O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Guilherme de Souza Castro (UAM)

Minicurrículo

    Mestre em Comunicação pela Universidade Anhembi Morumbi/SP, graduado em Jornalismo e Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua como produtor, roteirista e diretor de audiovisual e no ensino principalmente dos seguintes temas: cinema, roteiro, direção, televisão e documentário. Alguns trabalhos e textos podem ser vistos em www.guilhermecastro.org.

Ficha do Trabalho

Título

    Produção de presença e cinema, em Central, Rifle e Cidades fantasmas.

Resumo

    O estudo é sobre as relações entre o cinema e a produção de presença, conforme teoria desenvolvida por Gumbrecht (2010). Em Central (documentário, Tati Sager, 2017), Rifle (ficção, Davi Pretto, 2017) e Cidades fantasmas (documentário, Tyrell Spencer, 2017), filmes brasileiros realizados no Rio Grande do Sul, os efeitos estéticos de intensidade, tais como os Stimmungen, são potencializados por estratégias cinematográficas que comprometem o espectador com os pontos de vista e a voz da narrativa.

Resumo expandido

    Narrativas são modos de contar histórias que levam o público/leitor/espectador a acompanhar a apresentação, compreendendo a trama, o que pode ser dito produção de sentido, e, na mesma experiência de leitura/assistência, vivenciando estados emocionais relacionados mais à descrição do que aos acontecimentos em si, o que pode ser compreendido como produção de presença, conforme leitura que faço de Hans Ulrich Gumbrecht (2010). Para a experiência de proximidade e o sentir-se tocado, em um componente de materialidade necessário à produção de presença, convergem o ponto de vista e a voz narrativa, ou seja, o posicionamento da onde se observa e a perspectiva com que se dá a conhecer os fatos da intriga (Ricoeur, 1994). Em cinema, a produção de presença é reforçada porque há um olhar privilegiado, que se aproxima, passeia e observa a cena, sempre a partir de pontos de vista que pressupõem, incluem e posicionam o sujeito que assiste (Xavier, 2003). Conforme a construção narrativa, o espectador se engaja, é agente e objeto, uma vez que toma parte “dos posicionamentos e efeitos espaciais/temporais do contar” (Browne, 2005, p. 249). Assim, são possibilitados os liames que cada um a seu modo estabelece entre si mesmo e os filmes, o que pode se traduzir por ‘estar sujeito à experiência estética’, ou seja, a “certas sensações de intensidade que não encontramos nos mundos históricos e culturalmente específicos do cotidiano em que vivemos” (Gumbrecht, 2010, p. 128). Para este estudo, são analisados três filmes brasileiros realizados no Rio Grande do Sul: Central (documentário, dirigido por Tati Sager, 2017), Rifle (ficção, dirigido por Davi Pretto, 2017) e Cidades fantasmas (documentário, dirigido por Tyrell Spencer, 2017).
    Em Central, a potência cinematográfica está no modo presente e vivo em que se transforma o discurso de conteúdo, pois, mais do que compreendido, o drama carcerário é sentido pelo espectador como percepções a partir de olhares internos ao presídio de Porto Alegre. Neste filme, a ambiência insalubre e violenta é carregada pela articulação das perspectivas a partir de lados opostos da linha divisória entre os espaços controlados pelas organizações criminosas e pela força policial do Estado, ou seja, entre as imagens realizadas com capricho e técnica pela equipe e o olhar dos próprios presos, nas imagens feitas por eles mesmos, de modo cru e direto.
    Rifle constrói a vastidão horizontal e o silêncio ventoso dos campos do Sul através do ponto de vista um jovem que trabalha e vive com uma família empobrecida, disposta a vender a pequena posse e seguir para a cidade. O avanço dos plantadores de soja, o movimento de gente, máquinas, automóveis e caminhões que surgem perturbam o personagem ao ponto de uma espécie de surto violento em reação às transformações ameaçadoras. O olhar da câmera identificado à psicologia e à urgência do protagonista confere à narrativa incompletudes e incertezas, o que convoca a participação do espectador, ao mesmo tempo em que o sentimento de perda do lugar de origem é compartilhado em efeitos de Stimmung.
    Em Cidades fantasmas, a condução da narrativa é pelas memórias de sobreviventes, registradas em visitas às ruínas de antigos lares atingidos por diferentes tragédias. Além das fotos de época das cidades ainda com vida, as imagens do filme, cujos movimentos em passeios lentos e longos, quadros em composições bem equilibradas e luzes naturais enfatizam a beleza das ruínas visitadas e lembradas com afetos. No filme, os efeitos de produção de presença são reforçados quando é trazido ao presente a percepção de um doloroso tempo passado.
    Central, Rifle e Cidades fantasmas apresentam estratégias narrativas audiovisuais que posicionam o olhar do espectador no interior das cenas, o que promove a identificação com personagens, situações e ambientes (Browne, 2005), como fator que favorece a produção de presença e a intensidade das experiências estéticas no modo de construção dos filmes.

Bibliografia

    BROWNE. Nick. O espectador no texto: a retórica de No tempo das diligências. In: Pessoa Ramos, Fernão (Org.). Teoria contemporânea do cinema. São Paulo: Senac, 2004.
    GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculta da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
    GUMBRECHT, Hans Ulrich. Corpo e forma. Rio de Janeiro: EdUerj, 1998.
    GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro, Contraponto/PUC Rio, 2010.
    LYRA, Bernadette. A nave extraviada. SP: ANNABLUME: ECA-USP, 1995.
    MACHADO, Arlindo. O enigma de Kane, IN: O sujeito e a tela. São Paulo: Paulus, 2007.
    NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus, 2005.
    RAMOS, Fernão pessoa. Mas afinal, o que é mesmo documentário? SP: SENAC, 2008.
    RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Campinas, SP: Papirus, 1994.
    XAVIER, Ismail. O olhar e a cena. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br