O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues (UFPE)

Minicurrículo

    Doutor em Multimeios pela Unicamp e professor do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), da UFPE.

Ficha do Trabalho

Título

    Como mensurar a “escrita de si” no documentário?

Resumo

    Neste trabalho, desejamos avaliar três conceitos – autobiografia, autoficção e auto-retrato -, ponderando suas adequações e valor heurístico para entendermos o que está em operação em certa produção documentária marcada pelo triunfo da enunciação em primeira pessoa, operação conduzida majoritariamente pelo diretor, que deixa o antecampo, ocupa a cena e partilha conosco algumas de suas aflições/inquietações, num transbordamento subjetivo por vezes surpreendente.

Resumo expandido

    Como indicam Michael Renov (2004) e Laura Rascaroli (2009), dentre outros autores, desde os anos de 1970, desponta no documentário uma vertente marcada pelo triunfo da enunciação em 1a pessoa, enunciação esta conduzida/articulada majoritariamente pelo diretor, cuja presença física (voz e/ou corporalidade) também se intensifica e se afirma na tomada. Nesta tradição, pois, o documentarista não é mais um mediador, não se restringe aos bastidores, tampouco se limita à assinatura de abertura ou desfecho dos créditos. Ele é alguém que deixa o antecampo, ocupa a cena e partilha conosco algumas de suas aflições/inquietações pessoais, num transbordamento subjetivo por vezes surpreendente.

    Fato notável se ponderarmos que o documentário, historicamente, não se codificara enquanto obra demasiadamente autoreferenciada. Ou seja, em geral, não fazemos um documentário sozinho, tampouco apartado da pulsação cotidiana e das urgências dos nossos dias – sem conexão com nossos pares, com os grupos sociais com os quais interagimos e os dilemas por eles enfrentados. Paixão pela alteridade, redescoberta de si no outro e vice-versa, revisão de nossas convicções – eis uma definição possível para esta atividade e seus engajamentos, embora não desprovida de limitações.

    Mas eis que a prática contemporânea do documentário nos revela esta espécie de “primazia do eu” em alguns títulos, operação na qual a presença cênica do diretor, ora performática, ora confessional, reforça uma individualidade e autoria, outrora limitada à gestão do processo criativo e à interação com os sujeitos no mundo. Espécie de autor-personagem, nestas obras o cineasta se entrega a um relato de si e do seu entorno próximo marcado pela explicitação do íntimo, por vezes com tonalidades autobiográficas.

    Feita tais observações, chegamos ao ponto central do debate que desejamos cotejar e aprofundar. Embora seja um fenômeno bem discernido na obra de alguns autores, notamos que ainda são pouco precisas as ferramentas conceituais de abordagem e entendimento desta prática fílmica. Afinal, o que está em jogo nesta operação na qual um relato íntimo (do diretor) se adensa e questões outrora privadas são publicizadas? Seria um esforço de construção e elaboração autobiográfica? Se o for, quais as características deste exercício – a autobiografia? Ou seria, uma construção mais próxima da autoficção, conceito apregoado por certa teoria literária francesa (Noronha, 2014) e talvez evidente em alguns destes filmes? Ou seria o auto-retrato, na apreciação que Bellour (2000) e Rascaroli (2009) fazem deste conceito, a categoria que melhor expressa o que está em jogo nesta “escrita de si” no documentário?

    Nesta apresentação, desejamos mensurar tais conceitos, avaliando suas possibilidades e valor heurístico para ponderarmos o que está em operação nos filmes marcados pelo triunfo da enunciação em primeira pessoa. Uma proposta que se pretende introdutória, diga-se de passagem, tendo em vista a complexidade destas categorias e o viés inicial do estudo.

Bibliografia

    BELLOUR, Raymond. Auto-retratos. In: Entre-imagens. Campinas: Papirus, 2000.
    BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
    KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro – o retorno do autor e a virada etnográfica. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.
    LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico. Belo Horizonte: EDUFMG, 2008.
    NORONHA, Jovita. Ensaios sobre a autoficção. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2014.
    RASCAROLI, Laura. The personal camera: subjective cinema and the essay film. Nova Iorque: Columbia University, Wallflower Press, 2009.
    RENOV, Michael. The subject of documentary. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2004.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br