O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Márcio Zanetti Negrini (PUCRS)

Minicurrículo

    Doutorando em Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS/Brasil. Bolsista da Capes.

Coautores

    Helena Stigger (pucrs)
    Cristiane Freitas Gutfreind (PUCRS)

Ficha do Trabalho

Título

    A teatralização midiática da política no filme O processo (2018)

Resumo

    Analisamos como o documentário O processo (2018) – de Maria Augusta Ramos – cria um ponto de vista sobre o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Para isso, realizamos a desconstrução da montagem, pontuando três categorias de imagens: a defesa político-jurídica; o escândalo de corrupção; a disputa entre grupos conservadores e progressistas. Enquanto documento de uma época, o filme nos revela o processo de impeachment como uma teatralização midiática da política.

Resumo expandido

    Analisamos como o documentário O processo (2018) – de Maria Augusta Ramos – constrói um ponto de vista sobre o impeachment de Dilma Rousseff. A narrativa desenvolve-se a partir de imagens que documentaram mobilizações populares de apoio e contrárias à governante; arquivos da TV Câmara – que registraram os discursos dos deputados federais na votação para abertura do processo de impeachment; bastidores da elaboração da defesa de Dilma e do transcurso do julgamento em comissão do Senado Federal. Além disso, há registros do depoimento da presidenta à assembleia de senadores, o trabalhado de cobertura dos acontecimentos pela imprensa e imagens que flagraram as rotinas do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional naquele período. Dessa maneira, o próprio filme propõe-se a ser um arquivo de imagens sobre fatos que marcaram a deposição de Dilma Rousseff. A partir dessa diversidade de registros, pontuamos três aspectos: 1) a imagem do trabalho da defesa político-jurídica frente à denúncia do crime de responsabilidade fiscal; 2) a representação do escândalo de corrupção como parte do argumento da oposição à governante; 3) a elaboração do contraponto entre um grupo político que exigia o conservadorismo, o autoritarismo e o liberalismo econômico face a outro, que reivindicava a inclusão socioeconômica e o progressismo cultural. Com isso, analisamos fragmentos da montagem para compreender como essas categorias relacionam-se entre si. Notamos, assim, o ponto de vista da narrativa sobre o acontecimento político, através daquelas imagens elencadas para se tornarem memoráveis.
    Em O processo, a hipótese oposicionista sobre o crime de responsabilidade fiscal é articulada junto às acusações de corrupção aos governos do PT, no âmbito da Operação Lava Jato. O filme mostra que a comprovação do crime de corrupção é o escândalo político-midiático que se torna prova, produzindo um falseamento enquanto síntese totalizadora da realidade. Refletimos isso a partir de Alain Badiou (2017), para quem a corrupção, como intrínseca à forma de ser da economia no capitalismo atual, é um efeito de exceção na forma de escândalo. O documentário também nos revela que o patriarcalismo estabeleceu o papel social do homem e da mulher, institucionalizando o masculino como dominante (BUTLER, 2016). Em oposição a essa construção, o filme evidencia imagens da resistência política de Dilma Rousseff junto a parlamentares, sindicalistas, militâncias estudantis, feministas, de livre expressão da diversidade de gênero e da afirmatividade negra. A narrativa empenha-se em entrecruzar os diversos movimentos sociais à imagem da presidenta, questionando as alianças políticas petistas balizadas pelo conservadorismo cultural, em nome da ascensão socioeconômica dos mais pobres e da governabilidade.
    Através da desconstrução da montagem e da análise dos arquivos produzidos por Maria Augusta Ramos, compreendemos que O processo assinala como o PT aliou-se circunstancialmente aos grupos minoritários, criando uma narrativa sobre um golpe parlamentar misógino, homofóbico, racista e saudoso da ditadura militar. Por seu lado, os movimentos populares agregaram-se em torno da presidenta como forma de resistência a uma onda conversadora que intentava se estabelecer. Depreende-se isso no sentido dado por Ernesto Laclau (2013, p. 128) à criação de uma “cadeia de “equivalência”, isto é, um conjunto de pautas políticas, caracterizadas por diferenças identitárias, construindo uma identidade popular cujo laço momentâneo foi Dilma Rousseff.
    A montagem relaciona esses aspectos à imagem da defesa político-jurídica da presidenta, sobressaindo a fragilidade da acusação quanto aos crimes de responsabilidade fiscal imputados à governante e, também, a utilização pelos opositores das acusações de corrupção atribuídas ao PT na forma de escândalo. Em suma, o filme – como documento de uma época (KRACAUER, 2001) – revela o seu ponto de vista sobre um golpe parlamentar, enquanto teatralização político-midiática.

Bibliografia

    BADIOU, A. Em busca do real perdido. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

    BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

    CHAUI, M. Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro: escritos de Marilena Chaui. v. 2., 2a ed. Rocha. A. (org.). Belo Horizonte: Autêntica Editora; São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2014.

    KRACAUER, S. Teoría del cine. Barcelona: Paidós Ibérica, 2001.

    LACLAU, E. A razão populista. São Paulo: Três Estrelas, 2013.

    SINGER, A. O lulismo em crise: um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016). São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br