O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Julia Gonçalves Declié Fagioli (UFJF / UFMG)

Minicurrículo

    Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG. Mestre pela mesma instituição. Coordenou e organizou o Dossiê: Documentário e Cinema de Arquivos da Revista Devires – Cinema e Humanidades. Realizou trabalho de curadoria da Mostra Contemporânea Brasileira do Fórum.doc em 2016. Atualmente realiza pesquisa de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFJF e é professora substituta do Departamento de Comunicação Social da UFMG.

Ficha do Trabalho

Título

    Exílio e interrupção: a retomada dos arquivos em Guzmán e Coutinho

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Pressupondo que a montagem dos arquivos contribui para o entendimento da história, propomos comparar duas obras cinematográficas do contexto das ditaduras latino-americanas: a A batalha do Chile (Patrício Guzmán, 1975-1979) e Cabra marcado para morrer (Eduardo Coutinho, 1984). Buscamos perceber como se articulam a tomada e a retomada, além de analisar aspectos formais dos filmes que poderiam dar a ver a maneira como são atravessados por seus contextos, pelas condições às quais estão submetidos.

Resumo expandido

    O presente trabalho surge de um interesse pelas relações entre cinema e política, mais especificamente, o uso das imagens de arquivo pelo cinema militante, sobre como as imagens dos acontecimentos, retomadas na montagem, poderiam propiciar uma reelaboração da memória das lutas políticas, reescrevendo a história.
    Nos anos 1960 e 1970, vários países da América Latina se encontravam comandados por regimes militares e opressores. Havia uma necessidade de registro dos acontecimentos e, como resultado, uma produção militante. Ela se deu de maneiras diferentes em cada país, e foi profundamente afetada pela forma como cada um desses regimes ditatoriais operavam. Nos interessam, neste trabalho, os contextos brasileiro e chileno: no Brasil, a ditadura militar iniciou em 1964 e durou mais de 20 anos. As Ligas Camponesas surgiram dez anos antes, de maneira mais significativa, no Nordeste e, em Pernambuco, ocorreu a luta mais marcante do movimento, pela posse do Engenho da Galileia. Em 1963, enquanto o movimento se radicalizava, os proprietários rurais começaram também a se organizar, de modo a impedir a reforma agrária. (FAUSTO, 2012). Já no Chile, o golpe militar se deu apenas em 1973, com o apoio dos Estados Unidos, para impedir o avanço do socialismo do governo de Salvador Allende. Em 1970, com o apoio de toda a Unidade Popular, Allende foi eleito presidente, com propostas de aprofundamento da reforma agrária, soluções para os problemas da previdência social, habitação, alimentação e saúde pública. (ALEGRÍA, 1983).
    Em linhas gerais, este é o contexto no qual se inserem os filmes que propomos analisar. Ressaltamos, portanto, que há grandes diferenças entre eles, porém, um importante ponto em comum, que são os longos períodos de ditaduras militares que os contextualizam. Tomamos dois exemplos de filmes realizados com imagens de arquivo e motivados por forte militância de seus realizadores, para que, em uma comparação – que já reconhece, de início, a imensa diferença entre as obras – possamos perceber como as condições históricas e políticas atravessam o fazer cinematográfico e, como consequência, afetam a forma do filme. O primeiro trabalho é a trilogia A batalha do Chile, de Patrício Guzmán – compreendendo A insurreição da burguesia (1975), O golpe de estado (1976) e O poder popular (1979). A realização de tais filmes se iniciou no Chile, porém, precisou ser interrompida, pois, após o golpe militar de 1973, Patrício Guzmán foi exilado e a produção foi retomada e finalizada na França. (MOUESCA, 1988).
    O segundo trabalho é Cabra marcado para morrer (Eduardo Coutinho, 1984). O filme já foi amplamente discutido, no entanto, o que propomos é um olhar à obra prima de Eduardo Coutinho em relação à Batalha do Chile de Guzmán e, de maneira mais geral, ao cinema militante no contexto das ditaduras na América Latina. Se nos filmes de Guzmán a distância entre a tomada e a retomada se dava pelo exílio, em uma distância geográfica, e não temporal, Cabra é atravessado pela interrupção de 20 anos entre o filme que se realizaria em 1964 e aquele que foi, de fato, realizado em 1984. O roteiro do filme de 64 se baseava na vida e morte de João Pedro Teixeira, importante líder da luta camponesa, assassinado em 1962. Com a interrupção das gravações, decorrente do golpe, o trabalho só é retomado vinte anos depois, com uma nova proposta, de tratar não só da história de João Pedro, mas também do filme que não se realizou, lançando uma “ponte entre agora e o antes” (BERNARDET, 2013).
    A partir de uma comparação entre os dois filmes, buscamos perceber o modo como se articulam a tomada e a retomada (LINDEPERG, 2010), a militância e a montagem. Buscaremos perceber quais operações fílmicas perpassam a produção militante e, ao mesmo tempo, como se dá a reelaboração dessa militância no momento posterior de retomada das imagens.

Bibliografia

    ALEGRÍA, Fernando. Salvador Allende. São Paulo: Brasiliense, 1983.

    BERNARDET, Jean-Claude. Vitória sobre a lata de lixo da história. In: OHATA, Milton (org.). Eduardo Coutinho. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

    FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.

    LINDEPERG, Sylvie. Imagens de arquivos: imbricamento de olhares. Entrevista concedida a Jean-Louis Comolli. In: Catálogo Forum.doc. Belo Horizonte: Filmes de quintal, 2010.

    MOUESCA, Jacqueline. Los anos del exilio. In: ______. Plano secuencia de la memoria de Chile: veinticinco anos de cine chileno. Madri: Eds. del Litoral, 1988.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br