O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Pascoal Farinaccio (UFF)

Minicurrículo

    Pascoal Farinaccio é doutor em Teoria e História Literária pela Unicamp, com pós-doutorado pela Università di Bologna. Professor de literatura brasileira na UFF, publicou artigos em revistas acadêmicas e os livros Serafim Ponte Grande e as Dificuldades da Crítica Literária (Ateliê Editorial, 2001), Oswald Glauber: Arte, Povo, Revolução (EdUFF, 2012) e A Casa, a Nostalgia e o Pó: A significação dos Ambientes e das Coisas nas Imagens da Literatura e do Cinema: Lampedusa, Visconti e Cornélio Penna.

Ficha do Trabalho

Título

    Haruo Ohara no Cinema: Uma Reflexão sobre Imagens e Memória

Resumo

    Analisa-se aqui o curta-metragem de ficção “Haruo Ohara” (Rodrigo Grota, 2010). O curta aborda a vida do imigrante japonês Haruo Ohara, que trabalhou em lavoura de café na região de Londrina e ao mesmo tempo produziu, de forma amadora, porém com grande consciência formal e senso poético, um conjunto de fotos de importância histórica em torno da vida cotidiana no campo. O objetivo é pensar a questão da memória a partir dos diálogos entre fotografia e cinema, registro documental e ficção.

Resumo expandido

    O curta-metragem de ficção “Haruo Ohara” (2010), dirigido, roteirizado e montado pelo diretor Rodrigo Grota, aborda a vida do imigrante japonês Haruo Ohara (Kochi, Japão, 1909; Londrina, Brasil, 1999), que trabalhou como lavrador em fazenda de café na cidade de Londrina (PR), tendo também se dedicado de forma amadora à atividade fotográfica, na qual alcançou elevado grau de sofisticação estética. Ohara, que chegou ao Brasil com dezoito anos em 1931, sempre procurou estar sintonizado com os avanços técnicos das máquinas fotográficas à disposição no mercado em seu tempo e chegou a se associar ao Foto Cine Clube de Londrina em 1951. Legou-nos belíssimos registros das atividades no campo, em especial dos trabalhos em torno da lavoura do café, das paisagens da região, dos camponeses e suas moradias, dos momentos de descanso ou do retorno para casa dos trabalhadores com o pôr do sol. Este conjunto de fotos possui um inestimável valor histórico: trata-se de memória documental dos imigrantes japoneses e suas atividades no campo na área rural paranaense. Outro conjunto notável de fotos de Ohara tem como tema a sua própria família, a esposa e os filhos, registrados em afazeres cotidianos com grande senso plástico e poético; tais fotografias configuram um acervo de memória pessoal, mas de interesse certamente universal: reconhecemos nelas as pequenas alegrias do convívio entre pais e filhos e o refúgio do sujeito na esfera acolhedora da vida privada. O diretor Rodrigo Grota, em seu curta-metragem, busca delinear algumas linhas biográficas do lavrador-fotógrafo (interpretado pelo ator Marco Hisatomi), mostrando-o em sua labuta rural e principalmente em sua prática fotográfica: Haruo Ohara fotografando as paisagens, os amigos, a mulher e os filhos (sempre atento às variações da luz ambiente) ou revelando as próprias fotos em seu laboratório caseiro. A reconstituição cenográfica é extraordinária: objetos domésticos de época, as casas dos camponeses, tudo é reconstituído com grande verossimilhança histórica. O curta-metragem também se apropria das próprias fotografias, de trecho gravado de depoimento oral de Ohara, bem como de imagens cinematográficas de sua pessoa entre amigos e familiares. O objetivo central de nossa proposta de comunicação é refletir sobre a apropriação dos registros fotográficos de Ohara, de grande valor documental, como já observado, pela narrativa ficcional engendrada no curta-metragem. Se as fotos de Ohara são registros saturados de memórias pode-se considerar a obra cinematográfica em pauta como um dispositivo que por sua vez funciona como memória das memórias representadas nas fotos. Outro ponto de interesse inter-relacionado diz respeito à trama ficcional das próprias fotografias de Haruo Ohara (o registro documental que não escapa às escolhas subjetivas daquele que fotografa, de sua visão de mundo, conhecimentos e gosto estético), trama ficcional que por sua vez é desdobrada no curta-metragem de ficção, o qual também se vale, por seu turno, de fotos, imagens cinematográficas documentais e da voz gravada do próprio Ohara. Propõe-se aqui, portanto, uma reflexão sobre memória a partir das imagens fotográficas e cinematográficas, levando-se em consideração a fotografia como elemento substancial da linguagem cinematográfica (fotografias em movimento) e o diálogo de ambas no curta de Rodrigo Grota, que, ao preservar a produção fotográfica de Haruo Ohara na trama da ficção, redefine o alcance e a reverberação estética das imagens enquanto instrumentos que carregam o passado para sua apreciação no presente do espectador.

Bibliografia

    CHARNEY, Leo e SCHWARTZ, Vanessa R. O cinema e a invenção da vida moderna. Trad. Regina Thompson. São Paulo, Cosac e Naify, 2004.

    KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo, Ateliê Editorial, 2001.

    ——————–. Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo, Ateliê Editorial, 2002.

    LOSNAK, Marcos e IVANO, Rogério: Lavrador de imagens: uma biografia de Haruo Ohara. Londrina, Editora S.H. Ohara, 2003.

    OHARA, Haruo. Haruo Ohara: Fotografias. Org. Sergio Burgi. Rio de Janeiro, Instituto Moreira Salles, 2008.

    SCIANA, Ferdinando. Lo specchio vuoto: fotografia, identità e memoria. Roma-Bari, Laterza, 2017.

    SONTAG, Susan. Sobre fotografia. Trad. Rubens Figueiredo. São Paulo, Companhia das Letras, 2004.

    TARKOVSKI, Andrei. Esculpir o tempo. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo, Martins Fontes, 2010.

    WENDERS, Wim. A lógica das imagens. Trad. Maria Alexandra Lopes. Lisboa, Edições 70, 2010.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br