O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Julio Bezerra (UFMS)

Minicurrículo

    Professor do curso de Audiovisual da UFMS. Doutor pela UFF e mestre pela UFRJ. Realizou pesquisa de pós-doutorado na ECO-UFRJ e fez estágio pós-doutoral na Columbia University. Autor do livro Documentário e jornalismo: Propostas para uma cartografia plural. Jornalista e crítico de cinema, colaborou com uma ampla gama de publicações. Curador das retrospectivas de Abel Ferrara, Samuel Fuller e Jean Renoir. Dirigiu os curtas E agora? (2014) e Pontos corridos (2017).

Ficha do Trabalho

Título

    Antifilosofia: Jean Epstein e realismo especulativo

Resumo

    O objetivo desta apresentação é propor um diálogo entre o cinema e a teoria de Jean Epstein e o realismo especulativo. A interação de forças subjetivas e objetivas no cinema é um campo atraente de investigação para um realista especulativo, e a convicção epsteniana de que o cinema nos abre para novos domínios do conhecimento do mundo está absolutamente sintonizada com o movimento filosófico. Ao longo desse diálogo, esboçamos um modo diverso de pensar sobre o cinema: uma “antifilosofia”.

Resumo expandido

    Jean Epstein foi um poeta, cineasta e filósofo de cinema, para sempre empenhado na possibilidade da sétima arte de mudar o pensamento. Ele entrou no cinema em um momento de grande emoção e descoberta – um período em que suas possibilidades pareciam ilimitadas e suas implicações ainda a serem pensadas. Em muitos aspectos, apesar das extraordinárias realizações do cinema francês antes e depois da Segunda Guerra Mundial, pode-se afirmar que o verdadeiro centro do movimento está em seu discurso teórico e as primeiras tentativas autoconscientes de definir a natureza do cinema (e, portanto, sua diferença em relação ao outras artes).

    Epstein era fascinado pelas relações entre o aparato mecânico e os objetos particulares que ele registra. Não este ou aquele objeto individual, mas todas as coisas que juntas formam um mundo. Epstein demonstrou uma fascinação de olhos arregalados com a incomparável capacidade do filme de transmitir a verdade da vida em sua glória ilógica, não-teleológica, ilimitada e infinitamente mutante. Epstein enaltece o cinema como “[uma] nova poesia e filosofia”, uma arte cuja verdade difere da história porque despreza a convenção, considera a encenação absurda e eloquência morta. Para Epstein, o cinema é mais do que uma forma de entretenimento, um meio de massa, uma nova linguagem visual ou até mesmo uma nova forma de arte. O cinema oferece um cérebro mecânico, um olho máquina – um portal para um novo mundo transformado pela tecnologia: um modo da percepção humana penetrar na própria vida da matéria.

    Sua teoria é baseada em um conceito, a fotogenia, que é da ordem do inefável, quase de uma espécie de mágica. Designa a capacidade única da imagem cinematográfica de intuir, captar, sugerir algo das categorias mais íntimas do ser do mundo. A fotogenia, em suma, se apresenta como uma possibilidade de revisão daquilo que geral entender ser o cinema, indicando um novo potencial dentro das imagens em movimento, um modo diferente de experimentá-las e uma enorme promiscuidade entre espectadores encarnados e pensantes, uma máquina inteligente e um filme. Para Epstein, o cinema está sempre nos forçando a reconhecer os limites das percepções e conceitos humanos e afirmar a existência de um mundo para além deles. Somos forçados, em suma, a esboçar um mundo sem nós.

    “Sem nós” pode significar “na nossa ausência” ou “para além de nós”. Essa ideia caracteriza o propósito do realismo especulativo, uma tendência recente da filosofia definida por sua oposição ao que Quentin Meillassoux chama de “correlacionismo”: a noção de que “o pensamento não pode sair de si mesmo para comparar o mundo como ele é ‘em si’ e o mundo como ele é ‘para nós’ e, assim, distinguir o que emerge como uma função de nossa relação com o mundo daquilo que pertence apenas ao mundo”. Os realistas especulativos nos desafiam a pensar o mundo à parte de nossa visão estreita sobre ele, reconhecendo as dificuldades de se pensar o impensado (o fora do pensamento, ou o “absoluto”, segundo Meillassoux) e sublinhando a importância de especular sobre ele.

    Esta apresentação se desenvolve em um diálogo entre os escritos e os filmes de Jean Epstein e o realismo especulativo. Ambos parecem nos desafiar a repensar o mundo dos objetos e das coisas, e a relação do homem com esse mundo. A complexa interação de forças subjetivas e objetivas no cinema é um campo atraente de investigação para um realista especulativo, e a convicção de que o cinema nos abriria para novos domínios do conhecimento do mundo está absolutamente sintonizada com o ponto-chave do movimento filosófico: o fato de que o mundo em si – o mundo como existe à parte de nós – não pode, de forma alguma, ser contido ou restringido pela questão do nosso acesso a ele. Ao longo desse diálogo, atravessamos a própria fenomenologia cinematográfica e sua possibilidade de alterar a experiência, o pensamento e a filosofia, forjando um modo diverso de pensar sobre o cinema: uma “antifilosofia”.

Bibliografia

    Epstein, Jean. The Intelligence of a Machine. Minnesota: Univocal Publishing, 2014.
    —. “2.3. Jean Epstein”. In: Xavier, Ismail (org.). A experiência do cinêma. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983, pp. 267-313.

    Keller, Sarah; Paul, Jason N. Jean Epstein: Critical Essays and New Translations. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2012.

    Stengers, Isabelle. Thinking with Whitehead: A Free and Wild Creation of Concepts. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2014.

    Wall-Romana, Christophe. Jean Epstein: Corporeal Cinema and Film Philosophy. Manchester: Manchester University Press, 2016.

    Whitehead, Alfred North. O conceito de natureza. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
    —. Process and Reality. New York: Free Press, 1978.

    Shaviro, Steven. 2014. The Universe of Things: On Speculative Realism. Minneapolis, MN: University of Minnesota Press.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br