O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Mariana Lucas (PUCSP)

Minicurrículo

    Mestranda em História Social na PUCSP, tem como objeto de pesquisa os filmes “A cidade é uma só?”e “Branco sai, preto fica? “de Adirley Queirós. Especialista em “História, Cultura e Sociedade”. Integrante o corpo docente da FAAP, desde de 2014, onde ministra as disciplinas de Documentário e Cinema Brasileiro. Graduada e em Cinema pela Fundação Armando Alvares Penteado, foi bolsista FAPESP pelo projeto de iniciação cientifica ” Michelangelo Antonioni e as fantasmagorias do silêncio”.

Ficha do Trabalho

Título

    Polarização e performance política no interior do Pernambuco.

Seminário

    Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção

Resumo

    Interessa-me analisar o documentário Camocim (Quentin Delaroche, 2018), através do conceito de “acontecimento” (MIGLIORIN, 2014) enquanto fagulha desviante, que ainda não propõe uma nova ordem, mas, já aponta para uma bifurcação histórica. Delaroche tece uma análise política, aparentemente local, que, através de um conjunto de opções formais, é capaz de atualizar a condição de leitura em torno das eleições de 2018, sobretudo, naquilo que refere-se a dimensão da performance política.

Resumo expandido

    O documentário Camocim de Quentin Delaroche, o acompanha os 45 dias que antecedem as eleições do município pernambucano de Camocim. Durante este período, a polarização entre os eleitores vermelhos e azuis fica ainda mais acirrada e violenta, de maneira, que, os conflitos daquela pequena cidade configuram-se enquanto síntese de questões referentes ao cenário político nacional contemporâneo. Assim, “Camocim parece estar simultaneamente no meio do nada e no centro de tudo” (PINTO, 2018). Dessa forma Delaroche é capaz de tecer uma análise política, aparentemente local, que, através de um conjunto de opções formais, é capaz de atualizar a condição de leitura sobre as eleições de 2018, sobretudo, naquilo que refere-se a dimensão da performance na política.

    O filme aproxima-se de uma certa tradição documental que almeja acompanhar momentos cruciais que antecedem pleitos presidenciais, a título de exemplo esta o clássico Primary (Robert Drew, 1960), The war Room (Chris Hagedus e D.A. Pennerbaker), Entreatos (João Moreira Salles, 2004). Porém, Camocim distancia-se dos filmes citados ao optar em debruçar-se na campanha do candidato a vereador, César Lucena. Outro diferencial de Camocim em relação a esta tradição documental, esta na escolha pela cabo eleitoral Mayra em conduzir a narrativa, diferente dos outros filmes em que é o próprio político quem conduz o documentário. Será por meio do olhar de Mayra que o filme se estrutura enquanto crítica a antiga politicagem. Mulher, negra, periférica, lésbica e politizada, Mayara emerge enquanto única personagem capaz de romper com a degradante práxis política de Camocim.

    São nas ruas estreitas da cidade que o circo político é montado, em clima de festa as vias são ocupadas por eleitores entusiasmados, trios-elétricos e políticos discursando, criam, a mise-en-scène necessária para construção do jogo de cena político. Através de seu registro documental Delaroche nos apresentada a experiência política da periferia do capitalismo como a mais espetacular das mercadorias e o eleitorado, enquanto subproduto deste espetáculo.

    Orientados através de imagens toscas e cores marcantes, para demarcação de seu posicionamento político, os eleitores, assim, compõe com o cínico espetáculo da campanha eleitoral, através de uma precária estetização da política.

    É em meio a performática disputa eleitoral, que a presença de Mayara marca, não apenas, o abismo da polarização de vermelhos e azuis, mas, sobretudo, uma distância incomensurável entre democracia representativa, os moldes em que ela se fundamenta, e a possibilidade de reação dentro do sistema que a criou.

Bibliografia

    BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica In Obras escolhidas: Mágica e técnica, arte política. São Paulo, editora brasiliense 2008.
    CÉSAR, A. Cinema como ato de engajamento: o documentário brasileiro contemporâneo em contextos de urgência. Comunicação apresentada no 4º Colóquio Cinema Estética e Política realizado pelo Grupo de Pesquisa Poéticas da Experiência (PPGCOM-FAFICH-UFMG) no 26/06/15, em Belo Horizonte.
    Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hyJtVZoePbU
    MIGLIORIN, C. Ensaios na revolução: o documentário e o acontecimento. In: GONÇALVES, Osmar (org). Narrativas Sensoriais. Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2014, pp.235-261.
    PINTO, de Abreu Rodrigo. Veemência pacífica. Revista cinética, 19 de outubro de 2018.
    Disponível em: http://revistacinetica.com.br/nova/veemencia-pacifica/
    SIBILIA, Paulo. O show do eu- a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira 2008.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br