O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Barbara Bergamaschi Novaes (PPGCOM – UFRJ)

Minicurrículo

    Bárbara Bergamaschi Novaes é doutoranda pelo PPGCOM-ECO/UFRJ e PPGLCC-LETRAS/ PUC-RIO. É mestre em Artes da Cena (PPGAC/ECO-UFRJ). Formada em Comunicação Social (2014) pela ECO-UFRJ com habilitação em Rádio e TV. Em 2012 participou do programa de intercâmbio Acadêmico na Universidade de Paris VIII onde estudou Cinema. Tem certificado em Fundamentação em Artes (2010) pela EAV- Parque Lage. Foi pesquisadora-bolsista da Fundação Casa de Rui Barbosa no projeto “Cultura Brasileira Hoje”.

Ficha do Trabalho

Título

    Ascensão, Vertigem e Queda na Poesia e Cinema de Mário Peixoto.

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    Através de uma análise da decupagem de três cenas do filme Limite e da escansão do poema “A grande curva”, publicado no livro Mundéu acreditamos ser possível vislumbrar como a poesia e a mise-en-scène de Mário Peixoto obedecem a uma mesma lógica formal de construção. Em uma via de mão dupla observamos como a poesia se transfigura em cinema e, inversamente, como o cinema “enforma” a poesia. Para tal utilizamos textos de Mário de Andrade, Paulo Henriques Britto, Flora Süssekind e Sergei Eisentein

Resumo expandido

    Apesar de sua vasta produção literária, Mário Peixoto (1908-1992) se tornou metonímia de Limite, obra única na cinematografia brasileira e mundial, considerada “sem herdeiros” dentro da historiografia do cinema nacional. Peixoto escreveu o roteiro com vinte anos e filmou seu primeiro e único longa metragem com apenas vinte e dois anos de idade. Muitos críticos consideram o filme um dos únicos filmes avant-garde do cinema brasileiro, pois possui uma radicalidade experimental que contrasta com tudo o que era realizado na época.
    A montagem de Limite obedece a uma estrutura poética nas formas e no ritmo musical, com trilha de compositores de música clássica tais como: Claude Debussy (Prélude à l’après-midi d’un faune, Golliwogg’s cakewalk e Fêtes), Maurice Ravel (Quarteto de Cordas em Fá Maior), Stravinsky (O Pássaro de Fogo), Prokofiev (Sinfonia no. 1), sendo especialmente marcado pelas Gymnopédies de Erick Satie. O filme foi considerado por muitos anos perdido, sendo rodeado de mitos além de palco de intensos debates. Somente no final dos anos 1970, com a cuidadosa restauração do filme por Plínio Sussekind Rocha e Saulo Pereira de Mello, Limite veio finalmente à luz para as novas gerações.
    A história do livro de poemas Mundéu (1931) ocorre em paralelo a de Limite (1931). Mário Peixoto começa a escrevê-lo e publica-o no mesmo período em que realiza o filme. Em novembro de 1931 é lançada a coletânea em edição particular financiada pelo próprio artista. O livro mereceu na época críticas de Manuel Bandeira, Pedro Dantas, Mário de Andrade e Octávio de Faria. Mário Peixoto desgostou-se logo da obra, odiava o livro que considerava por demais “construído” e não se interessou em fazê-lo circular. Depois de sua morte, em 1992, mais de vinte exemplares foram encontrados em seu espólio, ainda fechados e praticamente novos. O livro foi reeditado em 1996 pela editora Sette Letras em edição comemorativa com tiragem de duzentos exemplares; é desta edição que retiramos o poema “A grande curva” aqui analisado.
    Nesta comunicação buscamos traçar as correspondências “plástico-verbais” entre as escritas poética e cinematográfica de Mário Peixoto buscando pontos de contato entre essas duas linguagens artísticas. Para tal iremos comparar duas obras do autor: o filme longa-metragem de vanguarda Limite e o livro de poesia Mundéu, ambos, curiosamente, lançados no mesmo ano de 1931. Como não é possível, dentro do curto espaço, analisar o filme e o livro integralmente, para realizar este exercício comparativo hermenêutico elegemos três sequências de Limite que nomeamos: (1) A Imagem Proteíca, (2) A Costureira e (3) A Vertigem. Colocamos estas três sequências lado a lado dos versos e estrofes selecionados do poema “A grande curva”, que a nosso ver sintetizam, em teoria, o “cinematismo” das obras, onde os mesmo elementos e forças atravessam as duas obras.
    Ao realizarmos a escansão dos versos e uma decupagem minuciosa plano a plano, demonstremos como há uma superdeterminação formal que condensa a forma e o significante, onde em um mínimo espaço, material semântico e lexical se complementam. Veremos materialmente a equivalência ou analogia do movimento da estrutura ou plano formal do poema nos movimentos de câmera escolhidos por Peixoto, em que se destacam especialmente, os movimentos circulares, de ascensão, vertigem e queda. Para esta análise nos valemos do legado teórico sobre a linguagem cinematográfica de Sergei Eisenstein, em especial no que concerne às técnicas da montagem, vista por ele como o “nervo” do cinema. Veremos como o ritmo e movimento presentes nas obras de Peixoto são erigidas,como diria Eisenstein, por meio de uma “visão do olho interior” do artista. Nos valemos também de reflexões nos textos ensaísticos da crítica Flora Süssekind, em particular no livro “Cinematografo de Letras”, como também nos estudos de Teoria e Análise Poética do tradutor e professor Paulo Henriques Britto.

Bibliografia

    ANDRADE, Mário. Prefácio Interessantíssimo em Paulicéia Desvairada. Poesias Completas vol.2. Nova Fronteira; Edição: 1ª 2013.
    BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas. Magia e Técnica, Arte e Política. Volume 1.Editora Brasiliense, 1996.
    BRITTO, Paulo Henriques. Para uma Tipologia do Verso Livre em Português e Inglês in Revista Brasileira de Literatura Comparada, n.19, em 2011.
    BÜRCH, Noel. Práxis do Cinema. São Paulo. Ed. Perspectiva, 2011.
    EINSENTEIN, Sergei. A Forma do Filme. Rio de Janeiro. Ed. Zahar. 2002.
    —–. O Sentido do Filme. Rio de Janeiro. Ed. Zahar. 1990.
    MELLO, Saulo Pereira de. Limite, Mário Peixoto – Catálogo da Exposição Limite. Edição FCRB – MinC. 1996.
    PEIXOTO, Mário. Mundéu. Rio de Janeiro. Sette Letras. 1996.
    ROCHA, Glauber. Revisão Crítica do Cinema Brasileiro. Ed. Cosac Naif. São Paulo. 2013.
    SÜSSEKIND, Flora. Cinematógrafo de Letras. Companhia das Letras Sao Paulo. 1987.
    STAM, Robert. Introdução a Teoria do Cinema. Editora Papirus. Campinas , SP. 2009.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br