O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Andréia de Lima Silva (IFMA)

Minicurrículo

    Possui mestrado em História pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Especialista em Jornalismo Cultural na Contemporaneidade, também pela UFMA. Graduada em Jornalismo pela mesma instituição. Tem experiência na área de assessoria de comunicação, produção textual para revistas e crítica cinematográfica. Atualmente é jornalista do Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Desenvolve pesquisa na área de comunicação e história, com ênfase no estudo do cinema maranhense.

Ficha do Trabalho

Título

    Padrões de linguagem e identidade no filme Muleque té doido! (2014)

Resumo

    Esta comunicação propõe a caracterização dos padrões de linguagem e identidade maranhense do filme Muleque té doido! (2014) tomando por referencial teórico o imaginário e as representações culturais de um cinema ainda considerado local/regional. O filme em análise foi um fenômeno local de bilheteria e ficou em cartaz por cerca de três meses. Ao inserir o folclore e as lendas locais, o longa mesclou elementos “regionais” maranhenses com elementos “universais” hollywoodiano (em termos estéticos).

Resumo expandido

    A linguagem regional e os traços marcantes da identidade maranhense parecem decisivos para a composição da narrativa do filme Muleque té doido! (2014), longa- metragem de ficção do cineasta Erlanes Duarte, considerado um dos maiores fenômenos do cinema recente do Maranhão. Pesquisas do campo audiovisual têm demonstrado a relevância das produções cinematográficas para a difusão do imaginário e cultura de um povo, bem como das formas de sentir e pensar o mundo. Em filmes de circulação mais restrita a determinadas regiões, as escolhas técnicas e estéticas guardam certa consonância com as referências culturais do seu local de produção, o que, de certa forma, funciona como estratégia para gerar identificação mais direta com o público e assim o cooptar para a história contada na tela.
    Além desse recurso a padrões linguísticos e identitários regionais, filmes como Muleque té doido! (2014) possivelmente alcançam grande sucesso de público ao também recorrer à linguagem fílmica que remete aos padrões narrativos e estéticos do cinema hollywoodiano. Assim, neste longa, o caráter “regional” maranhense se mesclou ao “universal” hollywoodiano ao inserir elementos do folclore e das lendas locais na película, aproximando a obra do espectador que a recepciona. No filme, a questão da cultura local está presente em diferentes momentos, girando em torno do folclore, aparece, por exemplo, a lenda da serpente, que constitui a principal crença acerca da formação da ilha de São Luís; e o bumba-meu-boi, manifestação da cultura popular maranhense. Já no círculo das lendas urbanas e dos fatos recentes, entram no enredo a Gangue da Bota Preta (grupo perigoso conhecido na década de 1990 por supostamente perseguir estudantes para cortar o bico dos seios delas) e a Loka do Rio Anil (jovem maranhense que virou meme de internet ao aparecer, de forma tresloucada, numa foto que divulgava a inauguração de um grande shopping na cidade). A forma de se comunicar dos personagens e a maneira como São Luís é mostrada no longa-metragem fazem, também, parte da cultura local. O filme explora o vocabulário popular local com expressões e termos utilizados pelo maranhense, como: fulero, qualira, esparroso, mucura, catiroba, ralada, disgranha e tantos outros.
    O próprio título do filme, Muleque té doido, é uma expressão recorrente no Maranhão. Dessa forma, a peculiaridade linguística do Estado é explorada como estratégia para provocar a empatia do espectador que compartilha daqueles mesmos termos em seu dia-a- dia. Funciona, também, como recurso cômico, na medida em que muitas dessas palavras e expressões são engraçadas e só utilizadas naquele Estado. A trama é permeada de diálogos como estes: “Ai, só tem gente feia aqui (…). Mucura! Catiroba!”, ou mesmo no trecho “(Nikima) – Lá em Salvador a gente chama isso aí é de veado. (Erlanes) – Aqui em São Luís é qualira mesmo. E pense num qualira esparroso!”.
    O filme foi lançado em 2014 em três cinemas locais e não foi registrado na ANCINE. Ele obteve cerca de 15 mil espectadores e renda de aproximadamente 50 mil reais – dado considerado impressionante para um filme local. Em alguns cinemas, o longa, que estreou em 26 de junho de 2014, estendeu-se até o mês de setembro daquele ano, fato até então inédito para o cinema maranhense. O grande sucesso de bilheteria chegou a gerar um case na rede de cinemas Cine System, já que o filme maranhense superou a bilheteria de blockbusters internacionais que estavam em cartaz na mesma época. O sucesso nos cinemas de São Luís levou rapidamente o primeiro filme de Erlanes Duarte para o mercado da pirataria. O filme também foi disponibilizado na internet, no canal do YouTube, e já teve em torno de 3,5 milhões de visualizações. Tanto sucesso viabilizou a produção de mais dois filmes: Muleque té doido 2 – a lenda de Dom Sebastião (2016) e Muleque té doido 3 – mais doido ainda (2019). Em 2020 o o diretor irá produzir o quarto e último filme da saga.

Bibliografia

    ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. Recife: FJN. Ed. Massaragana, 1996.
    BACZKO, Bronislaw. A imaginação social. In: LEACH, Edmund et al. Anthropos-homem. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985. p. 296-332.
    BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico – como é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 15ª ed., 1999.
    BAMBA, Mahomed. Do “cinema com sotaque” e transnacional à recepção transcultural e diaspórica dos filmes. Palíndromo – Processos Artísticos Contemporâneos, nº 5, 2011. Disponível em: http://mahomedbamba.com/site/wp-content/uploads/2017/12/006.pdf. Acesso em 14 de jan. 2019.
    BARTHES, Roland. Elementos de semiologia. Tradução de lzidoro Blikstein. 16. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
    BORDWELL, David. O cinema clássico hollywoodiano: normas e princípios narrativos. In: RAMOS, Fernão Pessoa (Org.). Teoria contemporânea do cinema: documentário e narratividade ficcional. São Paulo: Editora Senac, 2005. p. 277-301. v. 2.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br