O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Afrânio Mendes Catani (USP)

Minicurrículo

    Afrânio Catani: mestre, doutor e livre-docente em sociologia (USP). Sócio fundador da SOCINE, é professor titular na FEUSP e no PROLAM-USP. Pesquisador do CNPq. Autor de A chanchada no cinema brasileiro (1983, com J. I. Melo Sousa); A sombra da outra: a Cinematográfica Maristela e o cinema industrial paulista nos anos 50 (2002); História do cinema brasileiro: 4 ensaios (2004) e A revista de cultura Anhembi (1950-62): um projeto elitista para elevar o nível cultural do Brasil (2009).

Ficha do Trabalho

Título

    António Lopes Ribeiro: a câmara do poder do cinema português

Seminário

    Cinemas pós-coloniais e periféricos

Resumo

    António Lopes Ribeiro (1908-1995), diretor e produtor português, foi homem de mil instrumentos no cinema, tendo também trabalhado no rádio, na televisão e na crítica, além de escrever, traduzir e desenhar. Dirigiu cerca de uma centena de curtas e 10 longas (documentário e ficção). Notabilizou-se pela produção de documentários oficiais, que enalteciam o Estado Novo. Pioneiro da televisão em Portugal apresentou, de 1957 a 1974, o programa “O Museu do Cinema”, dedicado à difusão do cinema mudo.

Resumo expandido

    Jean-Claude Bernardet, em Cinema Brasileiro: propostas para uma história (1979), aborda temática relevante acerca da trajetória do cinema nacional que, respeitadas as diferenças de tempo e de lugar, pode ser estendida à história do cinema português. Escrevia que nas décadas iniciais do século XX o mercado era dominado pelo produto importado, que não precisa do filme brasileiro para existir (p. 23). Às vezes surge um filme de ficção, embora ele “não seja suficientemente regular e lucrativo para sustentar um quadro de produtores com o mínimo de equipamento, laboratórios, know-how. No entanto, os cineastas estão aí e produzem sem interrupção. Parece que se dá um fenômeno que só poderia ocorrer numa cinematografia dominada” (p. 23). As produções abordavam o cotidiano das cidades, interesses locais, criando-se “uma área livre, fora da concorrência dos produtores estrangeiros (…) Desenvolveu-se a produção de documentários – ou ´naturais` como chamados na época – e de cinejornais” (p. 24). São tais filmes, e não os de ficção, que sustentam a produção brasileira, produzidos a partir do dinheiro obtido junto a pessoas ricas “que querem promover seu nome, empreendimentos, produtos, atos políticos e mundanos (…) A produção assenta-se num documentário ligado a uma elite mundana, financeira, política, militar, eclesiástica, de que os cineastas são dependentes” (p. 23-24). Se operários, camponeses, soldados aparecem, é apenas como complemento de atos das elites. Para Bernardet, “a câmara do documentarista da época era a câmara do poder” (p. 26).
    Ao se estudar a trajetória de António Lopes Ribeiro (1908-1995), e de outros cineastas portugueses atuantes a partir do final dos anos 1920, constata-se que Brasil e Portugal vivenciaram situações semelhantes. A bibliografia preliminar examinada mostra que Ribeiro foi realizador de realce em vários campos de atuação. Para João Pedro Bénard, “é impossível falar de cinema português sem se referir a António Lopes Ribeiro. Figura imprescindível, é conspirador, instigador, lutador e visionário. Trabalha em cinema, rádio e televisão, cria periódicos, produz teatro, é compositor, tradutor e poeta” (p. 245). Atuou na imprensa como crítico desde 1926 e fundou a revista Kino (1930). Em 1928, contratado pela Paramount, fez legendas de filmes mudos. Seus 3 primeiros documentários (curtas) são de 1928. Foi assistente de direção de Leitão de Barros em Nazaré, Praia de Pescadores (1929), Lisboa, Crônica Anedótica e Maria do Mar, ambos de 1930.
    Estagia no exterior e volta a Portugal, trazendo o modelo do futuro Secretariado de Propaganda Nacional. Convence o governo a fornecer a ajuda necessária para criar, em colaboração com a Alemanha, os estúdios da TÓBIS/Lisboa Filme, funcionando a partir de 1935, para fazer filmes sonoros (Bénard, p. 246). Dirigiu o filme Gado Bravo (1934), com elenco protagonista, argumento, fotografia, cenários e música à cargo de profissionais judeus.
    1935: cria-se a Secretaria de Propaganda Nacional, capitaneada por António Ferro, teórico do regime salazarista, que entendia o cinema como arma eficaz de propaganda. A carreira de Ribeiro deslancha: dirige A Revolução de Maio (1937), ficção enaltecendo o regime e, depois, ao longo de quase 40 anos, fez cerca de 100 documentários de curta-metragem enaltecedores ao salazarismo – exemplos: Guiné, Berço do Império (1940), Portugal na Exposição de Paris de 1937 (1942), Viagem ao Porto do Senhor Marechal Carmona (1949), O Jubileu de Salazar (1953), Viagem Presidencial à Guiné (1955), Portugueses no Brasil (1968), O Encontro Presidencial na Ilha Terceira (1971). Dirigiu comédias exitosas (O Pai Tirano (1941) e A Vizinha do Lado (1945), adaptações de obras clássicas – Amor de Perdição (1943), O Primo Basílio (1959), produziu filmes de prestígio – O Pátio das Cantigas (1941), Aniki Bóbó (1942) e longas documentais – Viagem de Sua Exa. o Presidente da República a Angola (1939), Feitiço do Império (1940) e A Viagem Presidencial ao Brasil (1957).

Bibliografia

    BÉNARD, J. P. Lopes Ribeiro, António. In: CASARES RODICIO, E. (Edit. y Coord.). Diccionario del Cine Iberoamericano: España, Portugal y América. Madrid: SGAE/Fund. Autor, v. 5, 2011, p. 245-249.
    BERNARDET, J. C. Cinema Brasileiro: propostas para uma história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
    COSTA, H. A. Breve História do Cinema Português: 1896-1962. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1978.
    COSTA, J. B. Cinema Portughese in Storia del Cinema Mondiale, Vol. I (III-XX) – L´europa i la Cinematographie Nazionale. Turín: Giulio Einaudi, 2000-03, p. 1415-1458.
    COUTINHO e COSTA, J.; COSTA, J.M. (Coords.). A Comédia Clássica Portuguesa. A Coruña: CGAI/Xunta de Galicia/Cinemateca Portuguesa, 1994.
    PINA, L. de. História do Cinema Português. Lisboa: Europa-América, 1986.
    TORRES, A. R. Ribeiro, Francisco [Ribeirinho]. In: CASARES RODICIO, E. (Edit. y Coord.). Diccionario del Cine Iberoamericano. España, Portugal y América. Madrid: SGAE/Fund. Autor, v. 7, 2011, p. 350-351.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br