O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Rodrigo Almeida Ferreira (UFRN)

Minicurrículo

    Rodrigo Almeida é Professor Adjunto do Curso de Audiovisual da UFRN. Doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com passagem pela Universitat de Barcelona (2015), é autor do livro “Cinema e seu Testamento” (2016) e organizador da coletânea “Cinema e Memória”. É um dos fundadores do coletivo artístico queer Surto & Deslumbramento, com que realizou premiados curtas; foi curador do Janela Internacional de Cinema do Recife (2009 – 2017) e da mostra Brasil Distópico (2017).

Ficha do Trabalho

Título

    O amargo obituário do cinema pernambucano

Resumo

    Realizada inteiramente a partir de pesquisas em jornais na Hemeroteca da Biblioteca Nacional, essa investigação histórica, de ordem menos teórica e mais pragmática, resgata seis acontecimentos esquecidos, descartados, desconhecidos da história do cinema pernambucano, desde o final do século XIX até a metade do século XX. A proposta revela-se como forma de refletir sobre a situação da preservação da memória audiovisual local a partir do “esquecimento” enquanto uma condição histórica.

Resumo expandido

    Parece que carregamos conosco um problema individual e coletivo de memória. Não nascemos sabendo do que aconteceu antes de chegarmos por aqui, não conhecemos automaticamente ou milagrosamente as histórias e as imagens que nos precederam. Se não corremos atrás, podemos, inclusive, passar a vida inteira sem saber nada sobre suas existências. Às vezes, não há condições materiais de conhecê-las, foram queimadas, foram esquecidas, foram silenciadas, tornaram-se por mil e um motivos inacessíveis. Às vezes, não há curiosidade, não há o afã de um(a) caçador(a) de conhecimento. De quando em vez, também falta imaginação. Não há dúvida que a imagem ultrapassa nossa capacidade de recordação: ela registra momentos de nossa tenra infância que não conseguimos acessar; ativa situações que não exatamente esquecemos, mas que tampouco voltaríamos a lembrar, enchendo-as novamente de vida em nossa cabeça.

    Para além do nosso corpo, a memória de tudo que nos precede reside nos artefatos, nos repertórios, nos arquivos primários ou mediados, no que sobrevive e atravessa o tempo, implicando em consequentes referências estéticas que os deslocam, agindo sobre nossos corpos como ‘próteses de memória’, ferramentas extra-corpóreas, cujo o acúmulo em nossa mente ao longo dos anos amplia e afia nosso olhar sobre o que passou. O caso é que o passado só existe enquanto lembrado e no processo de lembrança é como se todos nós sofrêssemos um pouco de paramnésia, desse distúrbio que altera com narrativas ficcionais nossa capacidade mnemônica factual. O imaginário estético está pouco a pouco suplantando o imaginário histórico.

    Em muitos casos, a ausência de lembrança insurge em consequência da ausência de artefatos que nos façam lembrar. A história do cinema, a história da preservação do cinema, confunde-se com a história da precariedade, da falta de política pública; a história de perdas, de incêndios; uma história da desaparição. Diante de uma sociedade que vive a ilusão de ser bem informada num contexto de disseminação massiva da desinformação, que pouco mergulha efetivamente em seu passado registrado, no que sobrou do passado registrado, que celebra a opressão e aponta o dedo para as vítimas, entendemos que o “esquecimento” apresenta-se como uma dimensão histórica de quem somos. Afinal, segundo Paul Ricoeur, “o esquecimento tem igualmente um polo ativo ligado ao processo de rememoração, essa busca para reencontrar as memórias perdidas, que, embora tornadas indisponíveis, não estão realmente desaparecidas” (p. 66, 2008).

    Realizada inteiramente a partir de pesquisas em jornais na Hemeroteca da Biblioteca Nacional, essa investigação histórica, de ordem menos teórica e mais pragmática, resgata seis acontecimentos esquecidos, descartados, desconhecidos da história do cinema pernambucano, desde o final do século XIX até a metade do século XX. A proposta, portanto, revela-se como forma de refletir sobre a situação da preservação da memória audiovisual local a partir do “esquecimento enquanto condição histórica”. Partimos das primeiras exibições do cinematógrafo na região, passando pelas primeiras produções realizadas por imigrantes italianos no Recife, a relação desses italianos com o fascismo, a dificuldade de separar os filmes que nunca foram feitos dos que podem ser considerados desaparecidos até chegar no desaparecimento de “O Coelho Sai” (1942), de Newton Paiva e Firmo Neto, o primeiro longa-metragem sonoro nordestino.

Bibliografia

    BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
    CUNHA, Paulo. Relembrando o cinema pernambucano. Recife: Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco, 2006;
    CUNHA, Paulo. A utopia Provinciana: Recife, Cinema, Melancolia. Recife: Ed. universitária, 2010;
    CUNHA, Paulo. A imagem e seus Labirintos: O Cinema Clandestino do Recife (1930 – 1964). Recife: Nektar, 2014;
    DIDI-HUBERMAN, Georges. A Imagem sobrevivente: História da arte tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
    FIGUEIROA, Alexandre. Cinema em Pernambuco: Uma história em ciclos. Recife: Editora FCCR, 2000.
    GAGNEBIN, Jean-marie. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva. 2011.
    _____________________. Lembrar escrever esquecer / Jeanne Marie Gagnebin – São Paulo: Ed. 34, 2006.
    RICOEUR. Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2008.
    WHITE, Hayden. Historiography and Historiophoty. American Historical Review, v.93, n.5, p.119

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br