O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    WALLACE ANDRIOLI GUEDES (UFJF)

Minicurrículo

    Graduado em História pela UFJF, mestre e doutor em História Social pela UFF, pesquisador da história do cinema brasileiro e das relações entre cinema e regimes autoritários. Professor substituto no Departamento de História da UFJF entre 2014 e 2016, professor designado na UEMG – Unidade de Campanha, entre 2017 e 2018, pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em História da UFJF desde 2018.

Ficha do Trabalho

Título

    Luta armada e ditadura em dois documentários ultraconservadores

Resumo

    “Reparação” e “1964: O Brasil Entre Armas e Livros” se assemelham na visão que têm das esquerdas na ditadura militar. Ultraconservadores, ambos recorrem à história para construir uma releitura de temas consagrados. Há neles um esforço para conectar esse passado ao presente do país, marcando uma continuidade entre a luta armada e os recentes governos do PT. Instrumentalizam a história em prol de lutas políticas atuais da direita e da extrema-direita. O presente trabalho se propõe a analisá-los.

Resumo expandido

    Separados por um intervalo de dez anos, os documentários “Reparação” (2009), de Daniel Moreno, e “1964: O Brasil Entre Armas e Livros” (2019), de Filipe Valerim e Lucas Ferrugem, guardam semelhanças na representação que propõem das esquerdas brasileiras, especialmente durante o contexto da ditadura militar (1964-1985). Numa perspectiva ultraconservadora, ambos recorrem à história desse período, olhando com atenção principalmente para a atuação das organizações guerrilheiras que enfrentaram o regime, visando a construir uma espécie de releitura, ou leitura alternativa, de temas consagrados da historiografia. Não à toa o canal no YouTube que produziu “1964: O Brasil Entre Armas e Livros” se chama “Brasil Paralelo”. O objetivo é condenar tais organizações e justificar o golpe civil-militar de 1964.
    Além disso, há nos dois filmes um esforço por conectar esse passado ao presente político do país, marcando uma continuidade direta entre a luta armada de viés marxista das décadas de 1960 e 1970 e os recentes governos do Partido dos Trabalhadores (2003-2016). Dessa forma, “Reparação” e “1964: O Brasil Entre Armas e Livros” instrumentalizam a história em prol de lutas políticas atuais da direita e da extrema-direita brasileiras.
    A comparação entre eles permite a análise não só dessas reinterpretações históricas, mas também de manifestações de discursos conservadores e ultraconservadores no cinema brasileiro contemporâneo, em consonância com a recente ascensão dessas vertentes políticas ao poder no país. Nesse sentido, é interessante observar até onde cada filme vai nos ataques às esquerdas e na construção de visões heterodoxas da história, em diálogo com seus respectivos contextos de produção: enquanto “Reparação” foi realizado e lançado no auge do lulismo, momento em que posicionamentos de extrema-direita eram absolutamente minoritários no espectro político brasileiro, “1964: O Brasil Entre Armas e Livros” é fruto direto de um tempo de disputa cada vez mais acirrada pela hegemonia discursiva no país e de tentativa de reescrita histórica advinda das mais altas esferas de poder, sobretudo a partir da chegada de Jair Bolsonaro à presidência. Cabe aqui analisar também as estratégias de alcance utilizadas por ambos os filmes, tanto estéticas – como a filiação a um formato tradicional de documentário e a adoção de um tom sensacionalista (sobretudo no caso de “1964: O Brasil Entre Armas e Livros”) – quanto de distribuição.
    Por fim, vale ressaltar que a presente proposta busca se enquadrar no Simpósio Temático “Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção” pela perspectiva de sua vinculação com a política brasileira contemporânea, pelo entendimento de que é importante atentar para um cinema que, apesar de muito pouco (quase nada) inventivo e defensor de teses por vezes abjetas, ajuda a moldar discursos e olhares sobre o passado e o presente do país.

Bibliografia

    AB’SÁBER, Tales. Dilma Rousseff e o ódio político. São Paulo: Hedra, 2015.
    CAPELATO, Maria Helena [et al.]. História e cinema: dimensões históricas do audiovisual. 2ª ed. São Paulo: Alameda, 2011.
    DEMOCRACIA em risco?: 22 ensaios sobre o Brasil hoje. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
    FICO, Carlos. Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e historiográficas. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 05-74. jan./abr. 2017.
    GUEDES, Wallace Andrioli. O filme Reparação e o debate sobre a luta armada como meio para o antipetismo no cinema brasileiro contemporâneo. Aniki vol.5, nº 2 (2018): 400-418.
    REIS, Daniel Aarão, RIDENTI, Marcelo & MOTTA, Rodrigo Patto Sá. O golpe e a ditadura militar, quarenta anos depois (1964-2004). Bauru, SP: EDUSC, 2004.
    ROLLEMBERG, Denise. O apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro. Rio de Janeiro: Mauad, 2001.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br