem outra dimensão para serem caracterizadas como de “segunda mão”, entendendo assim seu campo para além do dispositivo cinematográfico tradicional (BLÜMLINGER, 2013). Além disso, “as montagens realçam o papel da intertextualidade na história e empurram a questão da representação cultural para um terreno pós-humanista, onde a discursividade dinamita a narratividade.” (BLÜMLINGER: 2013, 71). Este tipo de montagem cria uma consciência por meio de uma experimentação formal e de conteúdo apta a dramatizar as tensões da experiência diaspórica, das questões étnicas e minoritárias. Deste modo, Akomfrah faz com que seus arquivos não sejam meras fontes materiais ou iconográficas, mas um pensamento mais abstrato, longe do convencional e que se torna um espaço ímpar e inovador para os discursos dos excluídos ou desfavorecidos.
    Akomfrah por meio da recombinação de relatos e visibilidades atuaria como uma espécie de historiador dissidente ou complementar da História tradicional. Na verdade, um historiador das imagens de “segunda mão” empenhado em reanimar memórias, mediante operações de montagem por meio de um pensamento ensaístico em prol da comunidade das margens.

Bibliografia

    DRUDAH, Rajinder. Reading The Stuart Hall Project. Journal of British Cinema and Television. Edinburg University press;12(3):383-401, 2015.
    BLÜMLINGER, Christa. Cinéma de seconde main: Esthétique du remploi dans l’art du film et des nouveaux médias. Paris: Klincksieck, 2013.
    CORRIGAN, Timothy. O filme-ensaio – Desde Montaigne e depois de Marker. Papirus: Campinas, 2015.
    FERRO, Marc. Cinema e história. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1992.
    FERRO, Marc. O conhecimento histórico, os filmes, as mídias. O Olho da História – n.6, julho, 2004.
    HALL, Stuart. Da diáspora – Identidade e mediações culturais. Editora UFMG: Belo Horizonte, 2018.
    NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Papirus: Campinas, 2014.
    RASCAROLLI, Laura. The personal câmera – Subjective cinema and essay film. Columbia University Press, 2009.
    TEIXEIRA, Francisco Elinaldo. O ensaio no cinema – Formação de um quarto domínio das imagens na cultura audiovisual contemporânea. Hucitec: São Paulo, 2015.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br