O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Arthur Fernandes Andrade Lins (UFF/UFPB)

Minicurrículo

    Professor de Montagem no curso de cinema da UFPB. Possui experiência no campo do audiovisual, desenvolvendo atividades teóricas e práticas. Atua como diretor/roteirista/montador, tendo realizado filmes exibidos e premiados em importantes festivais nacionais. Mestre em Letras/UFPB com pesquisa sobre narratologia audiovisual e processos de adaptação. Doutorando no PPGCINE/UFF com pesquisa voltada para o cinema contemporâneo brasileiro em diálogo com o gênero de ficção-científica.

Ficha do Trabalho

Título

    O espaço fora do lugar no filme ‘Inferninho’ (2018)

Seminário

    Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção

Resumo

    A partir do filme Inferninho (2018), dirigido por Guto Parente e Pedro Diogénes, buscarei refletir sobre a categoria de espaço no que se refere a sua condição material, diegética e fabular, onde a ficção se impõe como um gesto de reinvenção possível do mundo. Esse gesto se insere na fabricação do espaço, mas se estende e se amplia a partir de uma estratégia de deslizamento das identidades, transformando o lugar do imaginário em uma espécie de laboratório das mutações subjetivas.

Resumo expandido

    Marcado pelo excesso do artifício e da dramatização, Inferninho (2018), filme dirigido por Guto Parente e Pedro Diógenes, se insere em um panorama recente do cinema brasileiro independente que busca, através da ficção e das potencias do falso, criar pontes com o discurso da realidade dominante, em uma aposta politica e estética do cinema como espaço privilegiado para o gesto da fabulação.

    Pretendemos com esse ensaio analisar quais procedimentos fílmicos são utilizados na concretização desse espaço inventado, como por exemplo a emulação de um estúdio cinematográfico, a utilização do chroma key, o uso de fantasias e adereços que hiper-ficcionalizam os personagens e os efeitos de iluminação e cor.

    Acreditamos que essas estratégicas estéticas atuam na constituição de um espaço relacional que propicia fissuras na fixidez das identidades e no estabelecimento das fronteiras do imaginário, que cerca e impossibilita aos espectadores a invenção de si e do mundo.
    Ao tratar a categoria de espaço como uma palavra-chave em evidência em diversos campos do saber, o geógrafo David Harvey propõe uma distinção que possa ser útil conceitualmente para indicar significados mais específicos no uso do termo. Partiremos como base de sua divisão tripartite no intuito de refletirmos sobre o espaço em Inferninho, propondo termos correlatos que possam ser mais eficazes na análise cinematográfica. Dessa forma, propomos que o espaço absoluto, relativo e relacional sejam aqui tratados em termos de espaço concreto, diegético e fabular.

    Em cinema, por espaço concreto, pensamos o equivalente a uma locação, termo designado no processo de pré-produção de um filme para o lugar determinado onde irá ocorrer a filmagem. Em Inferninho, ao concentrar praticamente toda a ação do filme em apenas um lugar – o bar homônimo – podemos afirmar que a construção material desse espaço nos indica uma série de procedimentos narrativos/estéticos que será determinante para a concretização do filme como um todo.

    No que se refere ao espaço diegético, acompanhamos o percurso da crise da personagem Deusimar, desencadeada a partir do encontro/desencontro com o personagem do Marinheiro, e da própria impossibilidade de que o bar se mantenha intacto diante das questões que atravessam o mercado imobiliário e as relações sociais criadas dentro de um sistema capitalista capilarizado. É nos desdobramentos dessa crise que o equilíbrio em Inferninho é rompido para que as tensões e conflitos venham desestabilizar o lugar e criar as condições de um espaço aberto e dinâmico, onde imprevistas relações podem se dar e o todo-mundo se ampliar em sua inquietante complexidade, se inserindo simbolicamente no tecido narrativo do filme.

    O tempo da narração, ou do relato, é detonador de um espaço fabular em criação, eclode a fixidez imóvel do absoluto e instaura o espaço movediço de uma subjetividade atuante.

    Como nos sugere Michel de Certeau, o espaço – aqui já pensado em termos relacionais – “estaria para o lugar como a palavra quando falada, isto é, quando é percebida na ambiguidade de uma efetuação” (CERTEAU, 1994, 205). A palavra (obra) plural já não corre em sentido único e nem se deixa manipular pelo controle do gesto ordenador, mas implode o referencial ao se lançar na teia das significações que se espalha por todas as direções. Nesse curto-circuito em potencial, buscaremos reter o complexo jogo de identidades que se enreda no tecido narrativo do filme e traçar algumas notas que possam sugerir uma política progressista que leve em conta a imprevisibilidade e o descontrole como a desmedida dos processos relacionais.

Bibliografia

    CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
    GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. Tradução de Enilce Albergaria Rocha. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005.
    HARVEY, David. O espaço como palavra-chave. In: EM PAUTA, Rio de Janeiro – 1 semestre de 2015-n.35, v.13, p. 126-152
    LAZZARATO, Maurizio. Signos, Máquinas, Subjetividades. São Paulo: Edição Sesc: n-1 edições, 2014
    MASSEY, Doreen. Um sentido global do lugar. In ARANTES, Antonio A. O espaço da diferença. Campinas: Papirus, 2001.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br