O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Maurício de Bragança (UFF)

Minicurrículo

    Graduado em História e Cinema, com Mestrado em Comunicação e Doutorado e Pós-Doutorado em Letras pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Cinema e Video e do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da UFF. Publicou A traição de Manuel Puig: melodrama, cinema e política em uma literatura à margem (EDUFF, 2010) e organizou, com Marina Tedesco, o livro Corpos em projeção: gênero e sexualidade no cinema latino-americano (7Letras, 2013).

Ficha do Trabalho

Título

    Mãos à obra: o trabalhador mexicano nos EUA em dois filmes

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Através de uma análise comparada entre Espaldas mojadas, dirigido por Alejandro Galindo (México, 1955) e O sal da Terra, dirigido por Herbert J. Biberman (EUA, 1954), pretendemos apontar duas perspectivas políticas a respeito da representação do trabalho mexicano nos Estados Unidos. Produzidos na mesma época, quando estava vigente o Programa Braceros (1942 – 1964), os filmes apresentam diferentes perspectivas sobre o tema.

Resumo expandido

    O uso da mão de obra dos mexicanos sempre foi um dos alicerces da economia estadunidense, tendo sido responsável por grande parte do crescimento do país em vários setores. Segundo dados divulgados em 2017 pela BBVA Bancomer, maior instituição financeira mexicana, publicados pelo Jornal Nexo, “a produção da economia americana que corresponde ao trabalho de mexicanos de primeira, segunda ou terceira geração equivale a um valor superior ao próprio PIB do México (104%, mais precisamente)”. A mesma pesquisa mostra ainda que 8% do PIB geral americano é gerado pela comunidade mexicana, sendo que em estados onde a concentração de mexicanos é maior, como a California, esse índice chega a 12%. Isso mostra a enorme importância da presença de mexicanos para garantir o desenvolvimento da economia estadunidense.
    Em função disso, vários foram os programas estabelecidos entre Estados Unidos e México que regularam a presença dos mexicanos no mercado de trabalho dos Estados Unidos, sempre de peso muito desigual entre as duas economias, como o Programa Braceros (1942 – 1964), por exemplo. É sabido que a presença da mão de obra mexicana nos Estados Unidos também alimenta de forma decisiva o gigantesco lucro das instituições financeiras através das enormes remessas de capital dos trabalhadores mexicanos em solo estadunidense a seus familiares no México.
    Essa realidade não passou ao largo das histórias contadas pelo cinema ao longo de várias décadas, traduzindo enfoques e representações distintas de tais experiências. Tanto o cinema mexicano quanto o cinema estadunidense produziram um enorme número de películas que retrataram estas condições de trabalho e a forma como os mexicanos se organizaram nessas condições. Esta comunicação pretende apresentar dois destes filmes. Espaldas mojadas é um filme mexicano, dirigido por Alejandro Galindo, em 1955, e apresenta a história de Rafael Améndola Campuzano (David Silva) que, ao cruzar ilegalmente a fronteira, tenta conseguir trabalho do outro lado. Em meio a tantas humilhações e infortúnios, Rafael decide regressar ao México, tendo aprendido a lição que a cartela inicial do filme apresenta: “Advertência importante: os personagens desta narrativa não são reais, mas representantes simbólicos da situação que pode ser criada quando alguém se coloca à margem da lei, e a narrativa em si não consigna fatos veridicamente históricos. O autor combinou fatos ocorridos nas fronteiras dos distintos países para formar um todo de interesse dramático. Nosso propósito é advertir aos nossos conterrâneos da inconveniência de tratar de abandonar o país de maneira ilegal, com o risco de sofrer situações molestas e dolorosas que poderiam até criar dificuldades nas boas relações que venturosamente existem entre ambos os povos”. O tom de alerta, bastante conservador, já prenuncia a moral que o filme pretende advogar. O segundo filme é uma produção estadunidense de 1954, Salt of the Earth (O sal da Terra), dirigida por Herbert J. Biberman, patrocionada pela Internation Union of Mine, Mill and Smelter Workers, instituição criada em 1916 para a defesa e proteção dos trabalhadores de minas nos Estados Unidos, que contava com um grande número de comunistas dentre os seus quadros. O filme narra a história de uma greve de mineiros de origem mexicana no estado do Novo México. Através de Ramón (Juan Chacón) e Esperanza Quintero (Rosaura Revueltas), acompanhamos a liderança das mulheres quando um mandado de segurança contra os grevistas faz com que elas assumam o comando das atividades grevistas. Inspirado na greve dos trabalhadores da Mina Empire Zinc em 1951, contou com a participação de vários atores não profissionais. O filme denuncia as péssimas condições de trabalho nas minas e aposta na organização sindical dos trabalhadores e trabalhadoras como uma forma de resistir à violência imposta pela condição do capital. Incluído na lista negra do Macarthismo, o filme foi amplamente perseguido ainda durante sua realização.

Bibliografia

    HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.
    IGLESIAS, Norma. La visión de la frontera a través del cine mexicano. Tijuana: Centro de estudios fronterizos del norte, 1985.
    _____. Entre yerba, polvo y plomo – lo fronterizo visto por el cine mexicano. Vol 1. Tijuana: El Colegio de la Frontera Norte, 1991.
    MACIEL, David R. El norte: the U.S.-Mexican border in contemporary cinema. San Diego: San Diego University, 1990.
    _____. El bandolero, el pocho y la raza – imágenes cinematográficas del chicano. México: UNAM, 1994.
    MONSIVÁIS, Carlos. Del cine chicano y fronterizo – el caso de break of down. Esquina baja, n. 9 (enero-marzo), 1991.
    ROMERO PEREZ, Roxana Yadira. Revisión general de los subgéneros cinematográficos de la frontera y el narcotráfico em México. Tesis apresentada na Facultad de Ciencias Políticas y Sociales da UNAM. México, enero, 2000.
    VILLA, Juan. Coyotes en el cine fronterizo. Mesa, Arizona: Hispanic Institute of Social Issues, 2011.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br