O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Fabio Luciano Francener Pinheiro (Unespar)

Minicurrículo

    Doutor (História, Teoria e Crítica) pelo Programa de Meios e Processos Audiovisuais (ECA-USP). Mestre em Ciências da Comunicação (ECA-USP). Possui Especialização em Produção Independente em Cinema pela UNESPAR e em Administração pela UNIFAE. É graduado em Comunicação Social pela PUC-PR. Cursou Letras na UFPR. Professor Adjunto da Graduação em Cinema da UNESPAR II/FAPR, onde desenvolve pesquisa sobre Audiovisual, História e Narração e coordena projetos de extensão em Narrativa Seriada e Teorias d

Ficha do Trabalho

Título

    Os race films e a resistência afro-americana no período silencioso

Resumo

    Ignorados pela historiografia do cinema nos Estados Unidos, os race films integram uma categoria de produções criadas e produzidas e estreladas por afro-americanos e exibidas em um circuito alternativo para plateias negras. Dos cerca de 500 títulos produzidos entre 1915 e 1955, pouco mais de cem foram preservados. Circulando à margem dos estúdios, estes filmes foram um espaço de resistência aos estereótipos do cinema mainstream e de afirmação de uma identidade afro-americana.

Resumo expandido

    Marginalizados pelos livros de história do cinema dos Estados Unidos, os race films formam uma categoria de filmes produzidos, dirigidos e interpretados por afro-americanos e exibidos em circuitos alternativos. De 1915 e 1955 foram produzidos cerca de 500 títulos desta categoria, dos quais pouco mais de cem títulos sobreviveram. Eles surgiram como reação à pouca visibilidade de personagens negros nos filmes de Hollywood, à insistência de representações de negros em situações cômicas, humilhantes ou servis e à limitação de papéis para atores e atrizes negros. Foram ainda um contraponto a imagens como as de The Watermelon Eating Constest, filme do catálogo da Edison Company, nas versões de 1896 e 1900, em que negros aparecem disputando quem come melancia mais rápido.
    Além do elenco composto por afro-americanos, um race film, para ser categorizado desta forma, precisava ter sido criado e produzido por um estúdio independente, fora de Hollywood e ainda divulgado em jornais da imprensa afro-americana. A ênfase no uso de termos como race film e race picture era estratégica, pois servia para deixar claro que os filmes, geralmente com baixos orçamentos, foram produzidos e criados por e para o público afro-americano, diferenciando-se assim de outros filmes produzidos por brancos e com elenco negro.
    O conceito de race film – também chamados de colored film, race motion pictures, race picture – é amplo e abrange especificidades baseadas em segregação racial. Nos estados do Sul dos Estados Unidos, as produções eram exibidas às plateias negras que não podiam frequentar salas de cinema. Tal medida forçou a criação de um circuito de exibição alternativo, com cinemas dirigidos e programados por proprietários negros. Já nas cidades de estados do Norte, os race films eram exibidos nas sessões conhecidas como Midnight Rambles – as exibições que aconteciam após a meia-noite e eram exclusivas para plateias de negros que não eram admitidos durante o dia nas sessões regulares. Assim, ao mesmo tempo em que faziam circular imagens positivas do público negro, os produtores dos race films também exploram economicamente um nicho enorme.
    Os filmes da categoria desafiavam os estereótipos e as representações caricaturais e negativas dos filmes exibidos no circuito comercial. A mais conhecida delas, O Nascimento de uma Nação (1915) motivou reações intensas da comunidade afro-americana, o que também resultou em respostas cinematográficas, sendo a mais conhecida delas The Birth of a Race (1918). Porém antes mesmo do épico racista de David Griffith, havia um Black Cinema incipiente, que procurava criar representações positivas dos afro-americanos. Os primeiros race films foram produzidos por institutos de educação para negros no início da década de 1910, nos estados sulistas, dentro do espírito Uplift – uma estratégia que buscava inserir os escravos libertos na sociedade americana após 1865, ao mesmo tempo que pregava a qualificação profissional como caminho para a afirmação social.
    Alguns dos race films mais populares no período silencioso foram realizados pela Lincoln Motion Pictures, companhia fundada pelo ator negro Noble Johnson em 1916. No mesmo ano a companhia lança seu primeiro filme, Realization of a Negro Ambition, de 20 minutos, sobre um engenheiro negro que salva uma mulher branca e ganha a oportunidade de ascensão na carreira da companhia de petróleo onde trabalha. Outros pioneiros importantes são William Foster, o primeiro afro-americano a criar uma companhia para produzir filmes apenas com negros em 1910 e Oscar Micheaux, escritor, produtor, roteirista e realizador, que produziu 30 filmes entre 1919 e 1948.
    Nesta comunicação, partimos das problematizações e tentativas de delimitação e definição dos race films em suas vertentes histórica, social e estética em Gaines (2011), Reid (2005) e Young (2002) e procuramos sintetizar os traços principais desta categoria, bem como apontar alguns de seus realizadores e obras mais expressivos.

Bibliografia

    GAINES, Jane. Fire and Desire: mixed race movies in the silent era. Chicago e Londres: The University of Chicago Press, 2001.
    MAURICE, Alice. The cinema and its shadow : race and technology on early cinema. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2013.
    REID, Mark. Black Lenses, Black Voices : African American in Film Now. Lanham: Roman & Littlefield, 2005.
    ROBINSON, Cedric J. Forgeries of memory and meaning : Blacks and the regimes of race in American theater and film before World War II. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 2007.
    STEWART, Jacqueline Najuma. Migrating to the movies : cinema and Black urban modernity. Berkeley e Los Angeles: University of California Press, 2005.
    YOUNG, Earl James, Jr. The life and lork of Oscar Micheaux : pioneer black author and filmmaker. 1884 -1951. San Francisco, Kmt Publications, 2002.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br