O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marina Cavalcanti Tedesco (UFF)

Minicurrículo

    Doutora em Comunicação e docente do Departamento de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência como roteirista, diretora de fotografia e diretora. Entre suas principais publicações, destaca-se a organização do livro “Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro”, finalista do Prêmio Jabuti 2018. Seus temas de pesquisa são cinema latino-americano, direção de fotografia, direção, mulheres no cinema e gênero.

Ficha do Trabalho

Título

    Maternidade: uma possibilidade para diretoras de fotografia no Brasil?

Seminário

    Teorias e análises da direção de fotografia

Resumo

    Nesta comunicação, articularemos trechos de entrevistas que realizamos com diretoras de fotografia de diferentes idades e regiões do país entre 2017 e 2019 com estudos sobre mulheres e mercado de trabalho para refletirmos sobre um aspecto do machismo na direção de fotografia que tem sido pouco estudado e discutido: a maternidade. É possível ser fotógrafa de cinema e mãe no Brasil?

Resumo expandido

    A maternidade foi objeto, na história da humanidade, de diversas construções sociais, que variaram no tempo e no espaço, e em função de classe, religião, cor, etc. No Brasil e em grande parte do mundo vemos, hoje, uma desestabilização do ideal de maternidade que emergiu nos séculos XVIII e XIX, o qual glorificava o dar à luz e atribuía enormes responsabilidades para as mães (ARIÈS, 1986).
    Esta retomada de atribuição de responsabilidades, “calcada na idéia antiga de que ‘mãe é mãe’, de que ela é a pessoa mais adequada para cuidar dos filhos e que, em última análise, identifica maternidade e feminilidade” (ROCHA-COUTINHO, 2005, p.122), tem a ver com a inscrição da maternidade no corpo da mulher (ROCHA-COUTINHO, 2005), mas também com o próprio capitalismo, posto que parte do “preço de mercado da força de trabalho… é constituído pela parte não paga produzida pelo trabalho doméstico não remunerado das mulheres “ (GAMA apud MOREIRA; MOSER, 2017, p.6).
    No que se refere à desestabilização acima referida, destacamos entre suas causas a militância feminista e o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho. Ambos têm trazido para as mulheres a possibilidade de outras centralidades de vida, como, por exemplo, a realização profissional, em novos processos marcados por tensões subjetivas e objetivas.
    No que diz respeito às classes médias e altas em nosso País… embora algumas diferenças de gênero persistam… as meninas hoje são educadas… para competir e buscar um crescimento profissional cada vez maior… Ao mesmo tempo, diferentes discursos sociais continuam a reforçar seu papel na família como esposas e, principalmente, como mães… Assim, que, no que diz respeito à mulher contemporânea, uma das questões mais complexas, problemáticas e conflitantes continua a ser a maternidade (ROCHA-COUTINHO, 2005, p.125).
    Tal diagnóstico é fundamental para se pensar a maternidade entre diretoras de fotografia, questão que emergiu com força nas entrevistas que realizamos com profissionais de diferentes idades e regiões do país entre 2017 e 2019. Os dados produzidos por nós (TEDESCO, 2016) e pela ANCINE (2016) demonstram que as mulheres têm fotografado no último período apenas 8% dos audiovisuais (um percentual baixíssimo e que poucas vezes foi maior), e basta circular pelo meio para perceber que a imensa maioria das poucas que conseguem entrar e se manter em uma profissão ainda tão masculina são brancas, cisgêneras, com alto grau de escolaridade e oriundas das classes média e alta – o que nos remete às afirmações de Rocha-Coutinho.
    Ademais, tamanha desigualdade de gênero exige uma enorme dedicação das mulheres à profissão. A veterana Heloisa Passos afirma: “São poucas mesmo [as fotógrafas mães]. Os fotógrafos se eu fiz assistência todas são pais, né? Então quando eu digo ‘me distraí’ é quase uma forma irônica de dizer o tanto que eu tive que por de mim nesse lugar que eu decidi conquistar”.
    As condições de trabalho no set de seis dias por semana e 12 horas por dia também foram apontadas por parte significativa das entrevistadas como impeditivas para conciliar maternidade e carreira. A revisão da literatura sobre o tema feita por Oliveira et al (2011) corrobora a percepção das fotógrafas: “o regime de trabalho em tempo integral tende a dificultar a conciliação da maternidade com a vida profissional, dada a menor flexibilidade no manejo do tempo” (OLIVEIRA et al, 2011, p.275). E “os estudos também verificaram que a presença de benefícios trabalhistas [os quais não fazem parte da vida de freelancer da maioria das profissões de set], em especial da licença-maternidade, estava associada ao maior retorno das mães ao trabalho após o nascimento do filho (OLIVEIRA et al, 2011, p.275).
    Nesta comunicação, articularemos trechos das entrevistas realizadas com estudos sobre mulheres e mercado de trabalho para refletirmos sobre a maternidade, um aspecto do machismo na direção de fotografia que tem sido pouco estudado e discutido.

Bibliografia

    ANCINE. Diversidade de gênero e raça nos lançamentos brasileiros de 2016. 2018. Disponível em: https://www.ancine.gov.br/sites/default/files/apresentacoes/Apresentra%C3%A7%C3%A3o%20Diversidade%20FINAL%20EM%2025-01-18%20HOJE.pdf

    MOREIRA, T. A.; MOSER, L. Conflito entre trabalho e vida familiar no contexto da produção e reprodução social capitalista. Anais do II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Políticas Sociais, UFSC, Florianópolis, 2017.

    OLIVEIRA, S. C. et al. Maternidade e trabalho, revisão da literatura. Revista Interamericana de Psicologia, 42(2), 2011.

    ROCHA-COUTINHO, M. L. Variações sobre um antigo tema: a maternidade para mulheres com uma carreira profissional bem-sucedida. In: FÉRES-CARNEIRO, T. (org.). Família e casal: efeitos da contemporaneidade. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2005.

    TEDESCO, M. C. Mulheres atrás das câmeras: a presença feminina na direção de fotografia de longas-metragens ficcionais brasileiros. Significação, v.43, n.43, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br