O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Erick Felinto de Oliveira (UERJ)

Minicurrículo

    Erick Felinto é Doutor em Literatura Comparada pela UERJ/UCLA e tem Pós-Doutorado em Estudos de Mídia pela Universität der Künste Berlin. É pesquisador do CNPq e professor associado na UERJ, onde realiza pesquisas sobre cinema e cibercultura. É autor dos livros Avatar: o Futuro do Cinema e a Ecologia das Imagens Digitais (Sulina, com Ivana Bentes) e O Explorador de Abismos: Vilém Flusser e o Pós-Humanismo (Paulus), entre outros.

Ficha do Trabalho

Título

    O Jardim das Afecções: Política Afetiva e Imagem em Olavo de Carvalho

Mesa

    Políticas da Imagem e Imagens da Política no Neoconservadorismo.BR

Resumo

    De astrólogo obscuro na São Paulo dos anos 1970, Olavo de Carvalho passou a encarnar um agente político e cultural de vital importância na ascensão da extrema direita no Brasil dos anos 2000 (seu canal no Youtube conta com quase 700 mil subscrições). Por meio de uma análise da construção discursivo-imagética de seus vídeos, pretende-se investigar as razões por trás dessa astronômica ascensão, ao mesmo tempo em que se buscará esboçar os mitologemas fundamentais do imaginário neoconservador.

Resumo expandido

    Para Vilém Flusser, as imagens técnicas representam um retorno modificado ao pensamento mágico característico da pré-história. Trata-se, afirma ele, de uma “magia de segunda ordem” (2002, p. 16): enquanto a primeira forma de magia ritualizava mitos, a nova forma ritualiza programas. Elas substituem, assim, a consciência histórica conceitual por uma capacidade imaginativa de segunda ordem. Se todo ato contemporâneo tende a transformar-se em imagem técnica, em uma nova espécie de magia, o pensamento conceitual e a racionalidade deixam de ditar as formas de interpretação do mundo para serem substituídos pela imaginação e por programas e modelos. Nesse sentido, nenhum campo de atividade social poderia ilustrar melhor tais transformações do que a política. De fato, face à desintegração da esfera pública no mundo contemporâneo, deve-se reconhecer que “a história da política chegou a um fim” (Die Geschichte der Politik ist zu Ende) (Flusser, 2008, p. 157). Não é mais no horizonte da política que buscamos nossa imagem do mundo, mas sim no domínio dos meios técnicos.
    Os temas da racionalidade e da decisão racional sempre constituíram problemáticas fundamentais da teoria política. Todavia, como seguir lidando com esses temas em uma época na qual, mais que nunca, a política se alia às imagens e se torna terreno da imaginação, das emoções e mesmo (para nos contrapormos a algumas das teses flusserianas) do mito? Raoul Girardet, por exemplo, propõe investigar precisamente aquilo que, na política, sempre foi tido como marginal, como o “que escapa às formulações demonstrativas, tudo que brota das profundezas das potencias oníricas” (1987, p. 10). O mito e o imaginário se convertem, assim, em importantes ferramentas para compreender o panorama político da contemporaneidade. Aliando-se à esfera da tecnociência e dos meios tecnológicos, o mito encontrou nas imagens técnicas um ambiente propício, no qual política e irracionalidade vieram estabelecer uma estranha aliança. O atual contexto político brasileiro parece oferecer um interessante estudo de caso, alimentando-se, acima de tudo, das imagens geradas nos ambientes digitais. Memes, vídeos de Youtube, tweets, mensagens de Whatsapp compõem uma espécie de paisagem eletrônica na qual se travaram e se travam disputas políticas em torno da captura do imaginário popular.
    Esse estado de coisas permitiria falar de uma “virada afetiva” no campo dos estudos políticos. Os sujeitos políticos já não podem mais ser encarados simplesmente como “atores racionais” desvinculados de emoção e paixão, numa perspectiva que resultava das influências positivistas e behavioristas marcando as ciências sociais no período do pós-guerra (Hoggett & Thompson, 2012, p. 1). O objetivo desta comunicação é investigar o cenário político contemporâneo a partir da ideia de uma política das imagens eletrônicas. Se estudos como o de Angela Nagle (2017) atribuem à internet um protagonismo fundamental na moldagem das guerras culturais (culture wars) contemporâneas e da ascensão de um conservadorismo tacanho em nível global, é preciso analisar de que formas as imagens técnicas se aliam aos afetos e ao pensamento mítico para configurar um cenário político inteiramente novo. Mais especificamente, meu objeto de estudo será a construção da persona midiática do ensaísta Olavo de Carvalho, definido pela imprensa brasileira como “o guru do Bolsonarismo”. De astrólogo obscuro na São Paulo dos anos 1970, Olavo de Carvalho passou a encarnar um agente político e cultural de vital importância na ascensão da extrema direita no Brasil dos anos 2000 (seu canal no Youtube conta com quase 700 mil subscrições). Por meio de uma análise da construção discursivo-imagética de seus vídeos, bem como do documentário “O Jardim das Aflições”, no qual é o personagem principal, pretende-se investigar algumas das razões por trás dessa astronômica ascensão, ao mesmo tempo em que se buscará esboçar os mitologemas fundamentais do imaginário neoconservador.

Bibliografia

    FLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002.
    ________________. Kommunikologie weiter denken: Die Bochumer Vorlesungen. Frankfurt am Main: Fischer, 2009.
    GIRARDET, Raoul. Mitos e Mitologias Políticas. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
    HOGGETT, Paul & Thompson, Simon (orgs.). Politics and Emotions: The Affective Turn in Contemporary Political Studies. New York: Continuum, 2012.
    NAGLE, Angela. Kill all Normies: Online Culture Wars from 4Chan and Tumblr to Trump and the Alt-Right. Winchester: Zero Books, 2017.
    NARDIN, Terry. Rationality in Politics and its Limits. London: Routledge, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br