O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gabriel Bueno Lisboa (Unicamp)

Minicurrículo

    Mestrando em Multimeios na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Graduado em Comunicação Social: Radialismo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Tem como áreas de interesse o Cinema Popular, Teoria dos Gêneros Cinematográficos, Cinema e História. Pesquisa atualmente o cinema popular e político italiano dos anos 1960 e 1970.

Ficha do Trabalho

Título

    O Fenômeno dos Filoni: Os Ciclos do Cinema de Gênero na Itália.

Resumo

    Por mais de vinte anos a Itália foi um dos maiores mercados consumidores e exportadores de cinema de gênero do mundo tendo um modo de produção muito particular, em sua maioria, de coproduções internacionais que exploravam a momentânea popularidade de determinado gênero em ciclos chamados de filone. Este cinema popular italiano forneceria ao seu público, filtros difusos sobre o momento social e político do país, assim como a catarse emocional promovida por estímulos constantes.

Resumo expandido

    Da metade da década de 1950 até o início dos anos 1980 o cinema popular italiano seguia ciclos de produção chamados de filone. Nestes ciclos, um determinado gênero era explorado a exaustão em centenas de películas, como o western (spaghetti western), o épico (peplum) e o thriller de investigação (giallo), por exemplo, até que a estilo cansasse o público e outro filone então entrava em curso, geralmente seguindo um sucesso de bilheteria (Bondanella, 2009). Tendo como foco principal os cinemas populares do interior da Itália, a maioria dos exemplares dos filoni (plural de filone) também era realizada em coprodução, com a Alemanha e Espanha, por exemplo, o que garantia maiores orçamento e mercados exibidores (Frayling, 1998), formando equipes e elenco de várias nacionalidades. O presente trabalho tem como objetivo, portanto, explorar o fenômeno italiano dos filoni relacionando as particularidades da produção em ciclos com a sua elaboração idiossincrática dos gêneros e o seu significado cultural e social durante o período específico.
    Schatz (1981), a partir de uma noção de Focillon, considera que os gêneros cinematográficos passariam por etapas dentro de um contexto de evolução genérica: primeiro um período experimental; seguida por uma fase clássica, um ponto de transparência formal na qual a ideologia é comunicada sem interferências; depois por um estágio de refinamento; e por último uma fase barroca, autoconsciente em sua forma e estilo. Por mais que este método de análise tenha sido criticado por Neale (2000), entendendo que os gêneros são elaborados por processos dinâmicos que impossibilitam a formação de etapas definidas, o método de evolução genérica de Schatz é uma ferramenta útil para pensarmos os filoni e seu processo de ciclos concomitantes e/ou consecutivos. Sobre o fenômeno é necessário uma reflexão sobre as distinções do que seria um cinema de fato popular, voltado para classes mais baixas, do cinema de massa, aquele que procura um público socialmente heterogêneo (Spinzolla, 1985), que superficialmente seria o caso dos filoni, um cinema comercial feito em larga escala.
    Para Fisher (2014) os filoni exatamente por serem produtos de uma condição industrial, nos dizem mais a respeito de como discursos políticos eram recebidos e elaborados pela população do que filmes políticos autorais, marcados por uma interpretação particular. Para Marlow-Mann (2013) muitos filmes apresentavam textos incoerentes, nos quais a motivação de um personagem muitas vezes entrava em contradição com a aparente motivação ideológica do filme de modo geral. Mas é necessário considerar que o filone tinha como principal objetivo estimular o consumo por repetição como aponta Wagstaff (2013), sendo que mesmo que alguns cineastas italianos tinham uma visão gramsciana de que produtos de ordem popular penetravam nas classes trabalhadoras com mais facilidades e por isso tinha uma potencialidade transformadora maior do que a dita alta cultura, o cinema dos filoni era pensados para atrair o público do mezzogiorno italiano (mais pobre e rural) que ia ao cinema mais como evento social do que pelo filme em si.
    Esta particularidade da recepção difusa seria o que Koven (2006) chama de cinema vernacular, sobre a qual a própria estrutura do filme era elaborada, distinguindo de modo claro os momentos de exposição da narrativa daqueles usados para retomar a atenção do espectador mais disperso, usando de estímulos constantes como cenas de nudez, assassinatos violentos e tiroteios. Ainda sobre esta questão Altman (1999) elabora a noção freudiana de economia psíquica para exemplificar a maneira como filmes de gêneros dão prazer ao espectador num processo progressivo de negação de valores culturais, até que a ordem (e a moral) é reestabelecida, exemplificando assim como o cinema de gênero pode funcionar de maneira ritual e ideológica simultaneamente.

Bibliografia

    ALTMAN, Rick. Film Genre. Londres: British Film Institute, 1999.
    BONDANELLA, Peter. A History of Italian Cinema. Nova York: Continuum International Publishing Group, 2009.
    FISHER, Austin. Revelation, conspiracy and the politics of violence in the poliziottesco. Journal of Italian Cinema & Media Studies, Vol.2, N. 2, 167-181, 2014.
    FRAYLING, Christopher. Spaghetti Westerns: Cowboys and Europeans from Karl May to Sergio Leone. London: I.B. Tauris, 1998.
    KOVEN, Mikel J. La Dolce Morte: Vernacular Cinema and the Italian Giallo Film. Oxford: Scarecrow Press Inc. 2006.
    BAYMAN, Louis e RIGOLETTO, Sergio (eds.). Popular Italian Cinema. Nova Iorque: Palgrave Macmillian, 2013.
    NEALE, Steve. Genre and Hollywood. London: Sightlines, 2000.
    SCHATZ, Thomas. Hollywood Genres: Formulas, Filmmaking, and the Studio System. Nova Iorque: Random House, 1981.
    SPINAZZOLA, Vittorio. Cinema e pubblico. Milan: Bompiani, 1985.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br