O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    José Umbelino de Sousa Pinheiro Brasil (UFBA)

Minicurrículo

    Professor Associado IV da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Pós-doutorado no PPPGC – UFPE (2013/2014). Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea. (POSCOM/UFBA2007). Mestre em Artes Visuais – EBA/UFBA (1995). Documentarista realizou os filmes “A mãe” (Prêmio Especial no Festival de Gramado, 1998). “Lutas e Vidas” (1983) e “O que eu conto do sertão é isso…” (Prêmio de melhor filme Festival JB/Shell, 1979).

Ficha do Trabalho

Título

    Meteorango Kid & Caveira My Friend: memória dos anti-heróis marginais

Mesa

    MEMÓRIA(S) DA INVENÇÃO NO CINEMA BAIANO

Resumo

    A proposta enfoca Meteorango Kid: o herói intergaláctico (Andre Luiz Oliveira, 1969) e Caveira My Friend (Álvaro Guimarães, 1970), filmes siameses nascidos no cenário da contracultura baiana-brasileira, alicerces do cinema de invenção-marginal Soteropolitano. Equidistantes do cinema novo, Meteorango & Caveira são encenados dramaturgicamente por personagens irreverentes e insubmissos, base do ciclo superoitista – anos 1970 – e pais genéticos do Superoutro (Edgar Navarro, 1989).

Resumo expandido

    Meteorango & Caveira anti-heróis, urbanos soteropolitanos, são antes de tudo fortes e curtidores. Nascidos na plenitude do AI-5, descendentes diretos do Bandido da Luz Vermelha (Rogerio Sganzerla, 1968), eles seguem à risca o ditado: “quando a gente não pode, a gente esculhamba e avacalha”. Tomam emprestado a bandeira anárquica, reverberando a descrença na política, juntando-se a esse aparente desanimo político a mais perfeita tradução da revolta incondicional e da recusa a qualquer tomada de consciência. Alheios às utopias expostas pelos cinemanovistas, vão criar uma utopia própria que desagua de forma perceptível noutros movimentos, a exemplo do Ciclo do Super Oito e no surto do cinema “Marginal do Dendê” e de forma imperceptível noutras manifestações da contracultura, presente numa parte da vida musical do grupo Novos Baianos. A utopia anárquica dos deserdados habita um território no qual vivem os personagens Meteorango & Caveira, eles se constroem e se encontramos num cenário – Cidade do Salvador – aonde o desconforto individual funciona como possibilidade de se contrapor a farsa da vida garantida pelo estado autoritário e repressor, reproduzida, sistematicamente, no núcleo familiar.
    Meteorango Kid & Caveira My Friend são de certa forma “documentais”, retratam a vida cotidiana dos seus jovens personagens que não enxergam um palmo do nariz no futuro, (uma vez que naquele momento histórico não se revelavam as certezas futuristas); vivem o presente. Tampouco os personagens têm passado, guiam as suas ações dramáticas no “barato total”, nas “transas” e na música do agora, particularmente no rock. Prevalece nas suas ações as transgressões, as drogas e sobretudo a liberdade de ação-expressão marcada pelo uso do corpo. Não se censuram, encenam o que hoje poderia ser denominado de “politicamente incorreto”. Nas estruturas narrativas das películas há uma equivalência – predominante em todos os filmes que compõem a filmografia do cinema marginal -, ela é desconexa, parece estar faltando uma relação mais umbilical nas sequências. Porém, essa aparente falta de linearidade equivale a uma condição de “estética própria”, eis a grande “sacação” dos filmes; pois a virtude é a de não contar a estória de forma certa, correta, linear dentro dos cânones estabelecidos na plataforma do cinema convencional e de transparência. Marca indelével do Cinema Marginal foi a decomposição orgânica das suas cenas, agressiva numa explosão de imagens e sons que nem sempre se coadunam, mas estabelecem uma “filosofia orgânica translúcida”, se assim podemos definir o ato de criar dos seus inventores.
    Meteorango & Caveira têm semelhanças e dessemelhanças, entre si, pois são filmes realizados por jovens autores: Andre Luiz de Oliveira, diretor e roteirista, tem uma carreira promissora no cinema; enquanto Álvaro Guimarães (Falecido em 2008), foi mais dedicado ao teatro, e dirigiu apenas um curta metragem e o longa em questão. A trajetória dos filmes se bifurca Meteorango Kid participou da 5ª. Edição do Festival de Brasília em 1969, angariando os prêmios: Especial do Júri e o da OCIC; competindo ao lado de outros bons exemplos do Cinema Marginal A Mulher de Todos (Rogerio Sganzerla, 1969) e O Anjo Nasceu (Julio Bressane, 1969). Caveira My Friend concorreu na 6ª. Edição do Festival de Brasília em 1970 disputando com Azylo Muito Louco (Nelson Pereira dos Santos, 1970), Profeta da Fome (Mauricio Capovilla, 1970) e Deuses e os Mortos (Ruy Guerra, 1970), o grande vencedor do Festival. Conta a lenda urbana que Álvaro, não satisfeito como resultado do júri, queimou a cópia do filme na Praça dos Três Poderes.
    Meteorango Kid & Caveira deixaram rastros traçados que foram seguidos em o Superoutro no qual incorpora e faz parodia de um Superman caricato, subdesenvolvido sobrevoando no céu da Cidade do Salvador, espaço desconstruído por Meteorango Kid & Caveira. Personagens que fazem valer a frase glauberiana: “derrotar a província dentro da própria província.

Bibliografia

    BERNARDET, Jean Claude. O voo dos anjos São Paulo: Brasiliense, 1991.
    COHEN, Renato. Performance como linguagem. São Paulo: Perspectiva, 1989.
    DIAS, José Umberto (organização e notas). Walter da Silveira: O Eterno e o Efêmero [v. 3]. Salvador: Oiti Editora e Produções Culturais Ltda., 2006. pp. 50-57.
    FERREIRA, Jairo. “Transgressão incendiária”. Cinema de Invenção. São Paulo: Limiar, 2000. pp. 159-162.
    GODARD, Jean-Luc. Introdução a uma verdadeira história do cinema. São Paulo: Martins Fontes, 1989
    PUPPO, Eugênio e HADDAD, Vera. Cinema Marginal e Suas Fronteiras: Filmes Produzidos nas Décadas de 60 e 70. São Paulo: Centro Cultural Banco do Brasil/Heco Produções, 2004.
    SETARO, André. Panorama do cinema baiano. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1976.
    XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento – cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br