O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Tomyo Costa Ito (PPGCOM-UFMG)

Minicurrículo

    Doutorando em Comunicação (PPGCOM-UFMG, 2017-) com pesquisa sobre a estética da elaboração do passado em Rithy Panh. Mestre em Comunicação (PPGCOM-UFJF, 2013). Graduado em Comunicação (UFJF, 2009). Participou do programa sanduíche no exterior da Capes (out/2018-jul/2019), na Université Paris 1 e na American University of Phnom Penh. No Camboja, conduziu pesquisa com os arquivos do Centro Bophana. Realizou o curta de documentário Missa (2012) e a videoinstalação Espelhos do Tempo (2014).

Ficha do Trabalho

Título

    A duração da palavra filmada em três livros de Rithy Panh

Seminário

    Teoria dos Cineastas

Resumo

    Abordamos três livros do cineasta cambojano Rithy Panh na relação com seu trabalho cinematográfico e de memória. Eles enfatizam um elemento decisivo em sua obra: a relação que ele estabelece com os filmados, fornecendo-lhes um espaço de palavra que dura no tempo, respeitando suas respirações com intuito de lhes dar dignidade. Os livros evidenciam o minucioso trabalho de escuta do cineasta, ao mesmo tempo, permite a ele refletir sobre suas escolhas éticas e estéticas na elaboração do passado.

Resumo expandido

    Claude Lanzmann, Harun Farocki, Atom Egoyan e Rithy Panh não são apenas realizadores, mas pensadores de um cinema que busca apresentar as catástrofes. Segundo Sylvie Rollet (ROLLET, 2011), eles estabelecem, por meio de seus filmes, cada um à sua maneira, uma “ética do olhar”. Rithy Panh, em um percurso de 30 anos, “elabora a memória histórica” (LEANDRO; 2014) do genocídio ocorrido no Camboja a partir de uma atenção ao tempo presente na duração dos encontros com os filmados. Em três livros, ainda não publicados no Brasil, o cineasta dá continuidade ao espaço de palavra dado aos filmados retomando seus testemunhos e refletindo sobre esse trabalho de memória realizado em conjunto.
    Em 1999, o cineasta começa, em parceria com Vann Nath, pintor e sobrevivente da prisão S21, o trabalho de filmagem de S21, A máquina de morte do Khmer Vermelho (2003) que vai durar três anos. Não apenas o espaço do Museu, mas seu documentos e imagens de arquivo serão colocados em cena no encontro entre as vítimas e seus antigos carrasco (os guardas da prisão). O filme cria um dispositivo que reconstitui a memória a partir dos rastros de um passado que quase foi apagado. Esse longo trabalho de entrevistas, encontros e reencenações é descrito no livro La machine khmere rouge que é, também, lugar de reflexão de Panh: “A elaboração da memória dos torturadores e das vítimas não pode ser situado no mesmo nível. Cada sofrimento, cada dor tem um caminho diferente” (PANH; CHAUMEAU, 2009: 236).
    Não é só o período do Khmer Vermelho que interessa ao cineasta, mas como as políticas neoliberais mantém os cambojanos numa situação de dominação e de falta de um trabalho de memória. O filme Os atores do teatro queimado (2005) aponta para o estado da cultura: o único teatro do país está destruído no meio da capital Phnom Penh, mas do outro lado da rua há um grande cassino. Já o filme O papel não pode embrulhar brasas (2007) dá um espaço de fala às prostitutas que sobrevivem na cidade. As filmagens duraram 18 meses e virou também um livro de mesmo nome que amplia o espaço de testemunho das mulheres. É preciso lhes dar um rosto e devolver sua dignidade: “Suas palavras se levantam aqui contra a negação do humano” (PANH; LORENTZ, 2007: 17).
    No fim dos anos 2000, é instaurado o tribunal para julgar os líderes do Khmer Vermelho. Panh não consegue se manter distante e parte para entrevistar, por mais de 100 horas, o antigo diretor da prisão S21 no filme Duch, o mestre das forjas do inferno (2011). O cineasta busca à palavra do ditador, mas estabelece um confronto que se faz em larga medida pelo uso dos arquivos produzidos pelo próprio regime, mas. também, por todo o material acumulado no processo de elaboração da memória histórica pelo cineasta, entre eles os testemunhos filmados durante os três anos de trabalho de S21. O confronto com Duchvterá um impacto em Panh. É o momento do diretor dar, finalmente, um maior espaço para a sua própria palavra e as suas memórias. No livro L’Élimination, ele elabora a difícil experiência de filmar o ditador, ao mesmo tempo, em que rememora sua infância e sua luta pela sobrevivência durante o regime do Khmer Vermelho. “Eu não estou buscando pela verdade objetiva hoje; eu quero palavras. Especialmente as de Duch. Quero que ele fale e se explique” (PANH, 2013a: 11). O filme A imagem que falta (2013) é, então, a continuidade do trabalho de rememoração e de luto de sua infância que não pôde ser vivida e da perda de seus familiares. Trabalho de luto que prossegue em seus dois últimos filmes Exílio (2016) e Os túmulos sem nome (2018).
    Os três livros correspondem a um trabalho mais amplo de Rithy Panh na reconstrução da memória cambojana que passa pelo uso da palavra. “A escrita me permitiu esculpir melhor as palavras, nomear as coisas com mais precisão” (PANH, 2013b: 239). Ela é um meio pelo qual o cineasta pode refletir sobre seu próprio trabalho, sobre seu luto e garantir ainda mais o espaço da palavra dos filmados.

Bibliografia

    LEANDRO, Anita. A história na primeira pessoa: em torno do método de Rithy Panh. In: 23º Encontro Nacional da Compós, 2014.

    PANH, Rithy; LORENTZ, Louise. Le papier ne peut pas envelopper la braise. Paris: Bernard Grasset, 2007.

    PANH, Rithy; CHAUMEAU, Christine. La machine khmère rouge: Monti Santésok S-21. Paris: Flammarion, 2009.

    PANH, Rithy. The elimination. Londres: The Clerkenwell Press, 2013a.

    ______. Meu projeto excede o de um cineasta: Entrevista com Rithy Panh. In: Catálogo da mostra O cinema de Rithy Panh. Centro Cultural Banco do Brasil, p. 235-247, 2013b.

    ROLLET, Sylvie. Une étique du regard : Le cinéma face à la Catastrophe, d’Alain Resnais à Rithy Panh. Paris: Hermann Édition, 2011.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br