O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Giancarlo Backes Couto (PUCRS)

Minicurrículo

    Mestrando em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, na linha de pesquisa Cultura e Tecnologias das imagens e dos imaginários. Graduado em Jornalismo pela Universidade Feevale (2016), com o Trabalho de Conclusão de Curso na área do Cinema e Análise de Discurso. Estudante de Filosofia (Licenciatura), pela Universidade Federal de Pelotas – UFPEL.

Ficha do Trabalho

Título

    O monstro e os anormais na filmografia de José Mojica Marins

Resumo

    Essa apresentação tem como intuito examinar o personagem Zé do Caixão, de José Mojica Marins, a partir da concepção de “monstro”, articulando conceitos de Mary Douglas, Noël Carroll e Michel Foucault. Do mesmo modo, o texto se propõe a investigar as diferentes estruturações de alguns personagens, que se enquadram no conceito de “anormais”, de Michel Foucault, averiguando as reconfigurações dessas representações em diferentes momentos da filmografia do diretor.

Resumo expandido

    O monstro é, talvez, o signo mais conhecido e comum nas narrativas clássicas de horror. Seja nos relatos da Idade Média, na literatura gótica ou até no cinema, esse ser muitas vezes é o centro dessas obras. Do mesmo modo, se tornou muito comum falar do monstro humano, usando palavras como “monstruoso”, a fim de adjetivar atitudes e pessoas em si. Nesse sentido, a monstruosidade e o monstro se confundem frequentemente, são referentes a atos e seres, reais ou fantasiosos, naturais ou sobrenaturais. Cabe então a este trabalho investigar algumas concepções que parecem ser centrais para se entender esses seres. A pesquisa parte então de dois conceitos que se articulam para conceber o monstro que ficou conhecido a partir da Idade Média e se desdobrou no anormal do século XX. Esses conceitos são o de impureza e desordem, que, como mostrarei, muitas vezes se imbricam para dar origem a anomalia e ao mal, sejam eles ontológicos ou sociais.
    O texto irá percorrer então o trabalho de Douglas (2014), a fim de entender as raízes antropológicas dos temas da impureza e anomalia. Posteriormente, irei me basear na análise genealógica de Foucault (2001; 2014), para estudar as concepções do grande monstro social do século XVIII e que se desdobrou na figura do anormal nascido no século XIX. A partir de categorias de Carroll (1999), irei desenvolver a noção do monstro dentro do gênero de horror, a fim de introduzir então a análise da filmografia de José Mojica Marins, na qual irei focar no seu mais célebre personagem, o Zé do Caixão. Nesse sentido, trabalharei Zé do Caixão como a figura do monstro em paralelo com outros personagens das obras, que representem os anormais. Como ficará claro, essas figuras são aparições constantes na filmografia do diretor paulistano, todavia, são retratadas de distintas maneiras em diferentes longas e períodos. O objetivo então é retraçar a carreira do monstro Zé do Caixão e evidenciar as diferentes reconfigurações dos anormais com o passar do tempo.
    Advindo da região da Boca do Lixo, lugar à margem social da cidade de São Paulo, o diretor soube bem trabalhar com a fama de desajustado e louco que lhe impuseram tanto como elogio quanto como depreciação. Mojica buscou atrair curiosos e fãs com essas críticas que geralmente se serviam de adjetivos depreciativos nesse sentido (BARCINSKI; FINOTTI, 2015). Em seus filmes, todavia, é percebido o uso dos anormais a partir de diferentes visões. Primeiramente, eles são os servos de Zé do Caixão, aqueles indisciplinados que não tem salvação nem senso moral e que ajudam o grande monstro a infligir tormentos aos normais. Excetuando-se Exorcismo Negro (1974), que segue essa toada, os filmes a partir de O Ritual dos Sádicos (1970) apresentam um deslocamento da figura do anormal. Agora ele é o desviante moral mais próximo de nossa realidade. Não é mais um ser fantástico e disforme no corpo, mas sim o errante moral. Ele se torna vítima do monstro e é punido por ser o responsável por subverter a ordem moral da sociedade. Já em Encarnação do Demônio (2008), obra inserida num diferente século, os anormais estão presentes como ajudantes de Zé, não obstante, o foco está nos marginalizados pelo Estado. O monstro maior aqui se dilui nos personagens dos policiais, que cometem todo tipo de crimes. Zé continua encarnando o mal, porém, acaba por proteger a comunidade de um monstro maior.
    O monstro de Mojica, por outro lado, se constitui através de preceitos narrativos básicos da literatura e do cinema de horror. Fã do gênero, Mojica o consumiu desde criança (BARCINSKI; FINOTTI, 2015). Do mesmo modo, é possível perceber a mudança no percurso de Zé do Caixão em seus filmes. Seja como monstro monárquico, seja como revolucionário sanguinolento (FOUCAULT, 2001), Zé é marcado por estar sempre deslocado de seu meio social e corromper o contrato social. Contra as leis e instituições, o monstro está sempre em conflito com seus representantes.

Bibliografia

    BARCINSKI, André; FINOTTI, Ivan. Zé do Caixão: Maldito – a biografia. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Darkside Books, 2015.
    CARROLL, Noël. A filosofia do horror ou paradoxo do coração. 1. ed. Campinas, SP: Papirus Editora, 1999.
    DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo. 2. ed. São Paulo, SP: Perspectiva, 2014.
    FOUCAULT, Michel. História da loucura: na idade clássica. 10. ed. São Paulo, SP: Perspectiva, 2014.
    ________, Michel. Os anormais: curso no collège de france (1974-1975). 1. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2001.
    VAZ, Paulo. O processo de normalização. In: RODRIGUES, Heliana; PORTOCARRERO, Vera; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Michel foucault e os saberes do homem: como, na orla do mar, um rosto na areia. 1. ed. Curitiba, PR: Editora Prismas, 2016. P. 485-504.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br